Um caso que está a chocar a Malásia, e não é para menos. Riduan Masmud, de 40 anos, este indivíduo asqueroso na imagem, violou uma adolescente de 13 anos de idade, e livrou-se da prisão, recorrendo a um expediente que leva agora a um debate nacional sobre a legitimidade da sua aplicação. O pedófilo foi detido e julgado, acusado de abuso de menores, mas perante a sentença nada simpática a que se arriscava, aceitou casar com a vítima. Riduan já é casado, e tem quarto filhos, mas a sharia, lei islâmica que vigora no país, permite que um homem tenha mais que uma esposa simultaneamente.
A jovem contou aos pais que foi violentada por um homem muito mais velho, e estes reportaram o caso às autoridades. O violador negou inicialmente, mas viria a confessar após uma recolha de sémen da vagina da vítima e um teste de ADN o ter denunciado. A acrescentar à série de contornos doentios desta história, Riduan terá aproveitado o facto da família da jovem vítima ser pobre, e convenceu-os a autorizar o casamento em troca de 5000 ringit - menos de 8000 patacas. Os que estiveram em tribunal e viram a vítima descrevem-na como uma criança pequena e franzina, cabelo entrançado e maquilhagem discreta, vestida de calças de ganga e uma camisola modesta, não disfarçando a sua frágil estrutura. Nada que sugira estar em condições de contrair matrimónio. Riduan tem quatro filhos, todos mais ou menos da mesma idade daquela que vai agora desposar para não ter de pagar pelo crime hediondo que cometeu.
A opinião pública divide-se, e entre os que reconhecem que o arguido errou mas "a lei é a lei", há os que não escondem a indignação pelo sucedido, e defendem que caso a vítima fosse de uma família abastada, o desfecho tinha sido outro. Os mais revoltados defendem que além de uma pena de prisão exemplar, o violador devia ainda receber um castigo físico. Asha Gill, uma mãe de família de 41 anos, vai mais longe ao sugerir que Riduan "devia ser castrado". Um ponto comum a todas as opiniões recolhidas é quanto à idade em que uma mulher deve contraír matrimónio, que nunca deveria ser antes de completar 18 anos. O próprio estatuto da mulher na Malásia, bem como em muitos outros países muçulmanos, deixam-na exposta a abusos vários, e casos semelhantes a este no passado viram os autores dos abusos sem castigo, ou apenas com uma mera advertência ou multa.
Um census realizado em 2000 na Malásia revelou que 6800 jovens menores de 15 anos eram já casadas, com o estado de Selangor a liderar as estatísticas. Ficou-se a saber que ainda que 235 crianças entre os 10 e os 14 anos eram já viúvas (!), e 77 eram já separadas ou divorciadas. Os casos de abandono de jovens que contraem matrimónio em tenra idade deixa-as mais expostas à pobreza, pois o casamento obriga-as a abandonar os estudos e depender do apoio dos pais. O risco de morte durante a gravidez ou o parto em jovens menores de 15 anos é cinco vezes maior do que as mulheres na casa dos 20, mas actualmente são bastante comuns os casos de maternidade em jovens no início da idade fértil. Um caso sério, que as autoridades malaias deveriam pensar numa forma de encarar do ponto de vista humanitário, e abandonar o pensamento caduco dos canônes maometanos.
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