Fim de mais um semana, fim de um mês, o segundo do ano. Assim como a mais fina areia do deserto se vai levantando e casando com os vendaváis, assim são os dias das nossas vidas. Enfim...bom, isto tudo a propósito do quê, mesmo? Ah, o artigo de quinta-feira do Hoje Macau, um momento sempre alto deste pasquim electrónico. Continuação de um bom fim-de-semana!
Quando eu era um jovem imberbe e impoluto, ainda absorvia o cálcio, não me doíam as cruzes e quase tudo na vida era ainda uma curiosidade, adorava viajar. Não pelo destino em si, que podia ser um sítio qualquer, mas pela viagem propriamente dita, pelo tempo que demorava para chegar de um ponto ao outro. Não entendia as pessoas que dormiam durante uma viagem, por mais curta que fosse; até duas ou três paragens de metro era o suficiente para “passar pelas brasas”, como dizem esses aficionados da sesta em movimento. Eu usava esse tempo para outras coisas, como ler por exemplo. Orgulho-me de poder dizer que li “Os Maias” apenas durante as viagens de Lisboa para a Margem Sul e vice-versa (e depois reli, pois vale mesma a pena, perdoem-me o lugar comum). O que eu gostava mesmo era das viagens de carro, e quanto mais longas, melhor. Fazia as introspecções próprias da puberdade enquanto olhava pelo vidro da janela do banco de trás, e se fosse com passagem por zonas rurais (o que acontecia quase sempre) deleitava-me a observar o campo, as suas pessoas e as respectivas vaquinhas – e nesse caso era melhor mesmo manter a janela fechada, por razões óbvias.
Em Macau não dá para fazer longas viagens de carro, de barco ou seja do que for, por culpa da exiguidade do próprio território. E é pena, pois uma longa viagem de norte a sul ou de este a oeste e depois de regresso é uma experiência que ajuda a alargar os horizontes. Aqui dizer-se que a população tem “horizontes curtos” vai para além do sentido figurativo da expressão, pois se ouvem falar em “cinquenta quilómetros”, perguntam logo: “isso é como daqui até onde?”. Cinquenta, vinte ou mesmo dez quilómetros são conceitos alienígenas para os locais, que consideram “longe” qualquer local que fique dez minutos a pé daquele onde se encontram. Uma vez perguntaram-me qual era a distância entre Lisboa e Leiria, e sem saber como explicar, usei uma medida local, e disse que era “como ir a Coloane e voltar umas dez vezes”. Aí ficam mais ou menos esclarecidos, e claro que para eles isto é “muito longe”.
E por falar em Coloane, um dia destes fui até lá, e para o efeito apanhei um autocarro, o que faço sempre sem entusiasmo. O referido transporte vinha cheio, num Domingo à tarde, o que em tempos foi considerado “estranho”, mas hoje é só “sintomático”. E por isso, ou só por azar, vim de pé durante toda a viagem – não que me importe muito com isso, pois mesmo sentado não há vaquinhas para ver quando se olha pela janela. Já na ilha da Taipa, pouco antes de chegar à paragem do Posto Fronteiriço da Flôr de Lótus, o condutor faz uma travagem brusca que me apanha desprevenido, e mesmo agarrado a uma daquelas barras de ferro onde os tristes partilham bactérias foi por um triz que evitei esbardalhar-me no chão (O verbo “esbardalhar” existe mesmo, sabiam? Encontrei no dicionário). Foi aí que percebi que a vaquinha ali era eu, e que ao volante estava um indivíduo que transportava os passageiros com a mesma deferência de quem transporta gado vacum. São as bestas dos motoristas do autocarro mais os taxistas que são umas bestas, e mais as multidões de turistas, e mais as obras, o trânsito, a gripe, as burlas, é um Deus-nos-acuda que nunca mais acaba. Os tipos do tal instituto que elegeu Macau “a melhor cidade da China para se viver” devem ser loucos. Ou estão a gozar.
Dizem por aí que se comemorou um destes dias a chegada do Ano Novo Lunar. Ai sim? Não dei por nada, pois nem me atrevi a sair de casa. Mas isto ajuda a explicar as explosões que se ouviam, durante horas e horas, mesmo até para lá das horas das criancinhas irem fazer oó. Ainda bem que foi o “Ano Lunar”, pois cheguei a pensar que estava na Bósnia dos anos 90, ou de um Kosovo mais recente. A “semana dourada” , nome dado ao período de férias associado com o Ano Novo Lunar, ficou mais uma vez marcada pela visita dos nossos “pangyaos” do continente, que vêm aqui “fazer turismo” – sabe Deus porquê. Em Hong Kong a população já ficou farta de não poder deixar cair uma agulha sem acertar no pé de alguém, e um destes dias “descarregou” em cima dos tais turistas, demonstrando desagrado com a “invasão”, com reacções que chegaram a ter laivos de xenofobia.
Em Macau os costumes são mais brandos, e apesar de termos aqui o mesmo problema que em Hong Kong, nota-se uma maior tendência para o “cagandismo”, como quem lamenta e ao mesmo tempo aceita a inevitabilidade da morte. Mas os ventos são de mudança, e os senhores que para aqui mandam os turistas e que são os mesmos que aqui mandam, vêm agora tentar apaziguar os ânimos, prometendo que vão “estudar o assunto”, e tentar encontrar mecanismos que limitem o número de visitantes durante os feriados, ou para o efeito noutro período qualquer. Que bem que eles falam, e que bem que tantos ouvem – é a simbiose perfeita, como a língua na orelha dos namorados que ainda não estão fartos um do outro. Para mim esta viagem não leva a lado nenhum, não há vaquinhas para ver nem “Os Maias” para ler, e posto isto, mais do que apenas “passar pelas brasas”, vou entrar em coma induzido. Acordem-me quando lá chegarmos. Se chegarmos.
Uma colombiana de 36 anos resolveu mudar de nome. A mulher chamava-se Ladyzunga Cyborg, o que temos que convir, é um nome algo embaraçoso, e por isso passou a chamar-se Abcdefg, nome próprio, Hijklmn Opqrst Uvwxyz como apelidos. Mas que diabo, será que os pais da senhora eram malucos e resolveram dar-lhe aquele nome horrível, e por despeito ela quis mudar para outro pior ainda? Nada disso, pois esta tipa, que deve ter uma pancada nada pequena, já tinha ela própria escolhido "Ladyzunga Cyborg", e não foi o primeiro, desde que começou a "brincadeira" em 2012. Diz ter escolhido Abcdefg Hijklmn Opqrst Uvwxyz porque "queria um nome que mais ninguém tivesse na Colômbia" - e nesse particular parece ser uma especialista - e ao mesmo tempo "que tivesse todas as letras do abcedário". Posto isto, como "The quick fox jumps over the lazy dog" estava fora de questão, escolheu este mais pronunciável Abcdefg Hijklmn Opqrst Uvwxyz. Dá que pensar, no que toca ao direito que cada um tem de mudar o nome que os pais lhe deram.
Foi-me gentilmente enviada pelo correio há mais de uma semana a segunda edição do "Diário de Todos", a primeira publicação bilingue em Português e Chinês em Portugal (se não é a primeira, é a primeira que interessa), que só agora tive a oportunidade de ler com mais atenção. Este é o nº 2 do jornal lançado no início deste mês com toda a pompa e circunstância, como fiz referência neste artigo, e a primeira impressão que tive foi a seguinte: é grande. Enorme. Só recebi a versão em língua portuguesa, e são 64 páginas. Tudo bem, algumas são ocupadas apenas por publicidade ou/e imagens, mas diria que em páginas "úteis", que requereram escrita, revisão, edição e paginação são à vontade umas trinta. Ou quarenta. Seja como for, vê-se que há ali muito empenho, muito trabalho, e vontade de levar o projecto a sério - não que alguma vez eu tenho pensado que estavam a brincar, nada disso. Pelo menos deu para entender porque é que não é "diário", pois seria impossível sair todos os dias com aquele volume. Além disso é preciso dar o braço a torcer e reconhecer que em Portugal, apesar do nítido desenvolvimento das relações bilaterais nos últimos anos, não há mercado (ou necessidade...) de publicar um diário luso-chinês. Mas passemos ao conteúdo propriamente dito.
