sábado, 20 de março de 2010

Os blogues dos outros


O "Ministro" Costinha comunicou ao plantel do Sporting que Izmailov não voltará a jogar pelo clube. É mais uma decisão polémica da direcção de Bettencourt. Costinha criticou a atitude do futebolista russo por se ter recusado a "ajudar os companheiros" num momento importante como era o do jogo de quinta feira com o Atlético de Madrid, para a Liga Europa, e quando alguns deles se tinham disponibilizado "a sacrificar-se pela equipa" apesar dos problemas físicos que os afetavam. O responsável pelo futebol "leonino" considerou, ainda, uma "falta de respeito" a ausência de Izmailov na reunião e fez saber que, com ele a mandar no futebol, o jogador russo "não tinha condições" para voltar a representar o Sporting. Que mais irá acontecer para as bandas de Alvalade?

Pedro Quartin Graça, Corta-Fitas

O ex-jogador do FC Porto e agora contratado como director desportivo do Sporting conseguiu que a equipa de futebol treinada por Carvalhal fosse eliminada da Liga Europa. Costinha esqueceu-se depressa do tempo em que chegou tarde ao estágio da selecção e de quando Scolari o mandou às urtigas. Costinha prejudicou o Sporting grandemente ao tomar uma atitude contrária ao plano do treinador Carvalhal, no que respeitou ao afastamento do jogador Ismailov do seio da equipa. Ismailov era uma pedra fundamental para o jogo contra o Atlético de Madrid, mas teve um lapso no seu comportamento disciplinar, apesar de a equipa médica já o perseguir de longa data
Carvalhar iria colocá-lo em meio-castigo, sentando-o no banco e quando fosse necessário entraria em campo, o que aconteceria certamente a partir do resultado verificado de 2-2. Mas, o senhor Costinha, agora todo-poderoso (para a asneira), resolveu suspender de imediato, por indisciplina, o Ismailov. Ora aí têm os sportinguistas um director exemplar para o futuro enterro do Sporting...


João Severino, Pau Para Toda a Obra

Faz agora sete anos, ainda com Fidel Castro na plenitude das suas funções políticas, a máquina repressora cubana pôs-se em movimento acelerado: em três dias, entre 18 e 20 de Março de 2003, foram detidos 75 opositores ao regime implantado em 1959 na ilha - presentemente a única ditadura em todo o continente americano. Opositores como Raúl Rivero, Vladimiro Roca, Elizardo Sánchez e Martha Beatriz Roque. Em Cuba, onde vigora o modelo de "socialismo real" da antiga Europa de Leste, importado por Castro, as liberdades essenciais estão proibidas. Começando pela própria liberdade de abandonar o país, considerada "delito de estado". Há sete anos, três jovens cubanos pagaram com a vida o "crime" de pretenderem abadonar a ilha-prisão a bordo de uma lancha, seguindo o exemplo de cerca de dois milhões de compatriotas que se fixaram nos EUA desde a ascensão ao poder da família Castro. Chamavam-se Lorenzo Copello, Bárbaro Sevilla e José Luis Isaac. Eram negros, de famílias pobres, da classe trabalhadora: três estigmas que perduram no país. Com Fulgencio Batista no poder, os irmãos Fidel e Raúl Castro foram condenados a penas de prisão em 1953 por tentativa de golpe de estado mas indultados 22 meses depois, rumando ao exílio mexicano de onde recomeçaram a conspirar contra o regime. Fidel, que conserva a liderança do Partido Comunista de Cuba ("vanguarda organizada da nação cubana", segundo o artigo 1º da Constituição), e o general Raúl Castro, que hoje acumula a liderança política com o comando supremo das forças armadas, são muito menos magnânimos do que o ditador que os antecedeu, como ficou bem à vista nessa "Primavera negra" de 2003, um dos momentos mais sinistros do regime que vigora há meio século em Havana. Escritores, jornalistas, sindicalistas, professores, bibliotecários e activistas de direitos humanos foram encarcerados pelo simples facto de defenderem uma transição democrática no país, chegando vários deles a receber penas de 28 anos de prisão. Passados sete anos, 53 permanecem nos cárceres. Um desses 75 era Orlando Zapata Tamayo, que acaba de morrer na sequência de uma longa greve de fome. "Uma vida não vale nada, mas nada vale uma vida", como escreveu Malraux. Na Cuba dos Castro, uma vida não vale nada - sobretudo para quem é negro e pobre, como Orlando Zapata era e como é também Guillermo Fariñas, outro opositor em greve de fome. Mas Zapata não morreu em vão: falta pouco para o pesadelo em Havana chegar ao fim.

