terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Obama fuma, e depois?


E pronto, o mundo ficou a saber que o presidente eleito dos Estados Unidos, Brack Obama, é fumador há mais de 20 anos. E agora? Na Casa Branca é proibido fumar. A tragédia, o horror, o drama. O gajo até prometeu que ia deixar de fumar (faz lembrar o outro, um ponto contra, com a diferença de que não aprovou nenhuma lei anti-tabagista e depois foi apanhado a fumar num avião), e de que não ia fumar na Casa Branca, tingindo as alvas paredes da alva casa num castanho-nicotina que tantas vezes se encontra em folhas de papel higiénico.

Obama confessou a Tom Brokaw (o 'w' é silencioso) que deixou de fumar, mas "tem tido recaídas", e passou dois dias a justificar-se à nação que o elegeu. Que desgraça. A nação que elegeu e reelegeu um Bush que tinha um passado célebre de alcoolismo e cocaína, ficou chocada. Se soubessem nunca tinham votado nele. Ainda o apanhavam no autocarro ou no metro na hora e de ponta e pimba, lá puxava ele de um infecto cigarro.

Agora eu não tenho nada contra o facto de Obama ou outra pessoa qualquer fumar, desde que não passe a vida a atirar o fumo para cima de mim. Como ex-fumador sei quão difícil é deixar de fumar, e de como por vezes os fumadores são descriminados sem razão. Fuma quem quer, desde que não seja em prejuízo de quem não fuma. Já assumi algumas posições radicais contra fumadores (ou neste caso, quem como eu não largou o vício), mas não acredito que quem não fume viva até aos 100 anos (se viver, foi por mero acaso), e continuo a respeitar a vontade da maioria. Se num grupo de fumadores estou em minoria, não vou impor a minha vontade. Ainda o ano passado no aeroporto de Zurique, acompanhei dois amigos que fumavam à sala reservada ao efeito. Seria muito hipócrita da minha parte depois de ter passado quase 15 anos a encher os pulmões de alcatrão achar que os ambientes cheios de fumo "me incomodam".

O que a América, o país que iniciou esta ditadura higiénica precisa, é de um presidente que dê um murro na mesa e diga: "eu fumo, e depois?". Já Bill Clinton disse uma vez que "inalou fumo de marijuana no Vietname". Ó Bill, o que a malta queria ouvir era "fumei ganzas até nem me lembrar do dia do ano". É preciso um presidente que apareça com os chinelos de pelúcia em cima de uma pele de urso, em frente à fogueira, com um copo de brandy numa mão e um charuto cubano na outra. Chega de joggers e bebedores de sumo de laranja e afins. Queremos mais estadistas viciosos e virulentos como Churchill ou JFK. Ou Yeltsin, cum camano.

Chega de malta boazinha. É certo que a filha de Obama é asmática, e que o tal cão careca que vai residir na Casa Branca foi amplamente publicitado, mas e depois? A menina vai morrer porque o papá fuma? Isto é quase um insulto aos asmáticos em geral. Só falta dizer-lhes que deviam viver numa bolha para se protegerem do pólen ou da poluição. Fuma, Obama, fuma. Fuma até não poderes mais, e garanto que daqui a quatro anos ninguém se vai lembrar disso quando for às urnas. Seria cómico se o próximo candidato republicano acusasse Obama de ser fumador, o que é assim um pouco menos ilegal que invadir um país sem razão nenhuma alegando que lá existem armas de destruição maciça. Poluição? E que tal cumprir com o protocolo de Quioto, pá?

2 comentários:

Anónimo disse...

Estes pormenores da treta, como alguém fumar ou não, servem apenas para mostrar como a idiotice se instalou no mundo, via EUA. Nos politicamente correctos tempos que correm, a hipocrisia parece ser a maior virtude.

Anónimo disse...

mais vale fumar tabaco que fumar cocaina,a droga preferida do bush nos tempos livres.o hugo chavez por exemplo fuma cocaina todos dias,foi ele proprio que disse numa entrevista