Esta é a segunda vez em menos de um mês que escolho Cristiano Ronaldo como figura da semana, mas depois de tudo o que se viu e que se disse durante os últimos dias, não me resta outra alternativa, arriscando-me a cair no ridículo. Acontece que C. Ronaldo teima em exceder-se, a ir além dos limites, e fosse ele alpinista e acabasse de subir ao Evereste, inventava uma montanha mais alta para conquistar. As imagens do jogo contra a Suécia na terça-feira que correram mundo, especialmente dos golos, não conseguiram deixar ninguém indiferente. Quer se goste ou não, o futebol é uma arte, e o nosso CR7 é o seu maior artista vivo e no activo. A exibição perfeita e a demonstração de raça do jogador português foram uma excelente publicidade à própria modalidade, e um motivo de orgulho para nós, portugueses. Estamos tão inchados que nos arriscamos a rebentar.
Não sei se já leram o meu artigo de ontem no “Hoje Macau”, onde falo de talento, e de como o talento precisa de ser identificado, encorajado, estimulado e trabalhado. O que C. Ronaldo tem é talento puro. Aquilo é a personificação do talento, e o resultado da tal estimulação e incentivo. Tenho a certeza que os pais do atleta nunca lhe disseram que pensasse em fazer outra coisa qualquer com a sua vida, porque aquilo “não dá dinheiro”. Dá e não é pouco. Em Portugal, onde o futebol é mais que uma paixão, é uma “vaca sagrada”, qualquer pai sente orgulho de um filho com o mínimo de queda para os pontapés na bola. Mesmo nos campeonatos regionais nos escalões de formação há pais que se orgulham dos feitos dos seus filhos, pavoneiam-se em frente aos outros pais quando o seu “puto” faz um bom jogo, promete-lhe um bife para o almoço se marcar um golo. Em Macau os formandos das escolinhas de futebol ficam sem ir treinar duas semanas durante os exames escolares, em Portugal basta não apresentarem resultados desastrosos para continuarem no futebol. Esta é a diferença entre quem procura o talento, e quem não quer ver nem de binóculos. Resultados? Pragmatismo? O que temos para mostrar? Resposta: Cristiano Ronaldo.
O mundo viu e reviu, vibrou se é fã do jogador e deu o braço a torcer se nem por isso. Os críticos ficaram silenciados, e os engraçadinhos como Blatter ou a Pepsi sueca estão rubros de vergonha, com receio de sair à rua e verem o mundo a rir-lhes na cara. Quem se mete com o nosso ídolo, leva. Mais do que ser o melhor naquilo que faz, C. Ronaldo é possivelmente o maior embaixador do nosso país no exterior. Acredito que ainda haja muito boa gente que não sabe onde Portugal fica, se é um país ou qualquer coisa que se come, mas devem ser poucos os que nunca ouviram falar de C. Ronaldo. O lado bom de tudo isto é pertencer à mesma nacionalidade deste autêntico herói das massas; se nós somos portugueses “como o Cristiano Ronaldo”, sim senhor, só podemos ser uns tipos à maneira, pelo menos. Corre nas nossas veias o mesmo sangue lusitano daquele super-herói que incendiou o ambiente gelado de Estocolmo. Parabéns e obrigado, Cristiano, e espero que esta minha menção simbólica seja um isco para o prémio de melhor do ano, que tu mereces. Aliás, assim como a própria “Figura da Semana”, quem mais pode reclamar o título de melhor do mundo?
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