Paulo Portas acha natural a Criação. Ah, e a criação do "Diário de Todos", também...
Começamos com um editorial assinado pela directora do jornal, Helena de Cruz Mouro, a quem mando desde já um grande bem haja e endereço os parabéns, que deseja aos leitores um Bom Ano Lunar da Cabra, que como se sabe entrou na passada semana. A directora fala ainda do 10º aniversário da assinatura do Acordo de Parceria Estratégica Global entre Portugal e a China, assinado pelo próprio presidente chinês, na altura Hu Jintao, que para tal se deslocou ao nosso país, e conjectura sobre a eventualidade, ou a necessidade, do PM português "retribuir a visita", e assim "fazer o balanço" do que foi feito no sentido de estimular essa mesma parceria - e parece que foi bastante. Em todo o caso, Helena Cruz Mouro lembra que Pedro Passos Coelho "ainda não visitou a China". Pensando bem, e nos tempos que correm, essa é uma falta que não se perdoa a qualquer chefe de Estado de qualquer nação. Bem visto. E mais à frente vemos o próprio vice-PM, Paulo Portas, a recordar essa efeméride por altura do lançamento do "Diário de Todos", logo depois de duas páginas com fotografias da festa que foi o nascimento do primeiro projecto do género em Portugal. Depois mais algumas páginas com mais fotografias, muito ao estilo "TV 7 Dias" - sem ofensa, claro.
Um raro momento em público, de pé e bem disposto.
Depois temos a reportagem referida na capa, sobre a presença da China em África, mais exactamente nos países lusófonos, neste caso em Angola. Penso que esta será uma contribuição do lado de Macau, que colabora com o "Diário de Todos" através do Macau Hub, e esta peça em particular vem assinada (julgo eu) pelo Guilherme Dias. Mais à frente deparamos com um artigo dedicado a um tema a que já estamos mais que habituados, o de Macau como "plataforma para os países lusófonos". Sabemos que esta é uma possibilidade meio remota, pois existe mais vontade do que exactamente meios para que isso seja possível, pois sabemos que Macau não está propriamente a pulsar com Lusofonia ou luso-outra-coisa-qualquer, e quem tem a percepção de que aqui há um angolano, um moçmbicano, um brasileiro ou um timorense porta-sim, porta-não, está enganado, lamento muito. . Esta pode ser uma utilidade para Macau no contexto da própria China, e olhando para o que se tem passado com a queda das receitas do jogo, bem que se podia ver isto como um sinal para fazer...qualquer coisa? Lusofonia, pois, há terreno, há História, apesar de não existir vontade por aí além, mas "qualquer coisa" urge fazer, sim.
E esta, ó Euro? Chupa lá renminbis!
E pronto, sem querer fazer uma análise muito exaustiva deste número do "Diário de Todos", pode-se depreender pelo pouco que aqui deixei ver que se trata de uma ideia com o objectivo de fazer a ligação entre os dois países, ou tentar contribuir para tal, e os assuntos tratados são sobretudo relacionados com as áreas económicas, comerciais e industriais, piscando o olho à cultura, ao convívio de duas delas que tão bem se conhecem, mas que estranhamente andam um bocado "a leste" uma da outra. Os temas são tratados de forma directa e acessível, e convém dizê-lo, convidativa também, pois faz-se o balanço ideal entre o texto e as ilustrações. Espero que continuem com toda essa pujança e entusiasmo, e melhorem - não porque está mal, mas porque há sempre lugar para fazer mulher. Força, e já agora muito obrigado pela atenção que foi se terem lembrado aqui do "velho". Xie xie, zai jian.
Tenho com Sean Penn a mesma relação que tenho com o Bono dos U2: são ambos uns perniciosos e uns pedantes que se fingem preocupar com assuntos sérios para dessa forma promover a sua imagem - aposto o que quiserem que se um sem-abrigo lhes chegar perto puxam de uma faca ou de uma lata de gás-pimenta e gritam-lhe "não me toque"! Que se morra de amores pelo Bono, ainda entendo - não desculpo, mas entendo, que o gajo é um sacana que consegue manter a ficha limpa, mas o Sean Penn?!?! Já toda se esqueceu quem era o Sean Penn antes de ganhar não sei quantos oscares lá a fazer de condenado à pena de morte, e de rei dos panilas e de não sei quê? Eu refresco-vos a memória:
Passem o primeiro minuto deste filme idiota para verem o maior de todos os idiotas. Sim, é o Sean Penn, o mesmo que fazia papéis de atrasadinho mental e que CASOU COM A MADONNA! E NINGUÉM casa com a Madonna, plamordedeus. Á conta disso esteve em Macau há trinta anos a fazer um filme merdoso, e enquanto cá esteve comportou-se como um troglodita intoxicado, e chegou a pendurar um jornalista da varanda do seu quarto de hotel, e só se safou de ir de cana porque era o Sean Penn. P... que o pariu, ganda palhaço. Agora devemos também desculpar o Sean Penn de tudo, até das alarvidades que vomita, como a dos oscares no Domingo? Ah, não tem importância, ele e o Puñeta ou como é que se chama o Speedy Gonzalez que ganhou para melhor realizador são amigos, e não sei que mais. O tanas, pá! Se são amiguinhos vão lá brincar com a pilinha um do outro. E os mexicanos que são explorados pelos americanos num regime de semi-escravatura e por vezes sofrem horrores na clandestinidade? E isso quando não são logo abatidos por vigilantes "yankees" logo que passam a fronteira a salto. Vai-te lixar, ó Sean Penn.
Morreu o Mr. Spock, personagem indissociável do imaginário juvenil da minha geração e da anterior à minha. Qualquer fã de "Star Trek" (do original, não destes últimos cujo conteúdo desconheço por completo) sabe que o Mr. Spock não morre, e isso ficou provado na longa-metragem "A Ira de Khan". Contudo o seu lado terrestre, de nome Leonard Nimoy, faleceu ontem aos 83 anos, depois de uma vida mais ou menos longa, mas sem dúvida próspera. É apenas lógico.
O Sporting disse adeus à Liga Europa, após um empate sem golos em Alvalade frente aos alemães do Wolfsburg, depois de uma derrota por 0-2 no jogo da primeira mão. Era uma tarefa muito complicada, a dos portugueses, pois pela frente tinham uma das melhores equipas europeias, com um frente de ataque de fazer invejar muitos clubes de respeito, e capaz de meter qualquer um em sentido. Mérito mesmo assim para os leões, que não abdicaram de atacar, dominaram completamente o jogo, e sairam de cabeça erguida. Em retrospectiva, tiveram azar no sorteio.
Mais acessível, pelo menos em teoria, era o adversário do Liverpool, a quem calhou o Besiktas, que apesar de liderar o campeonato turco, está alguns furos abaixo dos ingleses, tanto quanto a prestígio, como no valor dos respectivos plantéis. Depois de uma vitória por 1-0 em casa, o Besiktas conseguiu empatar a eliminatória com um golo de Arslan, aos 72 minutos. Depois de meia hora de prolongamento sem que nada ficasse decidido, foi necessário recorrer à lotaria dos pontapés da marca de grande penalidade, e aí todos marcaram menos o defesa sérvio Dejan Lovren, do Liverpool, que deixou assim a equipa de fora dos oitavos-de-final da Liga Europa. Das restantes equipas inglesas só o Everton passou, depois de vencer em casa os suíços do Young Boys por 3-1, quando já tinha vencido fora por 4-1. O Tottenham não fez melhor que um empate em casa frente à Fiorentina a uma bola na primeira mão, e ontem perdeu em Itália por 0-2, ficando pelo caminho.
