Optar por permanecer em Macau durante o mês de Agosto tem as suas vantagens, bem como alguns aspectos menos positivos. Por um lado a quantidade de trabalho é menor, visto que muita gente se encontra de férias, mas em compensação a falta de pessoal leva a que por vezes essa regra tenha excepções. Foi o exemplo desta semana que agora termina, que foi bastante cansativa, e a juntar à fadiga do trabalho tivemos um calor insuportável que convidava a ficar em casa durante o periodo pós-laboral. Os compromissos profissionais de vária ordem apenas me permitiram passar pela Avenida da Praia Grande durante a manhã de ontem, e chegado ao local onde se encontra a Fundação Rui Cunha, reparei que tinha acabado de ser inaugurada mais uma exposição. Foi aí que me apercebi que a minha agenda sobrecarregada me deixou passar em claro a exposição dedicada aos 65 anos do jornal "O Clarim", que decorreu naquele espaço alguns dias antes. Fiz uma nota mental da exposição, que inclu♂a recortes de notícias das seis décadas e meia de existência d'"O Clarim", o que se reveste de inegável valor histórico.
Posto isto gostava de apresentar as minhas sinceras desculpas ao Clarim e ao seu pessoal. Não porque a realização ou o sucesso da exposição dependessem da minha presença, mas porque não fui capaz de demonstrar o meu respeito à publicação mais antiga em língua portuguesa de Macau ainda no activo. Apesar de não concordar com a sua linha editorial, "O Clarim" ganhou o seu lugar próprio na imprensa em português, evoluíndo de um mero boletim eclesial a Semanário com um respeitável valor jornalístico. O seu director, o Pe. Albino Pais, deixou recentemente o território onde já deixou saudades. O Pe. Albino é uma pessoa tão humana e acessível que me levava a esquecer que se tratava de um sacerdote católico. Não que tenha algo contra essa profissão, mas existem barreiras à discussão de certos temas mais sensíveis quando se trata de padres, o que não acontecia no caso deste nobre homem. Aos restantes elementos da redacção d'"O Clarim", em especial ao meu amigo Pedro Daniel Oliveira, uma grande bem haja, e muitos parabéns.
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