Quando levo os miúdos à escola de manhã passo pelo Largo do Senado para tomar um café ou comprar os jornais. Todas as manhãs deparo-me com uma cena curiosa: centenas de pessoas juntam-se à espera da distribuição gratuita de um jornal qualquer em língua chinesa. Uma imagem de pasmar, que não fica nada a dever às imagens das filas para os racionamentos no tempo da II Guerra Mundial. Faça chuva ou faça sol, um frio de rachar ou um calor de derreter, lá estão eles, na sua maioria idosos, à espera do jornal. Não faço ideia a partir de que horas se começa a formar a fila, e não sei o que acontece se o jornal não chega para todos. A verdadeira questão aqui é esta: há mesmo necessidade? Os residentes de Macau não têm quatro patacas para gastar no jornal Ou Mun, Va Kio ou outro de melhor qualidade? O que acontecerá se um dia resolverem distribuír comida? O que pensarão os turistas deste postal? E tudo por um mísero jornal com meia dúzia de folhas...
5 comentários:
Não é só com os jornais, é com tudo. Parece que muitos chineses têm uma estranha atracção por filas. Se calhar é para verem à frente de quantos é que conseguem passar...
Que sapos!
Qual o nome do jornal? Haverá com certeza uma razão para tanta malta esperar pelo pasquim. A qualidade pode ser superior ao Oumun ou Va kio, who knows?
AA
O comentário das 10:20 é "spot on".
Venham para Portugal e vão ver como são as filas aqui. Nunca compreendi, como há gente que fica em filas enormes só para um misero café, comprar pão e sei lá o que. E se for de borla...
Acho que já esqueceram como é aqui em Portugal.
Até se faz bicha (perdão, fila) para se conseguir uma simples consulta médica em certas cidades (sim cidades, e não aldeias).
PORTUGAL é de longe o campeão das FILAS!
Enviar um comentário