domingo, 20 de julho de 2014

Cuidado com a dose


Sete manifestantes que na quarta-feira pretendiam entregar uma petição no diário "China Youth Daily", em Pequim, sentiram-se mal depois de terem ingerido um pesticida, e precisaram de ser assistidos no hospital. O grupo, originário de Qingyang, distrito de Hongsi, na província de Jiangsu, foi expropriado das suas terras pelo Governo no ano passado, e não ficou satisfeito com a compensação atribuída. Os expropriados já se tinham queixado de pressões para não levarem o caso às instâncias judiciais, e um deles alega que a sua esposa terá ficado em prisão domiciliária ilegal durante oito anos por motivos idênticos, e os seus familiares ameaçados. Outro conta ainda que foi detido pela polícia de Sanli, onde residia, e mantido numa cela durante 52 horas sem comida e sem água, além de ter sido sujeito à tortura do sono. Os sete peticionários terão alegadamente tomado uma dose de pesticida que os deixaria doentes, com a intenção de dar um toque mais "dramático" à sua causa, mas a quantidade terá ficado entre o recomendável e o letal, e causou-lhes o desfalecimento à porta do jornal onde pretendiam contar a sua história. Ao depararem com o seu estado lastimável, inconscientes mas com os olhos abertos, e espumando da boca (!), os transeuntes que ali passavam resolveram chamar as autoridades, que levaram os manifestantes para o hospital. Todos estão ainda internados, três deles em estado grave. Junto dos documentos que pretendiam entregar ao jornal, foram encontrados frascos do pesticida que terá causado o envenenamento. Jiang Yanjun, morador na mesma localidade dos manifestantes e um dos signatários da petição, diz que o grupo tinha ido a Pequim procurar publicidade, mas acrescenta que os ouviu falar em tempos de um "pacto de suicídio".

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