Guangzhou Evergrande faz história

O Guangzhou Evergrande FC tornou-se no Sábado o primeiro clube chinês a conquistar a Liga dos Campeões Asiáticos, a maior competição futebolística de clubes da Ásia. A equipa de Cantão começou por vencer o grupo F da primeira fase da prova, deixando os coreanos do Jeonbuk Motors em segundo lugar e afastando os japoneses do Urawa Red Diamonds. Nos oitavos-de-final deixaram para trás os australianos do Golden Coast Mariners, com vitórias nas duas mãos, e repetiram o feito nos quartos-de-final frente ao Lekhwiya al-Orta, do Bahrain. A carreira 100% vitoriosa na fase a eliminar continuou nas meias-finais frente aos japoneses do Kashiwa Reysol, e o que parecia complicado tornou-se fácil, com uma goleada por 4-1 no país do sol-nascente, e por via das dúvidas, outra por 4-0 no estádio Tianhe. Chegava a final e a oportunidade para fazer história, e os chineses não desperdiçaram, com uma vitória no cômputo das duas mãos frente aos coreanos do FC Seoul, mas apenas na diferença de golos marcados fora de casa. Depois de um empate a duas bolas na capital coreana, outro empate a um golo em Cantão foi quanto bastou para levantar pela primeira vez o tão ambicionado troféu.

O Guangzhou Evergrande foi fundado em 1954 com o nome de Guangzhou Football Team, nome que manteve até 1989, vésperas da profissionalização do futebol na China. Mudou de nome mais quatro vezes até 2010, altura em que foi adqurido pelo grupo de fomento predial Evergrande, que lhe deu a actual designação. Os tigres do sul da China, como são conhecidos, são orientados pelo italiano Marcelo Lippi, campeão do mundo pela selecção do seu país em 2006, que os levou o ano passado à conquista do bi-campeonato chinês, e agora ao topo do futebol na Ásia. O plantel é composto por vários internacionais chineses, além dos brasileiros Elkeson e Muriqui, médio e avançado, respectivamente, e do argentine Dario Conca, grande estrela da equipa e jogador mais bem pago da China. Um título que fazia falta ao futebol chinês, que depois do entusiasmo que foi a qualificação para o mundial de 2002, tem andado mergulhado num marasmo, provocado por suspeitas de corrupção e fabricação de resultados.