E além da Fiorentina, todas as restantes equipas italianas seguiram em frente, com mais ou menos dificuldade. A Roma tinha uma tarefa complicada, depois do empate em casa a um golo frente aos holandeses do Feyenoord, num jogo que ficou marcado por desacatos, mas ontem silenciou a "banheira" de Roterdão com uma vitória por 2-1. Também complicada era a tarefa do Torino, que depois de um empate a dois golos em casa frente ao Atheltic Bilbao foi a San Mamés e venceu por 3-2, demonstrando muita raça. O Nápoles tinha a eliminatória na mão depois de vencer fora o Trabzonspor por 4-0, mas mesmo assim voltou a vencer os turcos por uma bola a zero em casa, para não serem tão "mauzinhos", enquanto o Inter venceu no Giuseppe Meazza o Celtic pelo mesmo resultado, depois de um mais emocionante 3-3 na primeira mão.
E das equipas espanholas o Bilbao foi a excepção pois tanto o Sevilla como o Villarreal seguiram em frente na prova. Os sevilhanos, actuais detentores do troféu, tinham vencido na primeira mão em casa por 1-0 frente ao Borussia Moenchengladbach, mas apesar da fragilidade do resultado, confirmaram a vitória na Alemanha por 3-2, com um golo do colombiano Carlos Bacca e dois do extremo-direito espanhol Vitolo. O Villarreal tinha pela frente o mais acessível Salzburgo, da Áustria, onde foi vencer por 3-1, depois de ter ganho 2-1 na primeira mão. Um "outsider" nos oitavos será o Club Brugge, treinado por Michael Preud'homme, que eliminou os dinamarqueses do AaB Aalborg, com 3-0 em casa depois de outra vitória por 3-1 fora.
Das equipas holandesas já sabemos que o Feyenoord foi eliminado pela Roma, mas só o Ajax salvou a honra do convento, ao eliminar os polacos do Legia. O PSV tinha perdido em casa frente ao Zenit por 0-1, e na Rússia não só não conseguiu recuperar como ainda saíu goleada pela equipa de Villas-Boas por 0-3, com um golo de Hulk e dois de Rondón. Aliás foi um dia em grande para russos e ucranianos, e ninguém diria que estão em guerra. O Dinamo Moscovo eliminou os belgas do Anderlecht, vencendo por 3-1 depois de um empate sem golos fora, e quanto aos ucranianos, o Dinamo Kiev bateu os franceses do Guingamp por 3-1, depois de uma derrota por 1-2 na primeira mão, e o Dnipro foi à Grécia empatar a duas bolas com o Olympiakos, depois de já ter ganho 2-0 no primeiro. O facto de estarem duas equipas russas e outras tantas ucranianas condicionou o sorteio dos oitavos, pois estas não se podem defrontar.
O sorteio dos oitavos-de-final, que determinou os seguintes confrontos:
Jogaram-se esta semana mais quatro partidas referentes aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, com as equipas inglesas a conseguirem resultados que só podem ser descritos como "comprometedores". Na terça-feira o Manchester City voltou a acusar a falta de estofo para estas andanças europeias, e perdeu no seu reduto frente ao Barcelona por 1-2. Tudo fácil para os catalães, que chegaram aos dois golos de vantagem em meia-hora, com dois golos de Luís Suarez. O homem conhecido por ter tendência para morder nos adversários deu duas "dentadas" nos ingleses que eram até há pouco tempo seus rivais no Liverpool. O Barcelona passou a jogar em ritmo menos acelerado, e o Manchester City até pode festejar um golo, da autoria de Sergio Agüero, estavam decorridos 69 minutos. Mesmo assim pouco, tendo em conta que na segunda mão em Nou Camp terão que fazer um resultado igual, ou melhor.
Na quarta foi a vez do Arsenal receber os franceses do Monaco, e não só os londrinos não fizeram melhor que os seus compatriotas do Manchester City no dia anterior, como ainda fizeram pior - e tiveram muito azar. Os monegascos, que foram em tempos treinados por Arsene Wenger, actual treinador dos arsenalistas, marcaram aos 38 por Kondogbia, e chegaram ao intervalo em vantagem mínima, e aos 53 o veterano Berbatov, búlgaro que já alinhou pelo Manchester United, fazia o segundo e complicava ainda mais as coisas para os ingleses. Oxlade-Chamberlain ainda reduziu para os arsenalistas já em cima dos 90, mas o Monaco usou do seu cinismo para fazer mais um, quatro minutos para lá da hora. Missão muito difícil para o Arsenal em França na segunda mão.
Se na semana passada o Bayern obteve um resultado apesar de tudo positivo, com um empate a zero em Donetsk, e o Schalke 04 disse praticamente adeus à Champions ao perder em casa por 0-2 com o Barcelona, as restantes equipas alemãs em prova tiveram resultados "assim-assim". E "assim", primeiro, o Borussia Dortmund, que apesar da crise na Bundesliga foi a Turim bater o pé ao actual campeão e líder destacado da Série A italiana, a Juventus, levando para o jogo da segunda mão uma desvantagem de 1-2, teoricamente acessível de se recuperar, com um pouco de inspiração. Os golos foram todos na primeira parte, com Tevez a colocar a Juve em vantagem aos 13 minutos, para cinco minutos depois Marco Reus fazer o empate. O avançado italiano Alvaro Morata fez o segundo aos 40 minutos, e com toda a certeza os "tiffosi" queriam mais, e vão ter que mostrar credenciais agora em Dortmund, onde ficarão eliminados com uma derrota pela margem mínima.
Na Alemanha o Bayer Leverkusen, que foi juntamente com o Monaco um dos responsáveis pela eliminação do Benfica, venceu por uma bola a zero o Atletico de Madrid, com um golo do alemão de origem turca Çalhanoğlu, assistido, assistido por Karim Bellarabi, alemão de origem marroquina - muito integracionistas, os alemães. O resultado é magro, mas vale não ter sofrido golos em casa, e no Vicente Calderón o Atletico certamente vai jogar ao ataque, e para o Leverkusen basta marcar primeiro para os vice-campeões europeus precisarem de três golos para passar. Uma eliminatória a seguir, portanto.
