sábado, 16 de fevereiro de 2013

Fomos quase pró c...



Já todos temos consciência da nossa insignificância, é certo. Os 70 anos que passamos nesta Terra, com alguma sorte mais e muito possivelmente menos, são uma ninharia comparados com os muitos milhões de anos que nos levaram até à nossa pífia existência. Não é surpresa portanto que exista uma possibilidade real de tudo acabar tão depressa como começou, e perante os caprichos do cosmos, esse sim imenso e imprevisível, somos completamente impotentes. Não há crença que nos valha quando um qualquer calhau vindo dos confins do universo colidir com o nosso frágil planeta, e citando as previsões mais apocalípticas, “a vida, como a conhecemos, chegar a um fim”. É tudo uma questão de sorte, no fundo.

O asteróide que passou mesmo agora rente à Terra não chegou a ser uma ameaça. Foi um pequeno “ufa”, apesar de 270 mil quilómetros nos parecerem uma distância enorme para fazer a pé, de carro ou até de avião, mas elevado à dimensão cósmica, é como se uma bala nos passasse a dois centímetros da têmpora. Foi menos que uma notícia; foi uma mera curiosidade. A ciência dotou-nos da capacidade de prever uma tragédia deste tipo, e o tal asteróide DA14 não chegou sequer a provocar um terramoto, um tsunami ou uma simples rajada de vento. Já passou. Livrámo-nos de boa.

O filme “Armageddon”, de 1998, era sobre um asteróide “do tamanho do Texas” que se preparava para colidir com a Terra e com isso obliterar toda a humanidade. Os que viram lembram-se como o personagem interpretado por Bruce Willis e os seus colegas que se dedicavam à prospecção petrolífera viajaram até ao espaço e implantaram um engenho nuclear que faria o asteróide rebentar em pedaços, salvando a Terra de um fim mais que certo. O filme foi massacrado pela crítica, mas tem uma razão de ser. É interessante que nos lembremos da nossa própria fragilidade. Rotação? Translação? Gravidade? São tudo fenómenos que nos são dados a conhecer, mas o que podemos fazer por eles?

O DA14 é do tamanho de metade de um campo de futebol, e na realidade bastaria um asteróide mais pequeno que isso para nos atirar para fora da nossa esfera gravitacional, quanto mais um do tamanho do Texas. Os astrónomos, essa malta que passou a vida a estudar estas complicadas coisas do espaço (muitos contra a vontade dos pais), já nos tinham assegurado que não tinhamos razões para nos preocuparmos. Nem sei como reagiriam se fosse caso para entrarmos em pânico. As predições sobre o fim do mundo ficam para mais tarde, portanto. Razão tinham os antigos Gauleses, que só temiam que o céu lhes caísse em cima da cabeça, E agora estivemos perto…

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