segunda-feira, 7 de julho de 2008

Dia de Chuva, já!





Hoje devia ter sido declarado um "Dia de chuva", um feriado novo. Como quando temos o sinal 8 de tufão, ou quando como nos tempos da administração portuguesa se tirava um "Dia de Hong Kong". Com os miúdos de férias, nada como deixar o carro na garagem, e aventurar-me por essas ruas fora. Mas nada, mesmo nada, é sair de casa a pé num dia como hoje em Macau.

A necessidade é a mãe da invenção, e o improviso um mal necessário. São as horrendas capas de chuva, sandálias de plástico, e mesmo pés descalços, como se pode ver na foto em cima. Depois são os guarda-chuvas. Centenas e centenas deles, como cogumelos. Não que adiantem muito, pois cinco minutos depois de sair de casa já estou todo molhado dos joelhos para baixo, o que me faz lembrar a apanha do berbigão na praia do Samouco, Alcochete, no ido Verão de 1988.

Depois há a pergunta sacramental: o que fazem na rua às 8 da madrugada as pessoas que não precisam de trabalhar? É vê-los por aí, com um ar perdido de quem não tomou os remédios a horas, agarrados a um saco de plástico com um pãozinho, a caminhar a passo de tartaruga e que ainda por cima ficam todos irritados quando se lhes pede licença para passar. Fiquem em casa! Tomem um valium! Aprendam a usar a internet!

Mesmo assim a chuva que cai a cântaros não impede que os habituais cravas se apinhem no Largo de Senado (foto em baixo) para recolher o jornal gratuito. Até me arrepio ao pensar que há alguém, que num dia como hoje, tire o cu da cama para ficar numa bicha de mais de meia-hora (às vezes mais) para vir buscar um jornal de Hong Kong para economizar nas quatro patacas que qualquer jornal chinês custa. É preciso que se declare o "Dia de chuva", e depressa!

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