Macau voltou a ficar mal em mais uma avaliação da Amnistia Internacional no que diz respeito à situação dos direitos humanos, nomeadamente no que toca ao exercício da liberdade de expressão. Em causa estão mais uma vez os despedimentos no ano passado de dois académicos de duas universidades, um autêntico "tiro no pé" dado pelo Governo, vistas bem as coisas, especialmente se tivermos em conta que as decisões não foram inteira, ou sequer na maior parte, da responsabilidade exclusiva das direcções daquelas instituições de ensino superior - houve dedo da política, lá está. Interessante como em Macau podemos ficar dias, meses ou até mesmo ano a falar para uma parede, que ninguém nada faz senão encolher os ombros, e com algum jeitinho ainda convencem os curiosos e indecisos de que somos "maluquinhos". Se vem uma instituição como a AI, de reputação sólida e mais ou menos acima de qualquer suspeita, já "é grave". Ou não. Mas aqui alguém decide alguma coisa, ou ficam todos sentados à espera que chova? E aqui por chuva quero dizer "ordens lá de cima", obviamente. Isto pode sempre servir de desculpa para não se fazer, ou neste caso "fazer-se a mais", mesmo que não seja completamente - ou de todo - verdade. Para entender melhor o "fenómeno", remeto para este artigo, que tenta explicar com mais acutilância estas "meias palavras"
Entretanto na semana passada foi divulgada uma fotografia, que publico no topo deste artigo, que mostra a qualidade (ou falta dela) de uma construção em Seac Pai Van, na Ilha de Coloane. Nela vemos como uma das paredes é preenchida não com betão, como deveria ter sido, mas com lixo, neste caso aquilo que aparenta ser sacas de papel, que ao que tudo indica serão de material de construção - daquele que foi usado, suponho. Não chegou? Enfia-se também as sacas, e aproveitam tudo. Que rapazes "económicos", estes. No entanto não é uma novidade, este "desleixo" na qualidade das construções em Macau, pois antes dizia-se que em algumas delas, "lá para os lados da Areia Preta", podia-se encontrar garrafas de cerveja, caixas de "ta pao" e outros trastes dentro das paredes. Isso era nos tempos em que em Macau ainda havia pobreza, quando os menos abastados se contentavam com uma habitação na zona norte da cidade. Hoje são todos milionários. Exemplo dos empreiteiros, esses tipos que se matam a trabalhar, coitados, e até se entende que façam de quando em vez uma ou outra canalhice, e acrescentem mais um ou dois andares ou que dividam uma fracção em duas ou três. E pronto, querem as coisas feitas depressa ou querem continuar a viver na rua enquanto se manda vir mais sacas de betão? Segurança? Ora essa, o prédio está de pé ainda, ou não?
O triunvirato da chalaça ficou completo com mais uma "semana dourada", em que tivemos novamente um sem número de compatriotas que nos honraram com a sua visita, vindos sobretudo do outro lado das Portas do Cerco, e enchendo de vida e animação esta cidade de outra forma amorfa e cinzenta, e fazendo os cofres do casino abarrotar de nota, que depois de retirada a devida percentagem, contribuirá para o progresso e o bem-estar da população. É por isso tolerável que durante duas ou três semanas se torne impossível circular na rua ou atravessar a estrada, e de nada adianta refilar - afinal é apenas um pequeno sacrifício que se faz para o bem comum. Mas esperem lá, as previsões indicam que em Fevereiro de 2015 as receitas do jogo terão uma queda de...mais de 50%? O quê? Mas afinal, que m... é esta? Tantos porcentos todos os meses, e qualquer dia temos um saldo negativo - vou desde já informando que já gastei os cheques e restantes bonbons que me andaram a dar durante o tempo das vacas gordas, portanto se ficaram a dever alguma coisa a alguém, é melhor ir bater a outra porta. E já agora, andaram a enganar-nos ou quê? Quem é anda a meter a nossa massa ao bolso enquanto somos obrigados a andar aos encontrões na rua com milhares de broncos sem maneiras, e ainda por a bófia a tapar-nos os caminhos para atender às mordomias daqueles cavalheiros e madamas da outra banda? Quando é que nos põem a par da tal "folga orçamental" que tantos anos de "somar e seguir" nos (alegadamente) trouxeram?
Não sei se devo acreditar mais nas boas intenções ou nas palavras bonitas, e falo apenas por mim quando toda aquela retórica que faz eco na imprensa não me diz nada. Sem a liberdade, ou com ela a conta-gotas, tudo bem, desde que a prosperidade venha aos tonéis. Fazer má figura, de pouco importa, se os cofres estão cheios e o coração é de ouro, e além disso, o que interessa mesmo é o que a China pensa, e mesmo esses já nos começam a olhar de soslaio. Se todo o betão que devia sustentar esta enorme estrutura é afinal cartão das caixas de "ta pao" e papelão das sacas, e o coração não é de ouro mas sim de lata, então já começo a desconfiar, e como o meu mestre (vocês sabem quem) dá-me vontade de protestar e refilar dizendo: "alguém está a fazegue dinheigo com isto". Nós é que não somos, com toda a certeza. Hoje uma colega, sempre prestável e preocupada com a minha salubridade mental tentava tranquilizar-me, dizendo "olha...acabou a semana dourada, já não há mais preocupações". "Pfff..." - respondi eu - semana dourada, já não me lembro como é uma dessas. Preocupações? Parece-me que ainda só estão a começar...
Aqui está uma prova daquilo que eu sempre disse: a maior parte das mulheres cheira sempre bem, mesmo quando cheira mal - e elas sabem disso melhor que ninguém. Daí que não me surpreenda que a Flint+Flint, uma marca de cosméticos, tenha entrevistado várias mulheres do Reino Unido, que confessaram "não tomar banho todos os dias". Um terço delas disse mesmo que por vezes "fica três dias sem se lavar". Tudo bem, são inglesas, um tipo especial de badalhoca que não é do gosto de todos, mas acredito que não é por falta de água que as "bifas" se abstêm de quando em vez de pelo menos tomar um duche rápido. Por outro lado, de que forma iam elas criar aquela quintessencial fragrância de que todo o homem gosta, o "Sovakis" temperado de "Bacalao"? Hmmm... le scent que j'adore. Já dizia o grande Manuel João no seu tema "Mulher do Norte": "Essa deusa escandinava/nunca se lava/mas cheira bem".
"Eu não a-cre-di-to. A sério, nem estou em mim, isto é ho-rrí-vel. Estúpidas...". É o que diria o Filipe, personagem da Bairro do Oriente TV se visse este vídeo, onde a estrela é um...compatriota? Compincha? Irmão? Sei lá, um "co-gay" dele, pronto. Tudo se passa no Brasil, e como não encontrei a versão integral do filme - se é que existe uma - não sei ao certo o que se passou, mas aqui vemos um tipo alegadamente "gay" dar um recital de porrada num desgraçado, e tudo porque este lhe chamou de "viado", insulto com que os homossexuais são frequentemente confrontados naquele país (julgo que "viado" deriva de "desviado", pois o animal cujo representante mais célebre é o Bambi escreve-se com "e", não com "i"). Desconheço até que ponto os "gays" no Brasil ficam incomodados com este epíteto, mas este em particular não gostou mesmo nada, e partiu para a porrada. Como é que podemos afirmar que o indivíduo em causa é "gay"? Basta escutar o discurso indignado, como que se tivesse partido uma unha, que ele profere enquanto enche a vítima de pontapés. Sinceramente não sei o que é pior, se a porrada ou se a descompostura de veio (possivelmente) antes, durante e depois.
Benfica, Sporting e FC Porto, por esta ordem de entrada em cena, venceram as respectivas partidas da 22ª jornada da Liga NOS. Os encarnados foram no Sábado a Moreira de Cónegos defender a vantagem de 4 pontos sobre o perseguidor mais directo, o FC Porto, e conseguiram ganhar por 3-1, apesar de alguns sobressaltos, próprios de um terreno acidentado, semelhante ao do P. Ferreira, onde a equipa de Jorge Jesus perdeu pela última vez. Os locais estiveram em vantagem graças a um golo de Pedro Santos, que levou a sua equipa para o intervalo em vantagem, e deixava patentes as dificuldades que o Benfica ia sentindo no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Contudo no segundo tempo viu-se um filme que já começa a ficar demasiado visto: Luisão empata aos 50 minutos, dois minutos depois um jogador do Moreirense é expulso, cria-se uma confusão que leva dois treinadores a serem expulsos também, e o Benfica marca mais dois, por Eliseu aos 65 e Jonas aos 73, e fica o assunto arrumado.
