A noite de terça para quarta-feira foi marcada por confrontos em Hong Kong, que levaram à detenção de 45 pessoas, enquanto a polícia recorreu novamente ao uso de gás lacrimogénio. A decisão de usar esta medida com o pretexto de repôr a ordem é um tanto ou quanto discutível, mas cuidado com os julgamentos precipitados, pois na hora das autoridades agirem em nome da nossa protecção não questionamos os meios, desde que sejam eficazes - é por isto que lhes demos a tal autoridade, e isso inclui os meios que têm ao seu dispôr, e este é um deles. O que certamente não se insere na definição de "medida de segurança" é a agressão de que foi vítima Ken Tsang, um elemento do Partido Cívico, que nestas imagens captadas pela TBV Pearl se vê a ser agredido por seis agentes à paisana, enquanto um sétimo tenta impedir a recolha de imagens, quando se apercebe da presença da câmara. Perante as evidências os agentes foram suspensos, e é possível (e até legítimo) que venham a incorrer de um pesado castigo disciplinar, senão mesmo alvo de um processo civil. Ouvi alguns comentários no sentido de atenuar a atitude mais que reprovável da polícia neste incidente, entre os quais que os elementos da autoridade "são pessoas como nós". Respeito quem veja as coisas desse ângulo, até porque nem levanta dúvidas sobre a responsabilidade dos agressores, mas não aceito isto como justificação - é o mesmo que um empregado bancário faltar ao trabalho porque nesse dia "não se sente honesto". Um caso de brutalidade policial grave, de que a justiça se encarregará de resolver, mas que não acrescenta muito aos motivos dos manifestantes. Não esperem que eles vos peçam "por favor" caso aproveitem este argumento para passarem das marcas.
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