sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os blogues dos outros


Os McCann exploram até à saciedade o filão Maddie que afinal não era tratada [pelos pais] como Maddie. O ataque do casal a um antigo inspector da Polícia Judicária encarregue do caso, nas páginas do Expresso, é arrazador e revelador de uma estratégia fria e consabida. O casal joga com a cobertura noticiosa que a distância propícia, pois sabe que dificilmente as autoridades portuguesas se [quere] [pode]rão defender de acusações assertivas e [provavelmente] injustas do casal sobre as dificuldades da investigação. Tenho a intuição que este foi o 'crime perfeito'; agora é apenas um remake destinado a manter o interesse dos media e a captar simpatias dos menos avisados. A criança -temo - já há muito se volatilizou na orquestração do crime. Crime sem castigo? Se calhar. E os autores? Não sei se algum dia saberemos quem são. Até lá o casal McCann cavalga a onda da notoriedade e tira partido disso. Dá vontade de perguntar: o que é feito dos milhões de libras que o casal recolheu numa campanha mundial para "pagar' as investigações privadas ao desaparecimento da criança? Onde param? E que resultados há dessa investigação? Parece que em Inglaterra há muita gente que tem dificuldade em fazer uma pergunta que é não só evidente como crescentemente oportuna.

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

A chamada rentrée televisiva trouxe lixo novo aos ecrãs. Na SIC, o maior detrito chama-se O Momento da Verdade, tutelado pela "grande comunicadora" Teresa Guilherme. O povão vai lá escancarar a sua vida íntima, a troco de dinheirinho. O espectáculo é aflitivo de tão miserável. Quem tinha a ilusão de que as televisões portuguesas se podiam auto-regular, que veja 5 minutos de O Momento da Verdade. Perde-as logo. Dá mesmo vontade de pedir o regresso da censura.

Victor Abreu, Jantar das Quartas

A Igreja Católica sempre doutrinou que o casamento é indestrutível. "O que Deus une o homem não pode separar" é a máxima que nos transmitiram ao longo dos tempos. Mas também ao longos dos anos assistimos aos mais altos dignatários da Igreja Católica a aceitar os mais variados políticos ou mafiosos ricos que casaram, descasaram, alguns até por mais de um vez.
De tal modo assim é, que ainda hoje pudemos ver o Papa Bento XVI em amena cavaqueira com Nicolas Sarkozy e a sua nova companheira, a célebre Carla Bruni, a mesma que até já chegou a dizer quantos companheiros teve na sua intimidade. Os altos interesses a estas cenas obrigam...


João Severino, Pau Para Toda a Obra

Noutro registo, também parece facilmente perceptível que a gravata é um dos principais símbolos fálicos que adornam a indumentária masculina. Dependurada (ainda que este facto dependa da goma que se lhe aplique e que a poderá, ou não, encrespar) e terminando, regra geral, numa seta apontando para o dito cujo. Há, inclusivé, quem a veja como um símbolo do poder masculino sobre o feminino.

VICI, MACA(U)quices

Sempre que visito a Colecção Berardo, apercebo-me da quantidade crescente de espaços vazios, tipo, paredes de 40 metros com um único quadro 50x50 cm. Agora é que eu já percebi porque é que o homem insiste na entrada gratuita. É que se alguém pagasse para ver a actual miséria, era capaz de ficar com uma vontade tremenda de lhe apertar o pescoço.

Minerva MacGonagall, Avada Kedavra

Confesso que simpatizo com a lei do divórcio proposta pelos socialistas, mas se fosse Presidente da República – aviso já que dava imensos banquetes – se calhar também vetava a lei. Apenas com um argumento. Com tanta gente a casar no actual regime, onde ainda se admite que as pessoas transfiram a sua liberdade para uma conflituosa colectividade chamada “casal”, não parece ser necessário, nestes termos, alterar lei nenhuma neste mundo, a não ser, talvez, a lei da violência doméstica, que é desfecho de muitos contos de fadas estribados por contrato.

JCS, Lóbi do Chá

Não sendo jurista de formação custa-me ouvir gente de direito associar a eficácia da justiça à prisão preventiva, como se fosse possível prender preventivamente todos os criminosos das mais diversas estirpes ou, pior ainda, que a prisão preventiva constitui um adiantamento de uma futura pena a decretar por um tribunal. A lógica é simples, mesmo que se livrem em tribunal já não se livram de três anos de prisão.

Jumento, O Jumento

sempre que me perguntam onde estava no 25 de abril gostava de poder responder que soube da notícia de manhã, saí à rua e me juntei ao povo, festejando a liberdade. mas a verdade é que ainda não tinha nascido. sempre que me perguntam onde estava no 11 de setembro, gostava de poder responder que soube da notícia de manhã, saí à rua e me juntei ao povo, chorando a revolta, o terror e a opressão. mas a verdade é que ainda não tinha nascido.

João Gaspar, Last Breath

1 comentário:

VICI disse...

Leocardo, obrigado pela referência.

Abraço.