Pedro Correia, Delito de Opinião

O sentido de justiça fiscal desde governo é extraordinário. Cidadão que se atraza no pagamento dos seus impostos ou das suas dívidas à Segurança Social é "exemplarmente" punido; fazem-lhe de imediato a penhora dos bens, de preferência algum apartamento que tenha em seu nome. As empresas - leia-se os bancos- com offshores, isto é, com fundos de investimento no estrangeiro recebem um perdão generoso, limpam a ficha e se possível recebem um prémio. BES, CGD, BCP e outros esfregam as mãos de contentes. Não gosto do discurso populista do Sr. Louçã mas quase dá vontade de dizer num país com as dificuldades do nosso, em que as famílias lutam para sobreviver, em que o número de desempregados dispara, em que a pobreza grassa, tratar generosamemente quem pode arcar com as responsabilidades e foge ao fisco é um crime de lesa-Pátria. Alguém minimamente lúcido imagina que estas empresas vão declarar exactamente o que investiram e lucraram? Como é evidente isto é mais um convite ao estratagema, ao golpismo e à aldrabice. Ainda o Eng.o Sócrates se intitula socialista. A menos que....O Eng.o Sócrates (e seus muchachos) tenham começado a tratar da sua reforma dourada. Vai uma apostinha?

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

O carteiro que roubava os cheques das reformas aos velhos pensionistas, morre e vai para o inferno. Lá encontra o Diabo que lhe diz:
- Como castigo pelos teus pecados em vida, vais ficar uma eternidade dentro de um imenso tanque cheio de merda e atolado até ao queixo.
Ele olha para o lado e vê a Manela Ferreira Leite dentro do mesmo tanque com a merda só pela cintura. O carteiro irritado, chama o demónio e reclama:
- Desculpa lá!! Assim não dá!! Tem dó, eu não roubei tanto assim! Só roubei o dinheiro dos reformados de Vila Nova de Gaia, mas nunca ninguém conseguiu provar nada contra mim e estou aqui quase afogado em merda, enquanto a Manela que roubou a reforma a tantos funcionários públicos e pensionistas, está atolada em merda só até à cintura?
O diabo, muito zangado, olha para a Manela e grita:
- Manela! Sai já de cima da cabeça do Sócrates!!!!!


Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

Nunca percebi por que motivo a comunicação social, tão ávida em descobrir escândalos, não investiga os milagres que desacreditam o Vaticano e comprometem a sanidade dos crentes. De Alexandrina Maria da Costa, também conhecida por Santinha de Balasar, beatificada em 25 de Abril de 2004, talvez para comemorar três décadas da Revolução de Abril, até Nuno Álvares Pereira que curou o olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo fervente de fritar peixe, após ter beijado a imagem do guerreiro, tem havido uma série de prodígios que mereciam a atenção da comunicação social. No primeiro caso trata-se da devota que esteve mais de 13 anos sem comer nem beber, em anúria, alimentando-se apenas de hóstias consagradas – como anunciou o Papa João Paulo II –, maravilha bem maior do que a obrada por D. Nuno, de quem fizeram colírio para queimaduras do olho esquerdo com óleo de fritar peixe. É fácil acusar de anticlericalismo quem se preocupa com as campanhas sistemáticas de embrutecimento das diversas Igrejas para fanatizarem populações e aumentarem os seus proventos. Vê-se como a Europa lida mal com o Islão, que prega o ódio nas mesquitas e madraças e alimenta a xenofobia recíproca que ressuscitou a extrema-direita nas eleições regionais francesas desta semana. Prende-se por burla uma cigana que lê a sina na palma da mão e deixam-se á solta as Igrejas que vigarizam multidões.

Carlos Esperança, Diário Ateísta

As más raparigas vão para o céu, as boas vão para o MEO.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

1 comentário:

Anónimo disse...

"Não gosto do discurso populista do Sr. Louçã mas quase dá vontade de dizer..."

Acho piada a esta gente. Chamam populista a alguém e depois dizem o mesmo que o tal "populista" disse. Mas, para darem a entender as diferenças que os separam do tal "populista", rematam com "quase dá vontade de dizer". Ou seja, apesar de já estar dito, não chegaram bem a ter vontade de o dizer. Quase que tinham vontade, é certo, mas não chegaram a ter.

Mas o que é um político "populista", afinal? É aquele que diz coisas que vão contra o "establishment", mas em que toda a gente pensa, embora não o queira dizer? Pior que o tal "populismo" é a hipocrisia!