No último programa "Contraponto" o director do Hoje Macau, Carlos Morais José, mencionou o facto da maior empresa de matriz portuguesa território, o Banco Nacional Ultramarino (BNU), "esuqecer" a nossa língua, em deterimento do chinês e do inglês. Sim senhor, acho mal que se privilegie o idioma de Shakespeare e não o de Camões, até porque o inglês não é língua oficial da RAEM, e é de lamentar que nenhum dos caixas domine a nossa língua. Só que isso é o que menos me incomoda; sei falar inglês, e existe atendimento personalizado em português, mesmo na caixa, se insistirmos muito. O maior problema do BNU é a qualidade dos cartões - os de ATM e de crédito.
Sendo eu português e o BNU um dos maiores bancos do território (é a par do Banco da China a entidade emissora da pataca), é a insitutição bancária da minha escolha, quase como por inerência. Não me imagino a abrir uma conta em qualquer instituição bancária. Em retorno espero um serviço de qualidade, e que o meu banco não me deixe "com as calças na mão", como aconteceu neste feriado do 1º de Maio. É mesmo chato ficar sem poder levantar dinheiro com o cartão e ainda por cima com o banco fechado. E o meu drama esteve muito perto de se transformar em pesadelo.
Fui jantar fora na terça à noite, e por sorte tinha dinheiro suficiente na carteira para pagar a refeição. Posto isto fui levantar dinheiro na caixa mais próxima, neste caso do Banco da China, onde o meu cartão foi recusado. Voltei a tentar numa caixa do BCM na Rua da Palha, e aconteceu o mesmo. Resolvi então andar até à sede do BNU, na Av. Almeida Ribeiro, onde se confirmaram as minhas suspeitas: o cartão não funcionava, e banda magnética estava danificada. Para me remediar levantei dinheiro com o cartão de crédito, sujeitando-me assim a pagar as 30 patacas de taxa por levantamento em numerário. Contra a minha vontade claro.
Foi o último suspiro do meu "BNU Gold Card", que inexplicavelmente estava já um pouco rachado há algum tempo. Ontem ao fim do dia estava completamente impedido de levantar dinheiro. Valeu-me o Buda ter evitado que acontecesse alguma emergência. Na carteira tinha dois cartões sem uso, e todo o parco dinheirinho que pussou neste mundo depositado no BNU. Em termos de serviço, tudo aquilo que apelidam de "easy banking" e outros chavões em inglês (aí está...) deixou de fazer sentido. Não senti toda esta "conveniência" que o meu banco publicita nada conveniente. Senti-me enganado.
Fui esta manhã à sede do BNU, onde me disseram o que há muito já sabia: "a banda magnética está danificada".
No shit Sherlock. E logo em ambos os cartões ao mesmo tempo. "Estarão prontos em quatro dias úteis, pode vir buscá-los na quarta-feira". A sério? E o que vou comer até lá? Tenho que ir ao banco cada vez que quiser levantar dinheiro? E no fim-de-semana, vão abrir de propósito para mim? O que vou comer até lá? Como é que vou viver? Se me encontrarem morto em casa, já sabem a quem imputar responsabilidades.
Não sei de que são feitos estes cartões, sinceramente. E o pior é que isto acontece
todos os anos. Pelo menos uma vez por ano a tal banda magnética do cartão ATM dá o badagaio e lá tem o Leocardo que chutar 50 patacas - ainda por cima! O meu cartão de crédito foi emitido o ano passado, e tinha validade até 2015. O que sugerem que faça para que o cartão não fique danificado? Que não o utilize? Só faltava que me dissessem isto quando lá fui esta manhã com cara de poucos amigos. Seria a última gota do copo que estava prestes a transbordar. Não, não é o desrespeito pela língua portuguesa o que mais me incomoda...
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