quinta-feira, 30 de junho de 2016

Detector de mentiras









Foi pouco para um, e ainda menos para outro


Quando deparei com esta notícia que já tem dois meses mas "passou-me" ao lado, lembrei-me daquele indivíduo perturbado, obsessivo e tresloucado, e senti pena do pobre Simba, que é duplamente vítima deste lamentável e vergonhoso episódio. Quem é o indivíduo a que me referi agora mesmo? O dono do Simba! Pois é, o tal fulano que matou o cão é um palerma e ainda bem que foi condenado, e por duas razões: por ter uma arma ilegal em casa (é porque deve ser uma pessoa muito "querida" da sua comunidade), e por ter resolvido seja lá qual era o problema que tinha com o dono do cão, sacrificando o pobre animal. Sim, ninguém me diz que estes dois cavalheiros não tinham lá umas contas quaisquer a ajustar, pois nem me parece que o cão seja assim tão perigoso que fosse necessário abatê-lo A TIRO, nem a reacção do dono se justificava tão...tão o quê?


Para quem não se recorda, pode ler aqui o artigo que escrevi na altura sobre este caso, levado que fui pelo choque, depois de me aperceber como é possível existir alguém tão irresponsável, tão inconsciente, tão irredutivelmente IMBECIL. Reitero o mesmo que escrevi e ainda acrescento mais: um IMBECIL. Eu não devia estar a fazer isto, porque este gajo é DOENTE, e devia estar interditado, ou metido numa camisa de forças, sei lá, longe da sociedade, como potencial TERRORISTA que é. Vá, cuspam-me em cima, chamem-me nomes horríveis, ameacem-me de morte, todas as modalidades dessa nova olimpíada da humanidade, onde comportar-se como um selvagem homicida é tido como "sinal de civilidade". A sério, não há paciência para aturar este tipo de irracionalidade com tiques de progressismo, e lendo o comentário do camarada, consigo imaginá-lo a martelar o teclado com murros, a chorar baba e ranho, a arrancar os cabelos, e depois de tomar uma caixa inteira de Xanax, mandou aqui os amigos para a habitual dose de insultos e ameaças,  em suma, tudo o que consideram necessário para tornar o mundo um lugar melhor para as bestas. Não foram tantos quanto isso, antes pelo contrário. Menos que na polémica com Ricky Gervais e muito menos que no episódio do gato de Mourão, onde as brigadas do animaleiro Nuno Markl ocorreram em massa para me ensinar através de impropérios dirigidosa mim e à minha família que eu não devo queimar gatos? Penso que era essa a moral da história, não sei. Ou isso ou então que não devo apontar numa figura querida da malta fixe, um Júlio Isidro Jr.,  a hipocrisia patente na condenação de uma futilidade que numa análise fria e sóbria não causou quaisquer vítimas, enquanto que poucos meses antes país ficava chocado com a morte de 6 jovens na praia do Meco durante uma praxe académica, e a respeito dessa tragédia aí sim, nem um pio. Parece que as touradas é que são um "problema". E o gato queimado vivo que continuou vivo, o sacana do bicho - assim como é que se arranja um pretexto para linchar os populares de Mourão? Já não se fazem mártires comoantigamente.


Um desses comentários chamou-me a atenção, pois penso que ilustra bem o que é esta causa em termos de conteúdo filosófico e ideológico. Este indivíduo que vides aqui na imagem é o autor deste comentário, onde procura dar-me a provar do meu próprio veneno; "com que então gostas de escrever, ah?" (nota-se assim tanto?!). "É que eu vi ali no arquivo uns artigos que me parecem ser interessantes, mas não seres parvo agora não os vou ler. Toma!". NÃO! TUDO MENOS ISSO! LEVAI ANTES O MEU PRIMOGÉNITO MAS ISSO NUNCA! Estão a ver no que é que este radicalismo ridículo torna pessoas supostamente inteligentes, que tocam oboé  (?) na Filarmónica de Gorzowska, em argumentistas do desespero e defensores do indefensável. Chega mesmo a ser insultuoso que o soprador de gaita pense que me vai deixar de rastos com a perspectiva de não ler algo que não lhe vai custar nem um obrigado. Se calhar se eu lhe dissesse que por não ter vindo aqui ao blogue ler os artigos "que lhe interessam" (nunca escrevi sobre oboés nem nada que se pareça...) não foi possível salvar meia dúzia de cachorrinhos do canil, que assim foram usados para fazer sabão, o homem enlouquecia,  e ainda saltava do terraço junto com o oboé. Mas o mais curioso é a comparação que faz entre o comportamento do seu amigo Diogo Castiço - e assumo que devem ser amigos, qual autêntico par de jóias - e aquilo que considera uma "agressão verbal" da minha parte. Mas sabe o que mais ó gaiteiro? Acho que ainda fui muito simpático ali com o seu camarada. Não me surpreende que você não esteja a ver porquê, pois caso contrário abstinha-se de me molestar.


