terça-feira, 10 de março de 2009

50 anos de exílio


Passam hoje 50 anos desde a insurreição contra a ocupação do exército chinês em Lhasa,Tibete, que terminou no exílio do Dalai Lama em Dharamssala, na India. Para assinalar este aniversário, cerca de 400 pessoas juntaram-se em Washington, perto da Casa Branca, pedindo uma posição quanto à auto-determinação da província dos Himalaias que se tornou parte integrante da R.P. China em 1950. A este respeito, recomendo a leitura deste excelente artigo de Jorge Morbey, publicado na edição de hoje do Hoje Macau. Dando lugar à pluralidade de opiniões, recomendo também a leitura do artigo de Tiago Azevedo, também na edição de hoje do mesmo jornal.

20 comentários:

Anónimo disse...

Para variar, o Leocardo defende o ponto de vista chinês também neste assunto. Estou correcto?

Anónimo disse...

Para que é que o Tibete quer independência? Para ser outro Timor-Leste?

Anónimo disse...

Curiosamente, com o enorme interesse, apoio e simpatia que o Tibete sempre recebeu dos quatro cantos do mundo, não sei até que ponto a sua independência não traria uma onda impressionante de donativos e assistência de governos e privados dos quatros cantos do mundo, o suficiente para inundar um território tão pequeno como este com recursos para se desenvolver (nem que o fizessem só para chatear a China).

Além disso, tornar-se-ia muito provavelmente num dos destinos turisticos mais populares do mundo. Claro que as pessoas hoje também já podem visitar o Tibete, mas um Tibete independente teria um charme completamente diferente.

(Se isto duraria muito é outra conversa...)

Infelizmente o mesmo nunca acontecerá com Timor Leste que quase ninguém conhece ou interessa-se.

Anónimo disse...

Jorge Morbey e Carlos Morais José podem juntar-se e abrir um gabinete chinês para os assuntos tibetanos em Macau.

Anónimo disse...

O Tibete alguma vez foi independente? Uma teocracia fundamentalista é superior ao actual statu quo? em quê?

Anónimo disse...

Excelente artigo de Jorge Morey? Eu teria vergonha de escrever um texto daqueles.

Anónimo disse...

Anónimo das 18:03,

Não misture as coisas. Isso é o mesmo que dizer que Portugal da ditadura de Salazar seria a mesma coisa que Portugal invadido por Espanha. Acha que sim?

El Comandante, faço minhas as suas palavras.

Anónimo disse...

Quem é este Jorge Morbey? Algum membro do Comité Central do Partido Comunista Chinês? Pelo discurso, parece. Até levanta algumas questões pertinentes sobre a intromissão norte-americana nos assuntos do Tibete. Só quem não quer é que não sabe que os ianques se metem em tudo o que lhes possa cheirar a comunismo, quer lhes diga respeito, quer não. Mas ao levantar estas pertinentes questões ao mesmo tempo que diviniza a China, cai no ridículo e o seu artigo funciona ao contrário do que ele pretendia: não tem credibilidade nenhuma. Apesar de não haver nenhuma diferença entre Jorge Morbey e os milhões que diabolizam a China e divinizam os EUA. São iguaizinhos, apenas se encontram em lados diferentes da barricada. A imparcialidade deve ser uma coisa mesmo muito difícil para estes idiotas, sejam eles pró-americanos ou pró-chineses.

Anónimo disse...

Anónimo das 0:49

Nem mais, e infelizmente o Leocardo é outro que, por muito que tente, não consegue mostrar o minimo de imparcialidade nas suas análises de certos temas mais controversos.

Mas ao contrário daquelas pessoas que são imparciais por incapacidade crítica ou factores emocionais, acho que o Leocardo é por pura e simples conveniência ou por outra palavra: medo.

É o que acontece a muito boa gente cá da terra. Acomodam-se, vão aprendendo a estarem calados e não criticaram o que não convem. Alguém já viu por exemplo o JRD criticar o Governo de Macau ou os líderes da RPC a sério, mesmo quando havia razões óbvias para isso?

Este Jorge Morbey é outro que tal.

Claro que niguém o admite (e muito menos o Leocardo), mas bem lá no fundo, todos sabem que é verdade...

