A Coreia do Sul elegeu anteontem Park Geun-hye, do partido Saenuri, como presidente; a primeira mulher a desempenhar esta função naquele país asiático. Park derrotou Moon Jae-in, do Partido da União Democrática por pouco mais de um milhão de votos. A Coreia do Sul junta-se assim às Filipinas, Tailândia e Indonésia na lista de países do extremo-oriente a elegerem uma mulher para o cargo de liderança do Governo.
Park Guen-hye, de 60 anos, tem um "background" respeitável. Filha do ex-presidente Park Chung-hee, a mais velha de três irmãos, exerceu o cargo de primeira-dama entre 1974 e 1979, após a morte da sua mãe Yuk Young-soo. O seu pai exerceu de forma totalitária a presidência durante 16 anos, e é o grande responsável pela industrialização e desenvolvimento económico do país nos anos 60 e 70. Como não há bela sem senão, deixou-se inebriar pelo poder, declarou-se "presidente vitalício" e viria a ser assassinado pelo seu chefe de segurança em Outubro de 1979.
Guen-hye licenciou-se em engenaria electrónica na Universidade de Sogang em 1974 e foi prosseguir os estudos em Grenoble, na França, mas logo interrompidos devido à morte da mãe. Depois do fim da ditadura de Park Chung-yee, seguiu-se um período de interregno da vida política, regressado em 1998, sendo eleita para a Assembleia Nacional por quatro mandatos consecutivos. Em 2007 Guen-hye pediu desculpas pelo tratamento dado a activistas dos direitos humanos durante o regime de seu pai.
A recém-eleita presidente, que tomará posse em Fevereiro próximo, é desde 2008 a favorita a suceder Lee Myung-bak na liderança dos destinos da Coreia do Sul. Casada e com dois filhos, partidária do ateísmo e autora de cinco livros, é tida pelos seus críticos como sendo uma mulher "fria" e excessivamente metódica, que se apoia demasiado em pressupostos teóricos. A sua eleição marca o regresso da dinastia dos Park, mais de 30 anos depois.
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