No Domingo foi a vez do Sporting receber o Gil Vicente, e ferido no orgulho, o leão venceu por dois golos sem resposta. Era imperial para Marco Silva ganhar, depois de dois empates domésticos e uma derrota comprometedora na Alemanha para a Liga Europa, e o adversário venha de duas vitórias consecutivas, e ainda sedento de pontos para fugir aos lugares da despromoção. A equipa desta vez deu uma mãozinha ao técnico, mas foi preciso esperar 52 minutos para o japonês Tanaka quebrar o enguiço, marcando pela terceira vez na liga na primeira oportunidade que teve no onze inicial. O melhor veio a seguir, com Nani a marcar um golaço, com um remate forte e bem colocado a mais de 20 metros da baliza, estavam decorridos 68 minutos de jogo. O internacional português teve uma reacção curiosa depois do golo, desfazendo-se em lágrimas - ele lá saberá porquê. Com ou sem lágrimas, o Sporting distanciou-se do Braga, que tinha vencido no Sábado o Nacional por 3-1, manteve-se a nove pontos do líder Benfica, e aproximou-se do Porto, mas seria por pouco tempo.
Isto porque o Porto foi ontem ao Estádio do Bessa vencer o Boavista por 2-0, no encontro que concluíu a jornada. Os dragões tinham empatado a zero no encontro da primeira volta, e desta vez voltaram a encontrar dificuldades perante um adversário muito fechado na defensiva e um terreno em más condições para a troca de bola rápida, pesado, e propício a que se contraiam lesões. Os golos chegaram quase ao cair do pano, primeiro pelo suspeito do costume, Jackson Martínez, aos 79 minutos, e aos 87 por Yacine Brahimi, que desta vez saíu do banco de suplentes. O Porto continua em segundo a quatro pontos do líder Benfica, e com mais cinco que o terceiro, o Sporting, que visita o Dragão na próxima jornada.
Teve lugar ontem a cerimónia de entrega dos Óscares da Academia de Artes e Ciências blá, blá, blá, ou como toda a gente os conhece "os óscares", ou ainda "a m... dos óscares". Não me entendam, houve um tempo em que eu devorava a cerimónia, e contava os dias até aos Óscares. Cheguei a tirar férias para ver a transmissão em directo pela TVB de Hong Kong na manhã seguinte! Depois passei a "aguardar" apenas, a ler e saber mais sobre os filmes e actores candidatos, e com o passar dos anos passei a "dar a uma vista de olhos", apenas "por curiosidade". Ontem nem sabia que era o dia da entrega bonecos dourados. Ou melhor, sabia, pois no dia anterior entregaram-se os "razzies", prémio que distingue os piores filmes do ano, que passou a ser mais interessante que os próprios Óscares. Porquê? Porque é sobre os filmes, enquanto aquilo que se passou ontem tem mais a ver com quem disse o quê, e dizem-se muitas palermices neste dia, quando os olhos do mundo estão postos em Los Angeles, Califórnia, oh yeah órite mádafaka. Não os censuro, e se calhar no lugar deles fazia o mesmo, mas para bem do cinema do propriamente, não é algo que dê algum tipo de contributo. Então como se podia fazer a entrega do prémio de reconhecimento pelo trabalho de actores, realizadores, guionistas, e tudo isso? Uma sugestão:
Pois, e até consigo imaginar o que diria o mestre Hitchcock a propósito deste seu aparente "desprezo" pela Academia: "O senhor quer que eu lhe diga o quê? Eu faço filmes, veja-os, ali está tudo o que eu quero dizer". Mas pronto, vamos dar uma olhadela àquilo que se passou este ano naquela fogueira das vaidades que é Hollywood, e vou tentar sobretudo dos vencedores, e evitar banalidades - mas vai ser difícil.
O grande vencedor da noite foi "Birdman", uma paródia a...espera lá, "Birdman" é "homem-pássaro"...o actor principal é Michael Keaton...este foi o primeiro Batman da série iniciada em finais dos anos 80 por Tim Burton...ah, já sei! O filme fala de um actor que ganhou fama décadas antes no papel de um super-herói, ficando associado ao papel, entretanto foi-se dando a sua decadência e tenta voltar à ribalta. Qualquer coisa assim? Senão, devo ter ficado perto. Seja como for, o filme é bem feito, foi bem recebido pela crítica, conta com vários actores conhecidos e muito "in" em papéis secundários, e tem um toque de humor negro que lhe dá transmite o epíteto de "paródia". Tudo bem, boa ideia, mas para Hollywood, paródia ou outro estilo, interessa é o dinheiro em caixa. O resto é decoração, como os tais Óscares, enfim.
"Birdman" ganhou um total de quatro óscares, e além de melhor filme levou também o de melhor argumento original e melhor realizador, este último para Alejandro González Iñárritu. Agora perguntam-me vocês: "Quem é esse, um dos cabecilhas da ETA?". Na, mas podia ser. Alejandro González Iñárritu é mexicano, o que vale por dizer que foi preciso incluir à última hora os tacos y burritos con salsa muy picante ay ay ay me gusta, señor, y tequila, hombre! no menu da "after-party". Se o nome não vos diz nada, é o realizador de filmes com que a Academia simpatizou bastante no passado, casos de "Amorres Perros", "Babel" ou "Biutiful" - tudo lamechices. Como realizou e teve também créditos de produção, Iñárritu subiu ao palco duas vezes, e da segunda fez este discurso que aqui vêem, dedicando o troféu aos seus compatriotas que emigram para os Estados Unidos, em muitos casos ilegalmente, blá, blá, blá, who cares? E onde é que estão os meus tacos e burritos?
Já na representação, os óscares foram para os outros "pesos pesados" da noite, e não houve surpresas de maior - venceram os mesmos que meses antes ganharam os Globos de Ouro. Assim Eddie Redmayne ganhou na categoria de melhor actor principal em "The Theory of Everything", um biópico sobre Stephen Hawking, o matemático mais célebre por ter passado toda a idade adulta a definhar lentamente devido a um tipo de raro de esclerose lateral amiotrófica, que o deixou hoje na situação que todos sabemos, aos 73 anos. Ouch! O prémio deve ser merecido, este é o tipo de papéis que tem "óscar" escrito nele, ou caso contrário é um fiasco. Contudo o filme deve ser deprimente para lá do que é recomendável; ninguém vai ver o filme por causa da teoria dos buracos negros ou do restante trabalho científico de Hawkings.
Na categoria de melhor actriz principal a vencedora foi Julianne Moore. Finalmente! - dirão uns, eu digo antes "que se lixe", que não suporto a tipa, e não me recordo de um único filme onde ela esteja creditada que eu tenha gostado. O filme que lhe valeu o óscar é "Still Alice", onde faz o papel de uma professora de linguística da Universidade de Columbia que ainda jovem é diagnosticada com a doença de Alzheimer - aparentemente as doenças degenerativas são o "sabor do ano" em Hollywood. Moore falou no discurso de aceitação de como precisou de conviver com pessoas que sofrem de Alzheimer, etc., etc., epá coitada. Como lhe deve ter causado tanta impressão, a doença dos outros.
Nas outras categorias o óscar para melhor actor secundário foi para J.K. Simmons no filme "Whiplash", um dos grandes derrotados da noite. Serve bem, ao actor que conhecemos melhor no papel de director do jornal onde trabalha o Homem-Aranha. Para melhor actriz secundária a Academia deu finalmente o devido reconhecimento a Patricia Arquette, para ver se ela se calava, mas foi pior a emenda que o soneto. A ex-mulher de Nicholas Cage e Thomas Jane fez o discurso de aceitação mais politicamente carregado da noite, apelando à igualdade salarial dos géneros em Hollywood, que é uma "boca" para nos deixar saber aquilo que há muito todos sabiamos. Volta Michael Moore, estás perdoado.
