Enquanto que na Alemanha a Igreja autorizou a administração da pílula do dia seguinte a vítimas de violação – uma atitude super-progressista, falando de Igreja – em Portugal o clero ganha mais uma dor de cabeça graças ao comportamento extravagante de um dos seus mais conhecidos membros: o bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azevedo, resignou devido a suspeitas de abusos sexuais a outros membros da Igreja. O bispo reclama a sua inocência, naturalmente, mas nestas situações que envolvem figuras consideradas “acima de qualquer suspeita”, não há fumo sem fogo. Ninguém ia lá chatear o bispo se não existissem razões fortes para o fazer; acusar uma alta individualidade da Igreja Católica de cometer abusos sexuais não é o mesmo que acusar o bêbado da vila. Há quem diga que Carlos Azevedo é e sempre foi homossexual, e que este facto “não era um segredo” mesmo dentro da própria Igreja. O agora ex-bispo era tido como o principal candidato a suceder a D. José Policarpo no cargo de cardeal-patriarca de Lisboa, figura maior da Igreja Católica portuguesa. Curiosamente foi o mesmo Carlos Azevedo que afirmou há tempos que os crimes de pedofilia dentro da Igreja “envergonhavam a instituição”, e deveriam ser exemplarmente punidos. Claro que agora é preciso deixar a justiça seguir o seu rumo normal, e o clérico é inocente até prova em contrário, como qualquer cidadão. Caso o contrário seja mesmo provado, então este caso é mais um rombo no casco do navio daqueles que ainda defendem que existe alguma “teoria da conspiração” que visa denegrir o bom nome da Igreja. Mas pronto, e de quem a culpa? Será do omnipotente, que encarregou os homens de fazer o Seu trabalho?
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