Aqui está uma notícia que tem tanto de bizarro como de chocante, e ainda deixa a nu alguma da hipocrisia que grassa quando se abordam estes assunto do foro "cultural" e "étnico-religioso". Acontece que na África do Sul um rapaz de 9 anos contraiu matrimónio com uma mulher de 62. Isso mesmo, o pequeno Sanele Masilele tornou-se o noivo mais jovem do mundo ao "dar o nó" com Helen Shabangu, que além de ter idade para ser sua avó, é já casada e tem cinco filhos, todos muito mais velhos que o seu novo marido. Este casamento só foi possível porque as leis sul-africanas permitem a poligamia e a poliandria, por respeito às diversas crenças tribais existentes no seu território. Já o ano passado se tinha efectuado uma cerimónia de noivado simbólica, e agora realizou-se o casamento oficial, que contou com a presença de cem convidados, entre familiares a amigos do casal. As famílias justificam esta absurda união como sendo um ritual com o objectivo de "afastar os maus espíritos", pois o pequenote teve uma visão onde os seus antepassados lhe disseram que devia casar com uma mulher de 62 anos. Num assomo de maturidade pouco habitual para um jovem de 9 anos, Sanele disse "estar feliz" pelo casamento, mas que vai continuar a estudar, e mais tarde vai encontrar outra mulher da sua idade para casar, só por enquanto "ama Helen, a sua esposa". A mãe do rapaz confirma: "Um dia o Sanele vai crescer normalmente, casar-se e ter uma família dele. Toda esta cerimónia foi para fazer os nossos antepassados felizes. Se não o fizéssemos, algo de muito mau poderia acontecer à nossa família". Ah bem, assim não há problema. A lei permite porque "respeita os costumes de cada cultura", a família aprova, pois tem medo dos fantasmas, e Sanelle não tem outra escolha, pois os seus antepassados pediram-lhe para casar com uma velhota. Fosse isto ao contrário, e a notícia fosse a respeito de um velho de 70 anos que casou com uma miúda de 12 no Iémen ou no Afeganistão, ai Jesus que horror, pedofilia, que monstro horrível, como é isto possível? Claro que não aprovo nem uma coisa nem outra, mas isto demonstra como tantas vezes usamos dois pesos e duas medidas conforme cada caso.
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