O mestre de cerimónias e respectivamente bobo da corte foi Neil Patrick Harris, Meryl Streep - que tem 183 anos e foi nomeada pela 55ª vez - apresentou a sempre comovente lista dos óbitos de 2014, e o óscar para "continuem a tentar que um dia chegam lá" (melhor filme estrangeiro) foi "Ida", da Polónia. Seria sobre um rapazinho e a sua ratazana de estimação? Para o ano há mais.
Os gregos são uns tipos "engraçados", e por "engraçados" não significa que lhes ache piada. São mais como uma curiosidade, como quem vê um cagalhão com uma forma pouco habitual e diz "que engraçado". Na hora de pedir massa emprestada e depois gastar como gente grande, lá estão os gregos no nº 1 do top-40 pela infinitésima semana consecutiva, mas depois quando é para pagar, ui ui, "desculpe mas o patrão não está, volte mais tarde". Claro que não está, o patrão - está pelas ilhas gregas, se calhar. Ou se for fim-de-semana talvez ande por um qualquer estádio de futebol, como neste vídeo que aqui apresento, e que demonstra o que são não-sei-quantos milénios de "civilização". Nele vemos o treinador português Vítor Pereira, campeão pelo FC Porto em 2012 e 2013 e actualmente ao serviço do Olympiakos, a ser agredido por adeptos do Panathinaikos, pouco antes do início do "derby" de Atenas (pfff..."antenas", que nome tão estúpido para uma cidade). Acontece que Vítor Pereira tem como superstição tocar nas redes de cada baliza antes dos jogos, mas ninguém lhe explicou que em grego "tocar as redes" quer dizer "vou f... a tua mãe e a tua irmã em frente ao teu pai a seguir e**o**a*-*e na cara dele", e quando chegou à baliza do lado da bancada onde ficaram os adeptos "rivais", estes começam a atirar-lhe basicamente com tudo o que têm consigo ou encontram pela frente: foguetes, garrafas, cadeiras, tudo. Foi mesmo preciso a polícia de choque intervir, e em menos de um minuto o fumo dos "rockets" trazidos pelos adeptos para dentro de um recinto desportivo já se confundia com o gás lacrimogénio. Vítor Pereira foi retirado por elementos da "entourage" do Olympiakos, que basicamente lhe salvaram a vida - se o "ganda" Vítor, que é um refilão, batia o pé aos sodomitas lá na Arábia, é porque ainda não conhecia os gregos, esses mal-cheirosos caloteiros.
Os gregos dançam, com o dinheiro que lhes emprestam, e que depois não devolvem.
Eis o "berço" da cultura europeia e da democracia, que à conta do que fizeram e disseram (basicamente disseram) há dois mil e tal anos uns tipos barbudos e vestidos de toga, há quem defenda hoje que devemos ajudar estes bárbaros - exemplo do Mário Soares, que em matéria de fraudes e chapeladas desse tipo devia era ficar caladinho. Eis uma coisa que pouca gente sabe, e talvez isso se explique por ter tanta importância como um cocó de andorinha: não é de hoje que os gregos são pobres. Nope, já desde...Sócrates e Platão? que os tipos não têm onde cair mortos, e não é a toa que existe a expressão "ver-se grego". Há quem pense que isso tem a ver com a língua e o alfabeto gregos, e essa é a versão oficial do significado da frase, mas desconfio que estaria mais relacionado com o facto dos tipos serem tradicionalmente uns "tesos". O tal futebol, que os levou à ousadia de ROUBAR o título europeu que era de Portugal, e fizeram-no no nosso território nacional (outros tempos seria uma declaração de guerra!) chegou à Grécia graças à caridade alheia. Sim, quando a Federação de Futebol Helénica (lol) foi formada em 1926, eram tão pobres que precisaram que os italianos lhes dessem chuteiras, equipamentos e outro material básico. Posto isto, entende-se logo a razão porque quiseram entrar na CEE em 1980: para pedinchar e evitar assim morrer todos de fome. Conclusão: os gregos são e sempre foram uns "crava" sem vergonha na cara!
Alguns gregos famosos dos últimos 2000 anos; feios que dão dó.
Existe uma ideia feita e completamente errada de que os gregos são "esculturais". Sim, os de pedra eram, os tais que 1) não existiram, 2) são representações pouco ou nada realistas, ou 3) não eram gregos (David era judeu e Miguel Ângelo, que esculpiu a célebre estátua, era italiano). Aquele Tsipras, cujo nome lembra "tripas" e o amiguinho das finanças que anda aí pela Europa de mãozinha estendida, o tal Varoufakis (parece um vampiro que é coveiro nas horas vagas), têm um aspecto mais ou menos decente - lógico, todos os charlatões são bem parecidos - mas o grego típico tem o nariz da Maria Callas e a testa da Christina Onassis, se for mulher, as orelhas do Karagounis e o trombil do Papandreou, se for homem, e a barba do Demis Roussos, em ambos os casos. Mandriões, rústicos, beberrões e irresponsáveis, os gregos comportam-se exactamente como no estádio onde o nosso bravo compatriota Vítor Pereira esteve em risco de perder a vida! E digo isso sem qualquer exagero.
Mas pronto, não me levem assim tão a sério, que nem tenho nada contra os gregos em geral, coitados, tão pobrezinhos que eles são. Reparem como até são capazes de criar coisas bonitas, como esta canção que levaram ao Festival da Eurovisão, intitulada "Lição de Solfejo", em português. Sim, porque em grego é Μάθημα σολφέζ/ Pode ser que um dia, daqui a muitos, mas mesmo muitos anos, quando já não forem assim tão pobrezinhos que as moscas os evitam com medo que eles lhes peçam dinheiro emprestado, possam adoptar um alfabeto como as pessoas, em vez de escrever em rabiscos como se faz agora em cavernas na Grécia. Cavernas, como aquele estádio do Panathinaikos, repletas de neandertáis e outros tais. E pode ser que qualquer dia também aprendam que o dinheiro custa a ganhar, e que para o ter é preciso trabalhar. E como é que se diz em grego "Quem não tem dinheiro não tem vícios"? Tenho a certeza que "Luxo na miséria" eles sabem o que é. Deve estar escrito debaixo do brasão e das armas, como mote nacional.
Mais um fim-de-semana, mais uma jornada da Premier League inglesa, sempre com inúmeros motivos de interesse, e algumas surpresas. Uma delas aconteceu no País de Gales, onde o Swansea City bateu o Manchester United por duas bolas a uma - o mesmo resultado que os galeses tinham obtido em Old Trafford na jornada inaugural, curiosamente. A equipa de Van Gaal começou bem, marcando aos 28 minutos por Anders Herrera, mas dois minutos depois o coreano Ki Sung-Yong deixou tudo como antes, fazendo o golo do empate. O herói da partida acabou por ser Bafetimbi Domis, francês de ascendência senegalesa, que aos 73 minutos fez o golo que deu a vitória aos locais, e complicou as contas do ManU; é que o Arsenal foi a Selhurst Park vencer o Crystal Palace por 2-1 e subiu ao terceiro lugar por troca com os "red devils", que se arriscariam ainda a cair para o quinto posto, caso o Southampton vencesse no dia seguinte o Liverpool, o que não aconteceu. Mas isso foi no Domingo. Entretanto...
Em Stamford Bridge o Chelsea também tropeçou, cedendo um empate a um golo frente ao Burnley, equipa que luta pela fuga à despromoção. Ninguém estaria à espera que os londrinos fossem perder dois pontos neste encontro, e ainda mais quando Ivanovic colocou a equipa de Mourinho em vantagem logo aos 14 minutos. O Burnley foi defendendo, como lhe competia, e viu o esforço recompensado aos 81 minutos, quando o defesa Bee Mee fez o golo do empate, dando à sua equipa um precioso ponto na luta pela manutenção. Aí o Aston Villa afundou-se, após derrota em casa com o Stoke City por 1-2, e logo na estreia de Tim Sherwood, que substituíu Paul Lambert no comando técnico dos "villains". O Hull City, por seu lado, passou a respirar melhor graças a uma vitória caseira por 2-1 sobre o Queens Park Rangers, e no outro jogo entre aflitos, um resultado "aflito", com Sunderland e West Bromwich Albion a encontrarem-se no campo do primeiro e a empatar sem golos.
