segunda-feira, 2 de maio de 2011

E agora, depois de Bin Laden?


A morte de Osama bin Laden é sem dúvida e maior notícia dos últimos tempos. Em termos de mediatismo, pode ser comparável à morte de Michael Jackson, em 2009, mas em termos de significado só pode ser equiparada aos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, alegadamente encomendados pela Al-Qaeda do próprio Bin Laden. Dez anos depois do mundo ficar a conhecer Bin Laden, o mesmo mundo assiste ao seu fim, às mãos do inimigo que ousou atacar quase dez anos antes.

Não vai faltar quem especule de que a morte do líder e de vários líderes da Al-Qaeda ontem no Paquistão é mais uma encenação propangadísticas dos imaginativos americanos. Haverá quem diga que se trata de uma manobra de charme de Obama para ganhar a (complicada) reeleição para a presidência dos E.U.A.. Só que ninguém me convence que os americanos anunciassem a morte de Bin Laden sem ter a certeza que ele estará realmente morto. E a isso não há teoria da conspiração que resista.

A primeira pergunta que toda a gente fez quando soube da notícia foi: "E agora?". Não de forma a desvalorizar o feito da intelligence americana, que localizou e abateu o seu inimigo público nº 1, mas como o que será o futuro depois deste autêntico "fantasma" ter sido apagado. Será que a Al-Qaeda vai retaliar em força? Será que a morte do seu símbolo máximo desmotivará as várias células da organização terrorista em todo o mundo? Só o tempo o dirá, e no caso de prevalecer a primeira possibilidade, que Deus nos livre de sermos apanhados no meio da "vingança".

O terrorismo não foi inventado por Osama bin Laden nem pela Al-Qaeda. Já existia, e vai continuar a existir para além de Bin Laden. O terrorismo continuará a existir enquanto continuarem a existir pessoas com a mentalidade de que é possível atingir os seus objectivos através do medo, da chantagem e da violência. Resta saber que significado esta morte poderá ter dentro dos núcleos terroristas. Pode ser que aprendam que afinal os seus crimes têm, mais cedo ou mais tarde, o respectivo castigo.

15 comentários:

Anónimo disse...

Leocardo, uma sugestão local para vídeo da semana http://www.youtube.com/watch?v=p6MlmrfyYRE

Anónimo disse...

e o Egito e a Líbia, já não vendem?

Anónimo disse...

olha! morreu o Tim Osman...

Anónimo disse...

Onde andam aqueles que se queixaram de o Saddam ter sido julgado num tribunal liderado por um juiz iraquiano e condenado por sentença? Por ter sido ordenado pelo ungido/messias/nobeleiro da paz já não é errado que se mate por ordem do executivo? O Direito Internacional já não tem aplicação aqui? Ou é só com o Bushhhhhhhh? Esta esquerdalhada é muito curiosa.

Anónimo disse...

Como também é curioso, anónimo das 02:27, comparar o Saddam Hussein, que era chefe de um estado independente e que, bem ou mal, se limitava a governar o seu país (assuntos internos, portanto, em que ninguém se tinha de meter), com o Bin Laden, cujo objectivo era espalhar o terror pelo mundo. Não conseguimos ver as diferenças, é?

Anónimo disse...

Conseguimos pois. Num caso existe direito internacional noutro caso não existe direito internacional. Num caso era o líder pacífico eleito durante décadas pelo seu povo em eleições livres, que amava o seu povo e não os perserguia, torturava ou matava nem levava a cabo extermínio de curdos. Neste caso era um monstro assassino. Antes do Obama era ilegal ter prisões secretas na europa, sobrevoar o espaço aéreo europeu com os enraba cabras mas agora já está tudo bem em mandar-se um balázio nos cornos desta besta.

A diferença está em quem lidera o executor. Se for o bushhhhhhh: viola o direito internacional. Se for o ungido: não viola o direito internacional e ainda leva um nobel da PAZ por antecipação. Esquerdalhada no seu melhor.

Anónimo disse...

