A morte de Osama bin Laden é sem dúvida e maior notícia dos últimos tempos. Em termos de mediatismo, pode ser comparável à morte de Michael Jackson, em 2009, mas em termos de significado só pode ser equiparada aos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, alegadamente encomendados pela Al-Qaeda do próprio Bin Laden. Dez anos depois do mundo ficar a conhecer Bin Laden, o mesmo mundo assiste ao seu fim, às mãos do inimigo que ousou atacar quase dez anos antes.
Não vai faltar quem especule de que a morte do líder e de vários líderes da Al-Qaeda ontem no Paquistão é mais uma encenação propangadísticas dos imaginativos americanos. Haverá quem diga que se trata de uma manobra de charme de Obama para ganhar a (complicada) reeleição para a presidência dos E.U.A.. Só que ninguém me convence que os americanos anunciassem a morte de Bin Laden sem ter a certeza que ele estará realmente morto. E a isso não há teoria da conspiração que resista.
A primeira pergunta que toda a gente fez quando soube da notícia foi: "E agora?". Não de forma a desvalorizar o feito da intelligence americana, que localizou e abateu o seu inimigo público nº 1, mas como o que será o futuro depois deste autêntico "fantasma" ter sido apagado. Será que a Al-Qaeda vai retaliar em força? Será que a morte do seu símbolo máximo desmotivará as várias células da organização terrorista em todo o mundo? Só o tempo o dirá, e no caso de prevalecer a primeira possibilidade, que Deus nos livre de sermos apanhados no meio da "vingança".
O terrorismo não foi inventado por Osama bin Laden nem pela Al-Qaeda. Já existia, e vai continuar a existir para além de Bin Laden. O terrorismo continuará a existir enquanto continuarem a existir pessoas com a mentalidade de que é possível atingir os seus objectivos através do medo, da chantagem e da violência. Resta saber que significado esta morte poderá ter dentro dos núcleos terroristas. Pode ser que aprendam que afinal os seus crimes têm, mais cedo ou mais tarde, o respectivo castigo.
15 comentários:
Leocardo, uma sugestão local para vídeo da semana http://www.youtube.com/watch?v=p6MlmrfyYRE
e o Egito e a Líbia, já não vendem?
olha! morreu o Tim Osman...
Onde andam aqueles que se queixaram de o Saddam ter sido julgado num tribunal liderado por um juiz iraquiano e condenado por sentença? Por ter sido ordenado pelo ungido/messias/nobeleiro da paz já não é errado que se mate por ordem do executivo? O Direito Internacional já não tem aplicação aqui? Ou é só com o Bushhhhhhhh? Esta esquerdalhada é muito curiosa.
Como também é curioso, anónimo das 02:27, comparar o Saddam Hussein, que era chefe de um estado independente e que, bem ou mal, se limitava a governar o seu país (assuntos internos, portanto, em que ninguém se tinha de meter), com o Bin Laden, cujo objectivo era espalhar o terror pelo mundo. Não conseguimos ver as diferenças, é?
Conseguimos pois. Num caso existe direito internacional noutro caso não existe direito internacional. Num caso era o líder pacífico eleito durante décadas pelo seu povo em eleições livres, que amava o seu povo e não os perserguia, torturava ou matava nem levava a cabo extermínio de curdos. Neste caso era um monstro assassino. Antes do Obama era ilegal ter prisões secretas na europa, sobrevoar o espaço aéreo europeu com os enraba cabras mas agora já está tudo bem em mandar-se um balázio nos cornos desta besta.
A diferença está em quem lidera o executor. Se for o bushhhhhhh: viola o direito internacional. Se for o ungido: não viola o direito internacional e ainda leva um nobel da PAZ por antecipação. Esquerdalhada no seu melhor.
E a violação do espaço aéreo de um país soberano, também está de acordo com o Direito Internacional ou não se aplica quando é executado pelo messias?
Este assassinato tratou-se de uma operação militar em território paquistanes sem a devida autorização ou mesmo conhecimento das autoridades locais.
Por vezes, os fins, não deviam justificar os meios.
Não vejo grande diferença de um atentado terrorista...
Nos atentados terroristas mata-se o mais elevado numero de pessoas que é possivel, sem qualquer distinção de raça, sexo, idade, convicções religiosas politicas ou outras; neste "atentado", elimina-se o terrorista global, confesso (e não alegado, como - em minha opinião, tristemente - se refere no post...) inspirador, co-organizador e co-autor moral dessas mortes.
Não há mesmo diferença nenhuma, porra!
Ludovico, este enraba-cabras foi muito bem despachado com um tiro nos cornos. O que é divertido é verificar como as opiniões mudam consoante o decisor.
Adenda: pelos vistos o enraba-cabras não estava armado. Mesmo assim levou dois balázios. Direito internacional violado? Resposta: não, pois a decisão foi tomada pelo nobel da paz. Mas se fosse o bushhhhhhhhhhhhhhhh......
Esclareço a situação!
O Bin Ladaen foi morto uns tempos antes do anunciado. O Governo do Paquistão colaborou porque não tinha hipótese de não o fazer e a jogada de Obama foi magistral. Mandar o Gates embora e por o Paneta no Pentágono, quando já sabia o resultado da operação dos "seals".
Agora pode retirar do Afeganistão e deixar os gajos a matarem-se uns aos outros. No plano interno ganhou as eleições e no plano externo somou prestígio. Mas essencialmente demonstrou a diferença entre os que defendem o diálogo e os que se opõem a ele, ou seja entre sí e o seu antecessor Bush que entendia o mundo como uma batalha permanente e a preto e branco. O Mundo não é a preto e branco e muito menos em política.
Quanto ao terrorismo claro que vai continuar os atentados da próxima semana, ou do próximo Mês vão prová-lo.
Quanto ao direito internacional tão comentado nestes posts existe apenas nas aulas teóricas das universidades. O direito internacional é apenas uma conveniência política que resulta da força dos mais fortes e que é ineficaz entre pares.
Mas ainda bem qe o mundo se livrou de um fundamentalista religioso que é o que há de pior.
Pois, exacto. Mas onde estão os fundamentalistas do direito internacional da época do Bush que agora se calam perante a ainda existência de Guantanamo, o aumento da utilização dos drones, do número de tropas no estrangeiro, a submissão pelo messias de um memorando ao Supremo defendendo a legalidade das técnicas de interrogação, pela violação do espaço aéreo de um estado soberano, o abater a tiro de um enraba cabras sem julgamento, advogado de defesa, manicure e o diabo a quatro que tanto defendiam e berravam.
Calaram-se agora ou ainda recuperam do choque de ver o ungido a dar ordens destas?
Bush ou Obama, não é isso que interessa. O que interessa é que este gajo matava inocentes no mundo todo. Amanhã podia ser eu. Foi c'o caralho e já não foi sem tempo. Esquerda ou direita, metam a politiquice pelo cu acima.
Sim e o Bush,blair,barroso e o aznar não mandaram matar inocentes no iraque.Nem os americanos mataram japoneses inocentes com bombas atómicas em hiroshima e nagazaki.Nem o Salazar mandou matar os pretos na guerra colonial e no Tarrafal no campo de concentração.O Bin Laden foi um grande assassino mas não foi o único.
Os aliados, para libertarem a Europa do nazismo, também mataram inocentes. Infelizmente, não há forma de o evitar. Se não consegues perceber a diferença entre "danos colaterais", expressão actualmente tão em voga, e fazer de inocentes o alvo principal, se calhar merecias era ser tu a próxima vítima dos fundamentalistas herdeiros do tio Bin Laden.
Enviar um comentário