O Manchester City aproveitou o empate do Chelsea, e goleou em casa o Newcastle por cinco bolas a zero. Os jogadores de Manuel Pellegrini "esqueceram" por instantes o jogo com o Barcelona na terça-feira, e aproveitaram para se aproximar da liderança, brindando o seu adversário com uma mão cheia de golos. Agüero fez o primeiro logo aos 2 minutos de grande penalidade, e aos 20 minutos os "citizens" já tinham três golos à maior, com Nasri e Džeko a fazerem o gosto ao pé, com o espanhol David Silva a fazer os restantes já no segundo tempo. O Manchester City fica assim a cinco pontos do Chelsea, enquanto o Newcastle voltou a mostrar ter poucos argumentos para andar nos lugares da frente, quedando-se agora pelo 11º lugar com 32 pontos.
Já no Domingo houve jogo grande no que toca à discussão de um lugar na Champions, com o Southampton a receber o Liverpool. Os "saints" podiam ultrapassar Manchester United e Arsenal em caso de vitória, enquanto os visitantes estavam obrigados a ganhar para não perder o contacto com os quatro primeiros. Prevaleceu a vontade dos "reds", que acabaram por sair vencedores por 2-0, com golos de Philippe Coutinho aos 3 minutos, e Raheem Sterling aos 73. Com esta vitória o Liverpool subiu ao 6º lugar a um ponto do Southampton, a dois do ManU e a três do Arsenal, aproveitando da melhor forma o empate caseiro do Tottenham a duas bolas frente ao West Ham, realizado algumas horas antes. No outro jogo de Domingo outro empate a dois golos em jogo entre aflitos, com o Everton a marcar quase no fim, evitando uma derrota caseira frente ao lanterna-vermelha, o Leicester.
Classificação (dez primeiros):
1 Chelsea 26 60
2 Manchester City 26 55
3 Arsenal 26 48
4 Manchester United 26 47
5 Southampton 26 46
6 Liverpool 26 45
7 Tottenham 26 44
8 West Ham 26 39
9 Swansea 26 37
10 Stoke City 26 36
O Barcelona voltou a desiludir os seus adeptos, ao perder no último Sábado em casa frente ao Málaga por uma bola a zero, em vésperas da visita a Inglaterra, onde os catalães defrontam na terça o Manchester City em jogo a contar para a primeira mão dos oitavos da Liga dos Campeões. Talvez já com a cabeça nesse difícil compromisso, os "blaugrana" não tiveram imaginação para contrariar os malaguenhos, que marcaram o único golo do encontro logo no oitavo minuto por Juanmi. Os restantes 82 não chegaram para a equipa de Luis Enrique dar a volta ao marcador, nem com o "tridente" ofensivo composto por Luis Suárez, Neymar e Messi em campo durante todo o jogo. Ganham força os argumentos daqueles que querem a saída do técnico espanhol, colocando-se Ronaldo Koeman no topo da lista de possíveis substitutos.
Quem aproveitou bem o troção do Barça foi o eterno rival, o Real Madrid, que no dia seguinte foi ao reduto do modesto Elche vencer por duas bolas a zero. Não foi fácil, contudo, e foi preciso esperar até ao minuto 56 para que Benzema "quebrasse o enguiço" e abrisse o marcador, e treze minutos mais tarde a paciência dos adeptos "merengue" seria duplamente recompensada, com Cristiano Ronaldo a assinar o segundo da sua equipa, e o 29º da sua conta pessoal na Liga espanhola. Com este triunfo o Real volta a ter quatro pontos de vantagem sobre o Barcelona, e sete sobre o Atletico Madrid, que venceu em casa o Almería por 3-0.
José Gabriel Quaresma, jornalista da TVI, foi "vítima" de uma turba de internautas irados - pior do que isso, internautas do estirpe "clubista", da variante verde-e-branca, que sendo uma das menos perigosas, inspira cuidados, como neste caso. O "pivot" dos noticiários da televisão independente deixou um comentário na página de um Facebook de um amigo que viajou na quinta-feira para a Alemanha com adeptos do Sporting onde se lia "mete uma bomba no avião", e em menos que nada teve a sua própria página naquela rede social inundada com comentários depreciativos e insultuosos, que incluíam ameaças a si e à sua família. Lamentável que isto tenha acontecido com Quaresma, que precisou mesmo de encerrar a conta no Facebook (tanto quanto sei), mas o senhor não é de todo inocente. Não vale vir aqui com comparações com o caso dos "cartoonistas" franceses, ou falar de "liberdade de expressão", pois aí tanto tem o J. G. Quaresma liberdade de achar engraçado brincar com bombas nos aviões (não podia ter escolhido melhor altura, aliás), assim como têm as outras pessoas de o mandar a tal sítio - mau gosto por mau gosto, ficam todos mal na figura. Se realmente foi ameaçado, como diz, e se tem provas, pode sempre apresentar queixa, que será atendida, certamente. Não se venha é armado em anjinho, porque se a brincadeira era entre ele e o amigo, escolhesse outra coisa que não envolva terceiros. Olha, e se falassem daquela vez em que o outro lhe foi ao...ah deixem lá. Não vale a pena.
Para quem tinha a curiosidade de saber se os apresentadores dos noticiários mantinham a compostura depois de saírem do ar (ou pensar que saíram, como neste caso), aqui têm a vossa resposta. Conheço mal o personagem, mas para mim este Quaresma, que entrou mal na sua "época", é mais um daquelas patetas encartados. A diferença foi ter mais sorte que muitos outros, enfim...
Imagens impressionantes que chegam do Brasil, onde uma ambulância recolhe três supostos delinquentes alvejados numa troca de tiros, e trata-os como se fossem uns bichos quaisquer atropelados no meio da estrada. Chamo a atenção para a violência das imagens.
Então isto é o melhor que a Direcção dos Serviços de Assuntos de Tráfego (DSAT) consegue para conter as multidões durante o Ano Novo Lunar? Este era o aspecto da Av. Almeida Ribeiro hoje ao final da tarde, com a paragem de autocarros junto ao Banco Weng Hang a ter "honras" de policiamento, enquanto os passageiros ficavam numa zona cercada, que mais pareciam gado. Acho bem, sim senhor; assim evita-se que se atropelem e matem uns aos outros, como se cada autocarro fosse o último antes de serem engolidos pelo fogo dos infernos. Amen.
E temos onze, meus amigos: Rabo; Cagara, Barba, Repolho, Chonene; Sono, Frangos, Lambe, Kona; Batatinha, Marica. É a equipa do seu cú! Perdão, do século!
Incêndio de grandes dimensões na madrugada de hoje no Dubai, Emirados Árabes Unidos, num arranha-céus situado na luxuosa Marina, e que curiosamente tem o nome the "Torch" - ou "tocha", em português. O fogo começou num dos apartamentos e devido ao vento espalhou-se rapidamente pelos andares superiores, quando passava das duas da manhã, hora local. Ainda não há um balanço dos prejuízos ou do número de vítimas, mas sabe-se que os andares acima do 50º ficaram incinerados. O "Torch" é o edifício residencial mais alto do mundo, com os seus 79 andares a elevarem-se a 336 metros do solo.
