E este podia ter sido o nosso jogo dos oitavos-de-final, tivessem aparecido os três golos que faltaram contra o Gana na fase de grupos. Mas fora de brincadeiras, na Arena Fonte Nova em Salvador da Bahia, onde Portugal foi goleado pela Alemanha no jogo de abertura do Grupo G, estiveram Bélgica e Estados Unidos. "Estiveram" é uma força de expressão, pois durante os noventa minutos do tempo regulamentar, não "estiveram" de todo, ou melhor, viu-se uma Bélgica mais afoita e com mais vontade de ganhar, mas foi preciso esperar pelo prolongamento para se ver algum futebol - e talvez este tenha sido um dos mais emocionantes 30 minutos extra da história. Foi aí que os belgas conseguiram finalmente expressar a sua maior qualidade, quer técnica, quer em termos de valores individuais, e neste particular há um nome a reter: Kevin de Bruyne, médio de 23 anos ao serviço dos alemães do Wolfsburg, e a quem os belgas ficam a dever a passagem aos quartos-de-final. De Bruyne marcou o primeiro e assistiu Romelu Lukaku para o segundo, e tudo isto na primeira metade do prolongamento. Os norte-americanos acreditaram que ainda era possível reagir a estes dois golpes aparentemente fatais nas suas aspirações, e dois minutos depois da troca de campo reduziram por Julian Green, e partir daqui foi um corropio de oportunidades para ambos os lados, com a indecisão sobre se a partida iria para "penalties" a durar até ao apito final. A Bélgica está merecidamente nos quartos-de-final pela primeira vez desde 1986, onde por acaso também chegariam às meias-finais, onde perderiam para a Argentina de Maradona, que se sagraria campeã mundial. Agora o adversário é outra vez a Argentina, desta feita sem Maradona mas com um substituto sofrível, que dá pelo nome de Messi, e vamos ver se os "diabos vermelhos" se vingam. Seja como for, é um encontro entre duas equipas que nos estão a dever mais do que prometeram.
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