Por isso é que eu e muita gente achou que o que aconteceu com a recusa dos vistos aos residentes de HK foi mais um passo perigoso no sentido de aprofundar este clima de receio generalizado em exprimir opiniões livre e abertamente em Macau.

Leocardo disse...

Ao último anónimo: se eu tivesse "medo", pura e simplesmente acabava com o blogue, arranjava uma desculpa qualquer e nunca mais se falava nisso. O que me parece é que o sr. tem problemas com quem não alinha incondicionalmente na sua linha de pensamento.

Numa coisa o sr. tem razão: é difícil ser imparcial (pode-se tentar...) em relação a este tema especialmente quando há duas posições tão extremadas. Mas perde a razão quando considera "parcialidade" alguém não pensar da mesma forma que o sr..

O regime chinês pode não ser perfeito, mas vai no caminho certo, ao contrário de outros (Venezuela, Zimbabwe para citar dois) que parecem estar a tomar a direcção oposta. Não me vou alongar no que penso em relação a este assunto, pois já o fiz aquando da passagem da tocha olímpica (cf. arquivos de Abril a Agosto).

Quanto aos outros comentários, há um que me chama a atenção. Não me parece que o Tibete seja um Timor-Leste em potencial, mas que "onda impressionante de donativos e assistência de governos e privados" é esta a que o anónimo das 13:45 se refere? Os países que ainda mantêm relações diplomáticas com Taiwan? Do Richard Gere? Da Mia Farrow?

A questão do Tibete serve pura e simplesmente para colocar alguma pressão sobre a China no plano internacional. Se o Tibete almejasse a independência, acabava-se a pressão (ou pegavam noutra coisa qualquer). Qual é o país que quer ficar de costas voltadas para a China? É tudo na base do "Olha, façam lá qualquer coisinha quanto ao Tibete. E agora vamos aos negócios".

O texto de Jorge Morbey pode ser desconfortável para quem defende a causa com unhas e dentes, mas é sóbrio, e baseado em factos. Factos contra fantasias. Quanto à questão dos deputados de HK, parece que Domingo vamos ter a grande final no estádio do Porto Exterior ;)

Cumprimentos.

Anónimo disse...

O texto do Jorge Morbey é sóbrio? O que ele defende é que a interferência americana retira ou retirou toda e qualquer legitimidade à causa tibetana, o que é um argumento do mais básico que pode haver (e um argumento "à Pequim").
Primeiro, porque é normal que quem luta por uma causa tão difícil e contra um adversário tão poderoso como a China recorra ou aceite apoios de terceiros (e quem é inimigo do meu inimigo é meu amigo).
Segundo, porque o facto de um terceiro querer tirar benefícios próprios da minha causa não a torna ilegítima. Nelson Mandela não aceitou apoio de estados párias na sua luta contra o apartheid? E era uma luta menos legítima por causa disso?

Anónimo disse...

O MaisKMuito (suponho que não seja esse o seu nome verdadeiro) é o meu herói. Fala de medo, dispara na direcção do Leocardo, do JRD, do Morbey, e no entanto esconde-se atrás do anonimato para arrotar as suas postas de pescada. É de heróis destes que o país precisa!

Anónimo disse...

Ter medo não implica acabar com o blog. Apenas ter cuidado com a língua, não é?

Leocardo disse...

Nem por isso. Se acabar com o blogue, não passo fominha. Comprende, hombre?

Cumprimentos.

Anónimo disse...

"O texto de Jorge Morbey pode ser desconfortável para quem defende a causa com unhas e dentes, mas é sóbrio, e baseado em factos." (sic)

Ó Leocardo, vamos lá ver uma coisa: que seja baseado em factos até nem duvido. Só é pena que, por um lado, apresente apenas os factos que interessam a uma das partes e, por outro, exalte as grandes e boas intenções da China, ilibando-a completamente das culpas que tem no cartório. O texto não é desconfortável para quem defende com unhas e dentes o lado contrário. Ao invés, como de sóbrio não tem nada, acaba por perder toda a credibilidade que poderia e deveria ter, favorecendo ainda mais a "causa" do grande grupo anti-China, por ser um texto ridículo. A questão da interferência norte-americana é sempre escamoteada e Jorge Morbey, ao introduzir esse elemento, tinha todos os ingredientes para fazer um excelente texto. Os factos bastavam-se a si próprios e não era preciso enveredar por cantos laudatórios à grande China. Mas, pela forma como escreveu o texto, transformou-o numa peça de propaganda. E em propaganda ninguém com suficiente juízo acredita.