Sexta-feira foi o dia do arranque de mais uma jornada em alguns dos principais campeonatos europeus, com as equipas que participam nos jogos da próxima semana da Liga dos Campeões a antecipar os seus compromissos domésticos com vista à sempre exigente prova europeia. Começemos pela Alemanha, onde o Borussia Dortmund continua a sua recuperação e parece ter finalmente recuperado a boa forma, mesmo em vésperas da visita a Itália, onde vai defrontar a Juventus. A equipa de Jürgen Klopp somou a terceira vitória consecutiva no terreno do último classificado, o Estugarda, mas o 3-2 final deixa a entender que não foi nada fácil. E de facto os visitantes adiantaram-se no placard pelo franco-gabonês Pierre Aubameyang, estavam decorridos 25 minutos, mas os locais empatariam sete minutos depois pelo austríaco Florian Klein, na transformação de uma grande penalidade. O Dortmund ainda foi para o intervalo em vantagem graças a um golo aos 39 minutos, da autoria de Ilkay Gündogan, curiosamente poucos dias depois do médio alemão de ascendência turca ter renovado com o clube. No segundo tempo o Estugarda fez tudo para conseguir pelo menos somar um ponto, e só aos 89 os visitantes respiraram de alívio, graças a um golo da estrela da equipa, o médio-ofensivo Marco Reus, de nada valendo o golo do defesa Niedermeier, já para lá dos 90, que estabeleceria o resultado final. Com esta vitória o Dortmund ascende ao 10º lugar, à condição.
Quanto ao adversário dos alemães, a Juventus, jogou em casa frente à aflita Atalanta, e apesar de ter estado em desvantagem, a "vecchia signora" não desilidiu o seu público e somou mais uma vitória por duas bolas a uma. O resultado ficou feito na primeira parte, mas os visitantes tiveram a honra de inaugurar o marcador, por intermédio do veterano Giulio Migliaccio, quando a marcador assinalava o minuto 25. A Juventus correu atrás do prejuízo, e conseguiu empatar aos 39 pelo espanhol Fernando Llorente, avançado basco que trocou o Athletic de Bilbao pelos "bianconeri" há duas épocas. A partida ficou sentenciada com um golaço de Andrea Pirlo mesmo em cima do intervalo, que permitiu a Massimo Allegri ficar mais tranquilo e fazer a gestão cvom vista à partida de terça-feira para a Champions. A Juventus lidera a Serie A com mais dez pontos que a AS Roma, que só no Domingo acerta calendário com a deslocação ao terreno do Hellas Verona.
Já na quarta-feira será a vez do Monaco entrar em jogo, com uma sempre difícil ida a Londres defrontar o Arsenal, treinado por Arsène Wenger, que veio para os "gunners" exactamente do principado monegasco, já no longínquo ano de 1997. No campeonato francês as ambições da equipa treinada pelo português Leonardo Jardim não são muitas, e mesmo a vitória ontem no terreno do Nice só valeu a subida ao 4º lugar, ainda a oito do líder Lyon e a seis de Paris Saint-Germain e Marselha, que ocupam os restantes dois lugares de acesso à Liga dos Campeões da próxima temporada. E no jogo do Allianz Riviera, na idílica Côte d'Azur, Jardim contou com a ajuda de um compatriota seu, o ex-benfiquista Bernardo Silva, autor do único golo do encontro. Em boa hora o técnico madeirense fê-lo saltar do banco e lançá-lo para o lugar de Dimitar Berbatov, para a cinco minutos do fim dar os três pontos ao Monaco. Por seu lado o Nice, onde alinha o brasileiro Carlos Eduardo, emprestado pelo FC Porto, ocupa um tranquilo nono lugar com 34 pontos, menos nove que o seu adversário desta ronda, e mais oito que os lugares de despromoção.
Continuando na senda dos "artistas". Parece que do outro lado foi outra vez Carnaval esta semana, e não fosse a cobertura que é dada pela RTPi, eu nem dava por nada - aqui são "outros carnaváis", portanto. Mas onde a entrada da Quaresma é mesmo "a doer" é no Brasil, e este ano no Sambódromo aconteceu uma polémica curiosa, depois de se saber que uma das escolas recebeu 10 milhões de reais (dois milhões de patacas) do regime da Guiné-Equatorial, país africano que fica muito, mas mesmo muito longe de ser considerado "uma boa companhia". Coincidência ou talvez não, a escola em causa saíu vencedora, e não há prémio para quem adivinhar que foi a Escola Beija-Flor, praticamente a única que sabemos de cor o nome. Na quarta-feira de cinzas, depois dos corpos ficarem arrefecidos do calor, foram os ânimos a precisar de baixar de temperatura, e lá veio o director artístico da escola, Fran Sérgio, explicar que o (mui generoso) patrocínio não partiu do governo da Guiné-Equatorial, mas sim de "empresas brasileiras de construção civil" instaladas naquele país. Ahem, ainda falta mês e meio para o primeiro de Abril, ó Fran Sérgio, e ainda por cima o próprio embaixador da Guiné-Equatorial no Brasil, um tal Benigno-Pedro Tang, confirmou esta versão da história, mas convenhamos que se tratando de alguém que desfilou no último carro alegórico, não é uma fonte muito credível. Em entrevista à "Globo", o "camarada" ainda defendeu a honra do seu convento que de "convento" não tem nada, dizendo: "Quem se incomoda com isso é burro. A escola deu 4.000 fantasias para a sua comunidade graças ao patrocínio". Ui, a falta que fazia, as 4 mil fantasias, e nem entendo a razão do Fran Sérgio (nome delicioso, eh, eh) estar tão agitado, ninguém lhe pediu contas - a não ser os sócios e simpatizantes da Beija-Flor, que não se inibiram de manifestar o seu descontentamento nas redes sociais. Vai lá chamar burro a eles, ó Fran Sérgio.
Da esquerda para a direita: Laíla, Fran Sérgio e Farid Abrahão David - o "trio eléctrico" da Beija-Flor.
Eu normalmente não dou importância a este tipo de tricas sobre quem deu o quê, e quanto deu, e tudo isso. Sim, a Guiné-Equatorial é uma daquelas ditaduras sinistras, do tipo câmara dos horrores, e já aqui falei disso aqui em detalhe aquando da entrada daquele país na ACOLOP, mas não vai ser por não aceitar o dinheiro que os seus habitantes vão sofrer mais ou menos - se eles não aceitassem havia outra escola qualquer que ia aceitar, com toda a certeza. Sorte deles, que se "abotoaram" a uma pipa de massa, e aquela conversa do "dinheiro manchado de sangue" não passa de uma metáfora. É dinheiro igual aos outros. Agora os argumentos que os tipos usam para "limpar a barra", como costumam dizer lá, é que são tão ridículos que não chegam a ser risíveis. Peguemos como exemplo um tal de Laíla (sim, isto nome de homem), que é presidente da comissão de Carnaval da Beija-Flor, que diz maravilhas da Guiné Equatorial, mas ressalva: "Nós sabemos fazer carnaval. Eu não suporto política. Eu não falo de política". Muito bem, até não ficava assim tão mal, tivesse ele ficado calado a seguir, porque quando acusa de imprensa de "estar a atacar uma escola de gente honesta, para daí retirar proveito", ahem, alguém explica a esse mané o peso em incoerência e burrice patente nessa afirmação? Tudo bem que no contexto do Carnaval, quando ninguém leva a mal, ou lá o que é, se façam homenagens à Guiné Equatorial, ao Estado Islâmico ou ao raio que os parta, mas depois disso, tento na língua, meus amigos; a Guiné Equatorial não é "o paraíso". É uma merda. Mas nada me surpreende quando o presidente da Beija-Flor é um tal de Farid Abrahão David. Ui, com um nome desses só pode ser um anjinho. Ditadura? Qual ditadura? São cordeirinhos de Deus, "mermão". Vai, não vem que não tem. Fui.