sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Os blogues dos outros


Passada a tempestade, as ruas de Banguecoque enchem-se de equipas de trabalhadores que erigem um pouco por toda a cidade altares votivos ao seu Rei. Aqui, o Dia do Pai é o do aniversário do monarca, como o Dia da Mãe o do aniversário da Rainha. Hoje assisti a coisa incrível. Em plena rua, na praça da zona comercial em que vivo, jovens de camisola vermelha davam os últimos retoques numa grande fotografia do Rei, ornamentada com flores amarelas. A seu lado, trabalhava uma equipa vestindo de amarelo. Falavam despreocupados uns com os outros, gargalhavam e uma rapariga de amarelo dava a mão ao seu namorado integralmente trajado de vermelho. Culpo-me por ser metediço e, quantas vezes, fotografar sem autorização as pessoas. Perante tal cena, não tive coragem de os fotografar. O sentimento monárquico é coisa grande, forte e entranhada nesta gente. É o país dos contos de fadas ? Não, é a Tailândia.

Miguel Castelo Branco, Combustões

José Sócrates antecipou o discurso das Janeiras e já anunciou que «As famílias portuguesas podem esperar ter um melhor rendimento disponível em 2009». Atendendo a que, depois de ele ter anunciado há um ano que 2008 «vai ser ainda melhor do que 2007», a coisa foi o que foi, nem me atrevo a antever o que nos espera.

João Villalobos, Corta-Fitas

Hoje, na Assembleia da República, aconteceu o inesperado. O CDS/PP pregou um grande susto aos socialistas e, em especial, ao Governo, quando apresentou uma proposta no sentido da suspensão da avaliação dos professores. Após a votação no plenário ficou a dúvida se a proposta tinha sido aprovada ou rejeitada. O presidente Jaime Gama teve que recontar a votação, fila por fila, e lá se concluiu que por poucos votos a proposta foi rejeitada. Votaram a favor da proposta do CDS seis deputados do PS, incluindo Manuel Alegre e ainda uma abstenção socialista. Treze deputados socialistas não estavam presentes. Então, porque é que não passou de um susto? Porque a maioria dos deputados do PSD não estava presente...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

O Jumento sabe que o PCP já encontrou uma solução para a sua grave situação financeira, sem ter que recorrer à venda do património. Bernardino Soares, admirador confesso do regime norte-coreano, está a admitir a hipótese de deslocalizar a sede e os centros de trabalho para a Coreia do Norte, onde não só poderia ter funcionários a troco de uma malga de arroz, como ainda poderia beneficiar dos funcionários do partido local, libertando o Estado e as empresas públicas das centenas de sindicalistas que são pagos para não trabalhar.

Jumento, O Jumento

Falando a um jornalista na televisão após uma reunião com os principais accionistas do PBN, o inefável Miguel Cadilhe disse: "Sabe qual é o lema dos comandos? A sorte protege os audazes!". Só que no caso do "audaz" Cadilhe e do "sortudo" PBN, o que os vai proteger é mesmo o dinheirinho dos contribuintes...

Victor Abreu, Jantar das Quartas

Greve dos professores. Adesão elevada. Conselhos Executivos e funcionários auxiliares mantêm muitas escolas em funcionamento. A Ministra da Educação tinha pressionado os Conselhos Executivos para manterem as escolas abertas. Conclusão: as escolas não precisam de professores. Precisam apenas de Conselhos Executivos para mandar nos funcionários, funcionários para abrir o portão e para manter a cantina a funcionar e burocratas para inflacionar as notas. Sem professores, a escola pode finalmente desempenhar o seu papel social: manter os miúdos ocupados e num local seguro enquanto os pais vão trabalhar.

João Miranda, Blasfémias

Admiro a pachorra de muitos em aturar putos cada vez mais malcriados que apenas pensam em consolas e telemóveis, mas por outro lado, quando vejo que a principal razão da sua luta é o modelo de avaliação proposto, ocorre-me uma questão:
- Os sindicatos liderados pelo taxista Mário Nogueira já propuseram algum modelo alternativo ou é tudo fachada e simplesmente não querem ser avaliados?


El Comandante, Hotel Macau

Hoje, ao deitar a mão ao bolso para pagar a bica, senti as moedas, constatatei a minha habitual falta de liquidez e senti-me um verdadeiro Banqueiro. E uma sensação de poder de tal forma inebriante que mandei vir um rissol.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

Está tudo pronto ?
A lista está feita ?
A àrvore de Natal já lá mora ?
Já compraram os presentes ?
Há crédito no cartão ?
Como é que é, estão a vibrar ou não ?
Contem lá aqui ao tio.


Francis, O Dono da Loja

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