sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Infinito mais mil


Ariel Castro, o motorista de autocarro do Ohio que foi capturado em Maio ultimo depois de ter mantido três jovens mulheres em cativeiro durante dez anos, foi julgado condenado a uma pena de prisão perpétua e mais mil anos. O julgamento foi bastante mediatizado, e outra coisa não seria de esperar, pois tratou-se de um caso de sequestro pleno de detalhes sórdidos que chocaram a América e o mundo. As mulheres foram repetidamente abusadas sexualmente por Castro, que fez uma delas abortar várias vezes recorrendo à brutalidade física. A pena pode parecer uma redundância, perpétua e ainda mil anos, o que é, logicamente, inconcretizável. Mas é assim nos Estados Unidos, onde não se estabelece uma pena máxima e aplica-se o cumulativo jurídico na sua totalidade, garantindo que todos os crimes são punidos de acordo com a lei. O arguido só se livrou da pena capital, que o deixaria no corredor da morte, porque negociou um veredicto de “culpado” por antecipação. Mesmo assim Castro disse em sua defesa que não é um monstro – e de facto nem um monstro seria capaz das atrocidades que ele cometeu – e que as relações sexuais com as vítimas foram “consentidas”! Um caso grave de desafazamento da realidade, e que torna este Ariel Castro um “case study” para psiquiatras e estudiosos da criminologia. Pode ser que tenham acesso ao seu cérebro e o possam analisar, uma vez cumprida a parte “perpétua” da pena. O que mais se saúda é a celeridade da justiça Americana, que julgou o caso em menos de três meses, poupando as vítimas e os seus familiares a uma angústia ainda maior através de litigios, recolha de elementos, adiamentos e outros subterfúgios típicos em situações deste tipo. Um desfecho com punição exemplar, e só espero que os Ariel Castros desta vida tenham captado a mensagem. Se estão realmente “doentes”, procurem ajuda professional, em vez de arruinar com a vida de inocentes.

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