terça-feira, 9 de novembro de 2010

Da India com amor


1) É com muito agrado que registo cada vez mais a presença de turistas indianos no território. Ainda hoje vi um grupo bastante numeroso a fazer compras na zona do Mercado de S. Lourenço, e congratulo-me não só que venham, mas que também gostem, como parece ser o caso. Macau precisa de ser novamente “descoberto”, e desta vez por mais turistas da região além de Hong Kong, Taiwan e China continental. Desta forma abrimos as portas a turistas de outros países e territórios, promovemos o nome Macau, e quem sabe se mudamos um pouco a habitual oferta de jogatina, casinos e saunas, e cuidamos um pouco mais do património. E talvez assim a malta ligada ao turismo faça um esforço para aprender inglês. Tudo ingredientes para uma cidade mais original e diversificada

2) É com pena que observo cada vez mais cidadãos “inadaptados” na rua. O sem-abrigo que “estacionava” em frente ao Café Starbucks e emanava um forte cheiro a urina desapareceu há já algum tempo (terá falecido?), mas foi substituído por outros menos bafejados pela sorte, por assim dizer. No outro dia estacionei o automóvel perto da Pastelaria Caravela, e fui abordado por um indivíduo visilmente alcoolizado que proferiu duas ou três profanidades em português. Ainda hoje vi na Rua da Palha um idoso que ameaçava agredir quem não saísse da sua frente. E um pouco por toda a parte vemos indigentes, mendigos, toxicodependentes e afins, misturados entre os milhares que circulam diariamente no centro histórico do território. Desconheço a gravidade do problema ou a profundidade da doença mental que aflige estes cidadãos, mas mais uma vez desconfio que são aqueles casos que enquanto não acabarem de forma trágica, ninguém mexe um dedo para resolvê-los.

3) Gostei bastante do artigo do investigador e jornalista João Guedes nas páginas do JTM, intitulado
Macau 1941-45: Um anel de ferro a toda a volta, que aborda os tempos das invasões japonesas e da situação de neutralidade de Macau. Era importante que a juventude do território aprendesse um pouco mais sobre este aspecto mais esquecido da História de Macau, que se prende directamente com a sua origem. A grande maioria dos chineses de Macau de segunda e terceira geração são descendentes da vaga de refugiados que se mudou para o território durante esses tempos agitados. Nem do Governador Maurício Teixeira, um verdadeiro herói e patriota, a História faz as devidas referências. Nem um beco com o nome dele para a amostra. Sobre este assunto recomendo sobretudo a leitura do livro Memórias do Oriente em Guerra, de Leonel Barros, a que já fiz referência aqui no blogue.

10 comentários:

Anónimo disse...

a malta de macau, na maior parte das vezes, nem sabe nada sobre História de Macau... isto é lastimável... a malta portuguesa, macaense e chinesa!! q vergonha...

Hugo disse...

Custa-me a perceber como não existem voos directos para a India

Anónimo disse...

Os monhés não são bem-vindos, deve ser isso. Mas há muitos monhés em Macau, ex-vitimas da Companhia das Índias.

AA

Anónimo disse...

O Leocardo leu as Memórias da Guerra de Leonel Barros? Eu li-o logo que o recomendou neste blogue. Li-o numa hora e um quarto numa viagem de avião. É um livro muito mal escrito com frases que na maior parte das vezes não vão além de uma duas linhas. Parece uma linguagem de telegrama enriquecido.
Existe uma tese de mestrado apresentada à Universidade de Macau sobre a história do desporto em Macau, onde a Autora (Esquecí-me o nome) apresenta um capítulo sobre os acontecimentos em Macau durante esse período e que uma síntese perfeita sobre o assunto e bem escrita.

Anónimo disse...

Poderá ser mal escrito, mas é de uma grande importância tendo em conta que Leonel Barros viveu esses tempos já adulto. Era militar e conta na primeira pessoa. Para além dele resta quse apenas quem ouviu dizer. Pena é que outros não tenham reduzido escrito o que viram também. Agora está tudo quase irremediavelmente perdido

Anónimo disse...

O que mais gosto da India é a comida e as indianas.

Anónimo disse...

A mim, a comida indiana faz-me caganeira.

Irene Fernandes Abreu disse...

Ao anónino das 04:44 aqui vai o nome da tese sobre esse tema:
"Macau durante a II guerra mundial : sociedade, educação física e desporto" / Isabel Maria Peixoto Braga, que está à v/ disposição na Biblioteca da Universidade de Macau.

Anónimo disse...

"a comida indiana faz-me caganeira".Isso acontece por causa do caril picante,quem não costuma comer picante e come depois picante costuma dar caganeira,o intestino não está habituado.

Anónimo disse...

Os intestinos de quem não come picante são uma tristeza: não estão habituados a nada, tudo lhes faz mal...