quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sons da "silly season": Morning has Broken


"Morning has broken" é uma das canções mais lindas algumas vez escritas, e indiscutivelmente a ideal para escutar enquanto se assiste ao nascer do sol, anunciando mais um dia entre o círculo exclusivo dos vivos, a que devemos dar graças. O sol que agora desponta no horizonte para nos brindar com a sua luz é o mesmo que iluminou os que já partiram, e irá guiar os que estão para chegar ainda. A sua presença não é apenas o cumprir de um ciclo que diariamente se renova; é uma dádiva sua, a generosidade de quem sente pena de nós, meros mortais, breves passageiros daquele pequeno mundo que à sua volta orbita.

O autor desta inspiradora canção é Cat Stevens, um dos músicos mais geniais da sua geração, e apesar da sua simplicidade, estava muito à frente do seu tempo. O album "Tea for the Tillerman", o seu trabalho mais conhecido, foi idealizado na forma de um livro de histórias infantis, mas viria a revelar uma beleza quase sublime, que lhe garantiu um lugar nos anais da história da música ligeira popular. Ninguém diria que este homem encantador viria um dia a converter-se ao Islão e mudar o nome para Yussuf Islam, mudando ainda a sua orientação musical, que o levou a gravar temas religiosos e louvores à sua religião. Ficaram ainda célebres as suas declarações sobre Salman Rushdi, o escritor britânico de origem Indiana condenado à morte pelo Ayatollah Khomeini do Irão, que declarou contra ele uma "fatwa" - um decreto religioso que obriga qualquer muçulmano a matar Rushdi, se tiver oportunidade. Enquanto o autor de "Versículos Satânicos" vivia escondido debaixo da cama com guard-costas à porta de casa, Yussuf Islam prometeu que caso o encontrasse, cumpriria com a "fatwa". A mente humana tem razões que a razão desconhece...

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