E a violação do espaço aéreo de um país soberano, também está de acordo com o Direito Internacional ou não se aplica quando é executado pelo messias?

Anónimo disse...

Este assassinato tratou-se de uma operação militar em território paquistanes sem a devida autorização ou mesmo conhecimento das autoridades locais.
Por vezes, os fins, não deviam justificar os meios.
Não vejo grande diferença de um atentado terrorista...

Ludovico disse...

Nos atentados terroristas mata-se o mais elevado numero de pessoas que é possivel, sem qualquer distinção de raça, sexo, idade, convicções religiosas politicas ou outras; neste "atentado", elimina-se o terrorista global, confesso (e não alegado, como - em minha opinião, tristemente - se refere no post...) inspirador, co-organizador e co-autor moral dessas mortes.
Não há mesmo diferença nenhuma, porra!

Anónimo disse...

Ludovico, este enraba-cabras foi muito bem despachado com um tiro nos cornos. O que é divertido é verificar como as opiniões mudam consoante o decisor.

Adenda: pelos vistos o enraba-cabras não estava armado. Mesmo assim levou dois balázios. Direito internacional violado? Resposta: não, pois a decisão foi tomada pelo nobel da paz. Mas se fosse o bushhhhhhhhhhhhhhhh......

Anónimo disse...

Esclareço a situação!
O Bin Ladaen foi morto uns tempos antes do anunciado. O Governo do Paquistão colaborou porque não tinha hipótese de não o fazer e a jogada de Obama foi magistral. Mandar o Gates embora e por o Paneta no Pentágono, quando já sabia o resultado da operação dos "seals".
Agora pode retirar do Afeganistão e deixar os gajos a matarem-se uns aos outros. No plano interno ganhou as eleições e no plano externo somou prestígio. Mas essencialmente demonstrou a diferença entre os que defendem o diálogo e os que se opõem a ele, ou seja entre sí e o seu antecessor Bush que entendia o mundo como uma batalha permanente e a preto e branco. O Mundo não é a preto e branco e muito menos em política.
Quanto ao terrorismo claro que vai continuar os atentados da próxima semana, ou do próximo Mês vão prová-lo.
Quanto ao direito internacional tão comentado nestes posts existe apenas nas aulas teóricas das universidades. O direito internacional é apenas uma conveniência política que resulta da força dos mais fortes e que é ineficaz entre pares.
Mas ainda bem qe o mundo se livrou de um fundamentalista religioso que é o que há de pior.

Anónimo disse...

Pois, exacto. Mas onde estão os fundamentalistas do direito internacional da época do Bush que agora se calam perante a ainda existência de Guantanamo, o aumento da utilização dos drones, do número de tropas no estrangeiro, a submissão pelo messias de um memorando ao Supremo defendendo a legalidade das técnicas de interrogação, pela violação do espaço aéreo de um estado soberano, o abater a tiro de um enraba cabras sem julgamento, advogado de defesa, manicure e o diabo a quatro que tanto defendiam e berravam.

Calaram-se agora ou ainda recuperam do choque de ver o ungido a dar ordens destas?

Anónimo disse...

Bush ou Obama, não é isso que interessa. O que interessa é que este gajo matava inocentes no mundo todo. Amanhã podia ser eu. Foi c'o caralho e já não foi sem tempo. Esquerda ou direita, metam a politiquice pelo cu acima.

Anónimo disse...

Sim e o Bush,blair,barroso e o aznar não mandaram matar inocentes no iraque.Nem os americanos mataram japoneses inocentes com bombas atómicas em hiroshima e nagazaki.Nem o Salazar mandou matar os pretos na guerra colonial e no Tarrafal no campo de concentração.O Bin Laden foi um grande assassino mas não foi o único.

Anónimo disse...

Os aliados, para libertarem a Europa do nazismo, também mataram inocentes. Infelizmente, não há forma de o evitar. Se não consegues perceber a diferença entre "danos colaterais", expressão actualmente tão em voga, e fazer de inocentes o alvo principal, se calhar merecias era ser tu a próxima vítima dos fundamentalistas herdeiros do tio Bin Laden.