Foi a mim, que até acho que o Tibete está melhor integrado na China do que entregue a si próprio, que o texto causou algum desconforto. É tão propagandístico que chega a ser escandaloso que seja publicado num jornal. E eu, que nas minhas conversas de circunstância sobre estes assuntos friso sempre a prepotente acção dos EUA por esse mundo fora, afirmando que são os grandes culpados de muita porcaria que acontece e tem acontecido no planeta, e que, apesar de ser europeu, me sinto cada vez mais anti-europeu pelo facto de esse continente se ter tornado numa pandilha de lambe-botas dos EUA (e dos islâmicos, mas isso é outro assunto) , não me atreveria a misturar factos com loas. O facto de os EUA terem grandes (ir)responsabilidades neste assunto, como em quase todos os outros, não justifica o artigo propagandístico pró-chinês que o Morbey escreveu. Apesar de eu conseguir antipatizar muito mais com os EUA do que com a China, se fosse director daquele jornal não publicaria o texto tal como está. Em vez disso, diria ao Morbey: "Escreva outro em que apresente os mesmos factos e deixe de lado a propaganda laudatória pró-chinesa, que eu depois publico".

Neste assunto, como noutros, dou mais razão à China do que aos autodenominados defensores dos direitos humanos (quase todos ocidentais e pró-americanos). Mas haja decência e não se diga que aquilo é um texto sóbrio.

Anónimo disse...

Uma das confusões que se fazem quando se discute este problema é pensar que isto é uma luta entre separatistas e aqueles que querem que o Tibete continue a fazer parte da China.

Na minha opinião o que se trata aqui é da luta entre um governo casmurro que insiste em manter uma política que não resolve o problema e um povo que quer apenas ser tratado com respeito e que a sua cultura profundamente religiosa seja protegida.
Se isto implica independência ou não, isso eu não sei.
Embora eu não veja nada de pecaminoso nisso.
Mas não tem necessariamente de passar por aí.

Que o nível de vida do povo tibetano melhorou bastante nos ultimos 30 anos, assim como no resto da China, não restam duvidas.
Mas é so isso que conta?
É tudo uma questão de estradas, electricidade e de um comboio?
Se fosse assim os indonésios foram também uns excelentes administradores em Timor.

A maneira como a China demoniza o Dalai Lama só contribui para um maior resentimento dos tibetanos em relação ao governo chinês.
Como já disse os tibetanos são profundamente religiosos.
Se isto é bom ou mau não interessa.
É um facto que não pode ser escamoteado por quem lida com os tibetanos.
e o Dalai Lama é a figura mais importante do budismo tibetano.
Seria o mesmo que o governo português resolvesse diabolizar o Papa por alguma razão.
E os portugueses não têm nem de perto nem de longe o grau de religiosidade dos tibetanos.

O problema da liberdade religiosa aqui é fulcral.
Mas não estou a ver o governo chinês mudar a sua atitude em relação a este problema.

E sem isso, nada feito.

e o problema continua e a China continua com esta pedra no sapato.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 7:18.

Que comentário mais idiota. Eu sou tão anónimo como você ou o autor deste blog portanto nisso estamos todos iguais.

O que é que queria?

Se eu escrevesse um nome Carlos ou Pedro, deixaria de ser anónimo para si? Se quiser dê-me o seu email que eu envio-lhe o meu nome e telefone em Macau para falarmos ok?

E se eu tivesse medo não escrevia abertamente estas coisas pois como o meu amigo deve saber, a CTM tem possibilidade de descobrir os IP de origem de qualquer um de nós.

Anónimo disse...

"O texto de Jorge Morbey pode ser desconfortável para quem defende a causa com unhas e dentes mas é sóbrio, e baseado em factos."

Estou longe de defender a causa com unhas e dentes. O que me impressionou foi ver um texto daqueles, que mais parecia retirado do "Avante", publicado num Jornal.

Anónimo disse...

Pois, foi o que eu tentei dizer. Os jornais devem publicar textos jornalísticos, não textos propagandísticos.

Anónimo disse...

O que se há-de fazer, como alguem ja falou aqui, ao colectivo que fabrica este blogue??