Digam o que disserem, este Papa Francisco é sem dúvida nenhuma "diferente". Se é um mérito, bom para ele, e isso ninguém lhe tira. Na semana passada recebeu no Vaticano 200 estudantes católicos e budistas, e fez um discurso comovente sobre a importância do diálogo inter-religioso, que se diz ter encantado os jovens filhos da Buda, que assim ficaram mais à vontade perto daquele senhor vestido de branco, e menos receosos de serem queimados na purificadora fogueira inquisitorial, como pagões que são. Agora vem a lume (falando em fogueiras) uma notícia que o sumo-pontífice telefonou a um outro jovem que lhe havia mandado uma carta. Stefano Cabizza, um estudante de engenharia de 19 anos de idade, deve ter mandado uma missiva tão simpático ao Papa que este lhe retribuíu com um telefonema. O jovem deve ter ficado surpreendido - não é todos os dias que alguém tão ilustre nos dá a honra - quando ouviu do outro lado: "Sou o Papa Francisco, trata-me por tu". Segundo o Papa, "Jesus tratava os discípulos por tu" (como se diz "tu" em aramaico?), e portanto dispensemos as formalidades, e em vez de "Sua Santidade" chama-me apenas Chico. E pronto. Os dois tagarelaram durante oito minutos, e o jovem Cabizza fica com qualquer coisinha jeitosa para pôr no curriculum vitae: "falou oito minutos ao telefone com o Chico, perdão, o Papa". Já sei que todos pensam que este é um acto enternecedor, e mais uma prova da faceta humana do Papa, um sinal de aproximação aos fiéis, aos seguidores da sua Igreja, blá, blá, blá, mas perdoem-me se estou a ser um desmancha prazeres: e se o Papa Francisco desata a telefonar a toda a gente que lhe manda uma carta, um postal, um fax ou um telegrama cantado? Não terá mãos a medir, e assim não lhe sobra tempo para...uh, fazer aquilo que ele faz, seja lá o que for. Por acaso eu gostava de receber uma chamada deste tipo, não do Papa, mas do chefe dele - sabem a quem me refiro. O problema é que se para Ele me ligar preciso primeiro de lhe mandar uma carta, não sei para que morada a possa enviar. Alguém ajuda?
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