Paula Cristina Pereira Carion. Um nome. Um nome como outro qualquer. Um nome português, ma non troppo, existe ali a intrusão daquele "Carion", que por muito que me esforçe nunca consigo deixar de associar à letra do clássico dos Queen, "Bohemian Rhapsody" (If I'm not back again this time tomorrow/Carry on, carry on as if nothing really matters; pronuncia-se assim e tudo!). Penso que só alguém com muita inclinação para a maldade ia encontrar algum problema com isto - é que sempre que oiço o nome "Carion", começo a cantarolar baixinho: "mama...uhuhuhuuuu". A Paula Carion, assim conhecida pelo primeiro nome próprio e apelido, como quase toda a gente comum, é filha de José Carion Jr. (e deixem-me adivinhar: neta de José Carion Sr., ah!), que é uma das pessoas mais sociáveis e descontraídas com que tive o prazer de conversar, aquilo que se chama "um vivaço", e da sra. Odete Carion que é um en-can-to. E não digo isto para ser simpático, e até desconfio que nunca tive a sorte de a conhecer pessoalmente (sei que lê o blogue, e isso demonstra desde logo bom gosto, eh eh), mas epá, vão à conta de Facebook da senhora, e dou-vos mil patacas por cada fotografia em que ela não esteja a sorrir - aposto que o melhor que conseguem é isto e não vale aquelas em que a sra. é apanhada desprevenida, como neste caso (e mesmo assim fica encantadora). E é um senhor sorriso, aquele; sabem aqueles
Portanto, voltando à Paula, que é o somatório da combinação genética dos personagens acima descritos, e ainda sobrinha do Jaime Carry On, perdão, Carion (estão a ver que se pega?), que é director das Obras Públicas, ou OP, que a malta sacaneava chamando "Ovos Podres" uah uah uah. Não sendo isso exactamente sinónimo de realeza ou algo que se pareça, acarreta certas qualidades que a moça, por muito que queira omitir, revela mal decorrem segundos após a sua chegada seja onde for. E isto tudo para dizer que conheço a Paula ainda ela era uma "pita" dos seus 13/14 anos. Ou 15. Ou 12. Sei lá, não sei a idade dela, podia ir ver mas não me interessa. A modos que quando a Paula era "chavalinha" fazia uns recados ao pai e ia lá à minha "joint" entregar documentos do escritório de advocacia. Ah! E agora o mais fascinante: sempre foi uma jóia de moça, e não se intimidou nem por um nanosegundo com a minha lusitana sebosa peluda de olho grande e nariz de pelicano pessoa! As primeiras vezes ia com o estafeta, não fosse depois marcar escrituras para o Registo Automóvel, entregar certidões de óbito nas Finanças e pagar o SISA no 2º juízo do TJB, e olhou assim para mim com aquele olho pequenino de ciganito e aquela queixaça que tem escrito de uma mandíbula à outra "como é que é, vais ficar a olhar ou o gato comeu-te a língua?" e pronto, pá, está aí destilada, envelhecida em pipas de carvalho do Napa Valley, engarrafada, distribuída, aberta, servida, ingerida e arrotada toda a descontração do pai e a simpatia radiosa da senhora sua mãe. Como sou um pedantezito de merda, gosto de pensar que a Paula engraçou comigo, sei lá, não me lembro bem da hora em que falei com ela pela primeira vez, mas se passava das 4 da tarde, deve ter ficado atraída pelo meu "musk" natural dessa hora, que é como um magnetismo animal - desde que não levante os braços, entenda-se, pois assim vai-se o "magnetismo" embora e fica só o "animal", que é da família da doninha.
