I. Numa entrevista ao i, Christopher Hitchens mostra, mais uma vez, que não consegue ou não quer compreender a pulsão religiosa dos homens. Isto porque Hitchens vê na religião uma espécie de fascismo travestido (que bela palavra, dr. Sócrates). Hitchens é daquela família de esquerdistas que deixou de pensar quando o fascismo e o nacionalismo acabaram na Europa. Sem o velho "inimigo" contra quem lutar, este esquerdismo não consegue pensar. Donde nasce a necessidade de transformar a religião numa espécie de fascismo que engana as pessoas com promessas divinas.
II. Além desta ira irracional que lhe tolda o pensamento, Hitchens revela o pecado da preguiça. Quando compara, de forma leviana, a religião ao fascismo, este nosso esquerdista esquece o papel essencial da religião na luta contra os totalitarismos do século XX (quer fascismo, quer comunismo). Depois, a suposta "novidade" de Hitchens tem, na verdade, cerca de dois séculos. No século XIX, já havia gente a fazer carreira intelectual através de frases como "a religião envenena tudo". É por isso que mais vale ler os originais, que estão nas bibliotecas sobre o século XIX.
III. Hitchens deve tudo a Deus. Sem Ele, Hitchens não existia intelectualmente. E é por causa deste ateísmo "cool" e preguiçoso que nunca digo que sou ateu. Sou agnóstico. E, como agnóstico, digo que é mais fácil falar com um crente do que com um ateu. Aliás, é impossível dialogar com um ateu. A intolerância, no início do século XXI, aqui na Europa, está do lado dos ateus.
Henrique Raposo, Expresso
7 comentários:
Este Henrique Raposo é burro ou faz-se. A intolerância está do lado dos ateus? Deve ser por isso que os ateus é que andam sempre em guerras religiosas, a perseguir quem não pensa como eles e a detonar bombas em nome de um Não-Deus. Para esta gente, afirmar que Deus não existe é intolerância, enquanto que afirmar que essa entidade que nunca foi vista existe de certeza absoluta é um acto de boa vontade.
"No século XIX, já havia gente a fazer carreira intelectual através de frases como "a religião envenena tudo"" (sic). Mas muito antes desse século também já havia gente a fazer carreira religiosa com frases como "os não crentes arderão nas profundezas do Inferno" e outras que tais. Este idiota do Raposo é que é um crente travestido de agnóstico, que escreve um artigo onde não diz nada que não seja lugares-comuns. Mais vale ler os originais do século XIX do que ouvir Christopher Hitchens (que nem sei quem é)? Sem dúvida! Tal como mais vale ler os originais em que as religiões se baseiam (muito anteriores aos tais originais do século XIX) do que ouvir as verborreias de padrecos e de energúmenos como o tal Henrique Raposo.
Burro é aquele que consegue negar a possibilidade de existência de algo. Eu também não vejo a inteligência dos que dizem não crer em Deus, será que isso significa que eles não têm mesmo inteligência?
Os ateus sempre afirmaram o que afirmam e não creio que seja intolerância. Cada qual é livre de dizer e de acreditar no que quer. Agora faltar ao respeito e gozar com os que pensam de forma diferente, não. Guerras religiosas? O comunismo, ateu na sua essência, foi responsável pelas maiores matanças de que há memória...
Há que ter muito cuidado com o que se diz. Acima de tudo há que haver respeito, seja por parte dos crentes ou dos não crentes.
alguem com conhecimento de causa me explica a diferenca entre um ateu e um agnóstico? ou igualdades
Tanto quanto sei, o ateu não admite a possibilidade da existência de um Deus. O agnóstico, embora não acredite em religião nenhuma, pode admitir a existência de um ser superior.
Eu também me incluo nos agnósticos. Mas percebo os ateus: mal por mal, acho que há menos burrice em afirmar que algo não existe porque nunca ninguém o viu do que afirmar a pés juntos a existência dessa mesma coisa que nunca ninguém viu.
Quanto às matanças dos ateus, desconheço que alguma tenha sido feita em nome do ateísmo. Foram matanças étnicas e políticas, algo de que gente muito religiosa também foi capaz, para além de que estes últimos têm ainda mais uma causa que os pode levar a matar: a religião.
Olhem por exemplo a China de Mao Tse Tung que era comunista pura: as pessoas NÃO PODIAM ter religião. E estamos a falar dum "senhor", venerado na RPC, que ficou com as mãos completamente manchadas de sangue com milhares de mortes no currículo.
E depois quem foi que disse que o ateísmo não proporcionou matanças? Tudo quanto é levado ao extremo dá azo a isso.
Mas o que é que há de extremista em afirmar que Deus não existe? E afirmar que o Pai Natal não existe, também é extremismo?
Anónimo das 20:30, não existe, a meu ver, problema nenhum em afirmar que Deus não existe (ou afirmar que existe). Problema há se, devido ao extremismo, cometer actos pouco aconselháveis. Por mim, cada qual acredita ou deixa de acreditar no que bem entender.
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