Hoje é Dia Internacional da Mulher. Assim sendo, gostava de expressar que não sou adepto deste tipo de datas, já que considero que ser mulher não é um
handicap ou uma doença ao ponto de merecer um dia dedicado ao tema, como têm o idoso, a criança ou a SIDA. Certo, certo, é preciso neste dia recordar a luta das pobres mulheres que ainda hoje têm o azar de nascer na Somália ou na Arábia Saudita em vez de nascer na Suécia ou na Noruega. Mas era melhor se assim não fosse, sinceramente. Depois arrepiam-me expressões e ideias feitas que se usam neste dia como a imagem de que a mulher é frágil e delicada “como uma flor”, ou que “carrega o fruto no seu ventre” como se fosse uma árvore, ou o verbo “parir” que me leva à memória dos poemas de Odete Santos (brrrrr….).
Posto isto, vivam as mulheres! Os homens podem ser os melhores comediantes na TV ou no cinema, mas as mulheres são as mais engraçadas na vida real. Não são fáceis de enganar, são cada vez mais inteligentes, e cheiram sempre bem mesmo quando não se lavam! Quando eu era pequenino disse uma vez assim: “quando eu for grande vou ter uma mulher!”. O meu pai ria, escangalhava-me o penteado com as suas afeições de pai e dizia com um ar paternal: “Pensas que é fácil, filho? Tens que trabahar muito!”. Doutas palavras que nunca me esqueci. Arranjar uma boa mulher nunca se consegue à primeira, nem à segunda, e em alguns casos nem à decima-quinta tentativa. E é por isso que vale a pena viver.
As mulheres não são só criaturas com aquelas curvas que nos deixam loucos, são as nossas mães, avós, primas, cunhadas e sogras. Uma mulher não serve para cozinhar, passar a roupa a ferro, lavar a loiça ou trazer um copo de whiskey e os chinelos enquanto lemos o “Hoje Macau” (ou o Expresso, ou o New York Times, ou o Corrière dela Sera, dependendo de onde me estão a ler). Como é que eu sei? A minha não faz nada dessas coisas! E depois não me venham com essa de que “carregar um filho” (outra expressão hedionda) é um “milagre”. É um castigo. Nunca haverá igualdade até os homens serem também capazes de passar nove meses com aquele peso na barriga. E isso leva-me a outra injustiça: porque é que as mulheres podem usar calças e os homens não podem usar saia? Pensem nisso.
E essa história das “mulheres no poder” ou das quotas e outro tipo de descriminação positiva incomoda-me. Quando entram para a política ou para posições de poder, as mulheres passam a ser homens. É preciso desprezá-las e chamar-lhes nomes como fazemos quando são os homens que estão no poder. Em suma, odiá-las saudavelmente. Mas tenho que admitir que são muito melhor gestoras, e isso aplica-se no meu “homec”. Se tivessem sido as Lehmann Sisters em vez dos Lehmann Brothers (os famosos Irmãos Limão), não estávamos metidos nesta alhada tão grande. Por isso hoje estendo um copo às mulheres, essas musas adoráveis, para que brindemos com Bailey’s, Kahlua, Campari e essas bebidas que as mulheres tomam. Bem hajam!
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