Um homem foi condenado por tribunal iraniano por ter desrespeitado o jejum obrigatório do Ramadão, o mês sagrado da religião islâmica, que termina na próxima segunda-feira. O homem ingeriu alimentos durante o dia, e de nada lhe valeu o facto de ser cristão, e não estar obrigado a cumprir os preceitos da religião oficial do Irão, que como se sabe é uma república islâmica. O castigo é que foi o que se pode considerar entre o absurdo e o desumano; o homem foi levado para uma praça da cidade de Karmanshah, e em frente a uma multidão de centenas de pessoas foram-lhes queimados os lábios com um cigarro aceso. Juntamente com ele foram sentenciados cinco homens muçulmanos, a uma pena de 70 chibatadas. O Conselho Nacional de Resistência do Irão, que se opõe ao governo clerical, chama a atenção para a crescente perseguição levada a cabo contra os 250 mil cristãos no Irão, país com 76 milhões de habitantes. Segundo este grupo o ataque a cristãos e outras minorias religiosas têm aumentado tanto em quantidade quanto em crueldade, desde que a comunidade internacional aligeirou as sanções impostas ao regime, como parte de um acordo de não-proliferação de armas nucleares, acordo que ainda segundo o conselho, não tem sido respeitado de todo. Os cristãos são obrigados a atender a cerimónias religiosas islâmicas, impedidos de praticar a sua fé em liberdade, detidos e torturados por "heresia", e as mulheres cristãs são obrigados a trajar de acordo com os preceitos do Islão. A Organização dos Direitos Humanos Sem Fronteiras (HRWF, na sigla inglesa), incluíu o Irão na lista dos cinco países onde mais se pratica a "repressão da liberdade de religião ou crença”. Um dos casos mais mediáticos foi o de Hossein Soodmand, que em 2008 foi condenado à morte e enforcado por se ter recusado a abdicar da fé cristã e seguir o islamismo.
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