Uma em cinco assediadas

Uma em cada cinco mulheres na China foram assediadas sexualmente no local de trabalho, segundo uma pesquisa. Foram entrevistadas 1837 mulheres de dez empresas em Guangdong, Jiangsu e Hebei e em Pequim, e 20% delas queixam-se de terem sido assediadas.

A definição de assédio sexual segundo estas mulheres inclui ser seguida, abordada de perto com intenções lascivas, SMS ou e-mails com conteúdos obscenos, beijos, abraços e até alguns casos de violação consumada. A pesquisa foi realizada pela Women's Watch da China, uma organização de Pequim sem fins lucrativos.

Apesar do elevado número de vítimas de assédio sexual na China, muitas preferem ficar caladas ou deixar os empregos em vez de denunciarem os abusadores. Apenas 45,6% das vítimas entrevistadas confrontou o assediador, enquanto 34,3% denunciaram-no a um superior. Menos de 20% contactou a polícia ou interpôs acções judiciais. Muitas das vítimas não denunciam o assédio porque têm receio do impacto negativo na sua imagem, e de como podem ser facilmente alvo de rumores.

"Muitas mulheres preferem o silêncio porque têm receio de perder o emprego, especialmente se o abusador for um superior seu", disse Chen Wei, uma advogada especialista em assuntos femininos. "Apesar de algumas vítimas terem a coragem de denunciar o abusador, muitas vezes é difícil reunir provas, uma vez que isto acontece entre portas", concluíu a causídica.