Agora, e o que faz a Paula? Penso que todos sabemos o que faz, e melhor que ninguém: dá porrada! Ou "pôrada", como se diz no dialecto "patuá" que só "por acaso" (às pessoas encantadoras e talentosas as qualidades advêm sempre do acaso; eles não queriam ser assim, pronto, aconteceu!) é uma das actividades em que a Paula é exímia, participando concomitantemente ao lado do pai nas peças de teatro dos Doçi Papiaçam di Macau, apesar de - agora reparem nisto que é caso raro, senão único - não dominar a língua portuguesa! A sério, pá! Portanto se pensavam que eu estava aqui a dar graxa à moça, estavam enganados, como provavelmente estão sempre em tudo o que dizem/fazem/pensam, seus maldosos. Pode até ser que ela entenda, mas sempre que comunicámos foi em inglês, portanto, elementar meu caro Watson. Mas isso pouco importa, a miúda estudou na escola inglesa, e são opções, enfim, também dizem que "todos os caminhos vão dar a Roma" mas uma vez já tinha eu andado duas horas sempre a direito, passei pelo Apeadeiro, Alto Estanqueiro e Jardia, e já estava quase a chegar ao Pinhal Novo e não havia meio de ver o Papa. E mais: entre as (muitas) qualidades da Paula está também a demonstração que ela própria deu de que "ninguém é perfeito", quando fez parte daquela lista às eleições para a Assembleia Legislativa em 2009 cujos eleitores não chegavam sequer para encher metade da Praça de Touros da Moita do Ribatejo. Acontece aos melhores, se calhar foi enganada, e não foi a única.
Mas a Paula Carion está de parabéns, não apenas por ser quem é (já vos disse que é o máximo? já? então aqui vai mais uma vez, ó ranhosos), mas porque na semana passada, na quinta-feira, ganhou uma medalha de bronze na modalidade de karate para moçoilas com a rechonchuda elegância dos +68 kg no Jogos Asiáticos de Incheon, na Coreia do Sul! É caso para dizer que deixou alguém com o olho "incheon" e assim nos "incheon" de orgulho! (Eu sei, eu sei, foi mau). E reparem bem: Jogos Asiáticos, pá! Não é como aquelas tretas que andámos para aqui a organizar, os Jogos da Ásia Equatorial-Setentrional-Coiso-e-Tal onde o desporto da elite era a Derrapagem Orçamental, e onde os "atletas" locais "limparam" as medalhas todas! Je je je. Foram Jogos Asiáticos, que equivale aos Europeus, só que na Ásia. Entenderam ou querem que vos faça um desenho? E esta medalha de bronze vem fazer companhia à outra que já tinha ganho há quatro anos nos Jogos de Cantão, que recordo sempre com um carinho especial, devido à forma como foi obtida contra uma atleta do Cazaquistão. Segue-se a dramatização tal-e-qual como sucedeu e tudo:
- Bilú, Bilú, olha para ti, és uma carinha laroca. Como é que te chamas, tesourinho?
- Gaukhar Chaikuzova
- Vai tu! É preciso insultar, é??? Toma!
- Fomp! (som que fazem aquelas galinhas de borracha quando lhes enfiamos a cabeça para dentro).
E foi assim que a Gau-qualquer coisa ficou com um "quistão" que agora dificilmente alguém "caza" com ela! (Epá hoje estou muito espirituoso...). Bem, agora podia especular sobre como seria se a Paula representasse a Federação Portuguesa de Porrada, tendo em conta que são da Ásia os melhores atletas da especialidade, quantas medalhas de ouro tinha conquistado em europeus e quais seriam as suas possibilidades em termos de Jogos Olímpicos. Não, não estou a exagerar, pensem lá um bocadinho, se não é pedir muito. Mas pronto, esta medalha vem apenas decorar essa personificação de árvore de Natal que é a nossa Paula Carion, que alegra qualquer lugar, mesmo sendo um ermo solitário, sombrio e maldito, com a sua luminosa presença. E é esta singela homenagem o mínimo que posso fazer por ela. Beijocas, Paula, e tudo de bom! (e desculpa se às vezes finjo que não te vejo ou isso, é porque estou com uma tipa, e tal, e depois ela ainda se mete contigo e pede que lhe ensines uns truques, uns "moves", e depois...bem, compreendes, não é assim mesmo?).
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