E aí está a resposta do lunático ao Provedor do Leitor que lhe dediquei no dia a seguir à sua primeira missiva. Há ali tanta burrice implícita que se torna quase impossível descortinar qual era a intenção do indivíduo depois de o ter feito ver mais uma vez de maneira directa e no único tom que se pode usar em cavalgaduras desta estirpe, que aquilo que ele fez FOI UMA VERGONHA! Quem não sabia ou não se recorda e não esteve para se chatear e reler o artigo cujo link deixei no segundo parágrafo - e compreendo, pois de agradável esta novela não tem nada - permita que resuma numa só frase a razão que me levou a criticar este indivíduo: à revelia do principio da presunção da inocência, este alucinado andou pelo país inteiro a fazer uma campanha negra contra o gajo que ele alega lhe ter morto o cão, sem que para isso apresentasse uma única prova! E mesmo que tivesse um registo em vídeo e uma confissão assinada pelo suspeito NUNCA teria legitimidade para fazer o que fez. E reparem que digo "suspeito", que até à conclusão da investigação não passaria disso mesmo, e na eventualidade de ser constituído arguido seria SEMPRE inocente até ser provada a sua culpa é esgotadas todas as vias de recurso ao seu dispor. É assim que as coisas se processam num estado de Direito, mas parece que esse conceito é alienígena, e portanto toca a fazer de juiz, júri e carrasco e percorrer o país em tournée acusando alguém SEM PROVAS, nunca é demais repetir, recorrendo inclusivamente à estação pública de televisão, por ?, Deus dos agnósticos! Foi aí que tomei conhecimento da CHALUPICE deste cavalheiro, que por muito que se aceite estar consternado com a sua perda, NADA justifica aquilo que fez. Ai apreenderam a arma? Por acaso aí podia ter somado um pontinho na pauta da minha consideração, que teria que ser desenterrada da cova onde jaz debaixo dos lixo dos últimos dez anos, e mencionar que arma era ilegal, e que o sujeito não tinha licença de porte. E mesmo assim sentava o cuzinho sossegadinho em casa, quando não dava lá as aulas de equitação ou seja lá o que for com que ocupa o seu tempo quando não está a fazer ASNEIRA, e deixava a justiça resolver o caso. E olhe que não tinha começado nada mal, e só é pena que tenha deixado a sua psicose tomar conta das operações. Mas também o que seria de esperar...


...quando nem uma pessoa próxima existe para chamá-lo à razão? Aquela sujeita ali em cima é irmã do vingador do pobre cão, que vê o nome e a memória arrastados na lama por gente mentalmente insalubre, e está a fazer queixinhas ao Markl! Isso mesmo, durante a tal polémica em que eu deixo vincado o meu repúdio à ideia de impalar a população inteira de uma aldeia com o pretexto de que andaram a judiar um bichano, eis que chega a tia do Simba (já agora o fulano auto-intitula-se "papá do Simba", pelo que só posso assumir que aqui tratei com a senhora cadela da sua tia) cheia de ganas de me servir um Pedigree Pal de justiça, só que acaba por FAZER AINDA PIOR que o rafeiro do irmão! Primeiro acha de bom tom livrar-se dessa maçada que é o  "alegado": é assassino e não fala mais nisso, e nem que o juiz dissesse o contrário, ela é que sabe e eu sou um "mau sujeito" porque me recuso a achar justo ir até Mourão e "enfiar barrotes a arder pelo cu acima" da população - e entre todos, optei não pelo pior dos mimos, mas antes pelo mais recorrente. Como se calhar pensou que ainda não tinha garantido um lugar no Céu, resolve poupar tempo e dinheiro aos tribunais e antecipa ela mesma o veredicto: preso. Mánada, pimba! Afinfa-lhe! Eu não concordo, aliás, acho um absurdo que alguém cumpra uma pena de prisão efectiva por matar um animal, mais tarde desenvolvo esta noção mas antes disso salvaguardo que reconheço as excepções caso se trate de uma espécie protegida, e  volto a repetir caso alguém já tinha a visão turva com esta "barbaridade selvática e desumana que acabei de pronunciar: UM animal. Para aqueles que já se preparavam para me chamar "terrorista ecológico", melhor sorte da próxima vez. Melhor ainda: e que tal irem ocupar o vosso tempo livre com algo mais útil, como dormir, por exemplo.


Pronto, e nem o Markl lhe prestou uma ovação de pé, nem eu fui a fugir com o rabiosque entre as pernas, apanágio dos caninos com que a sra. cadela tia do Simba se identifica. Não foi preciso puxar pela cabeça para chover na parada de Carnaval da FRAUDE que esta gente que gosta de tomar o resto do mundo por imbecis: bastou-me o relato fiel dos acontecimentos. Sem poder dizer nada que não a comprometesse ainda mais, optou por mais um truquezinho rasca, pegando naquele "gente de caca" que era dirigido aos "apoiantes" do seu lindo discurso de MENTIRA, alegando que eu "a ofendi", e que era "muito educada" - se for como o maninho, como já vamos ver mais à frente, então trata-se apenas de mais uma das suas MENTIRAS. Ai, "caca", que escândalo, que palavrão, só consigo escrever a primeira letra, vou desmaiar, ui ui. Depois "deusa-me" a sangue frio, sem mais nem menos, como se na possibilidade de Deus estar a assistir a isto fosse brando com a sua FARSA - e além disso sou agnóstico. Ai não usa blogues para destilar ódios? Também para que é que ia precisar, se tem o seu irmão para o fazer à escala nacional? Mas por falar nisso, vamos ver como se faz jornalismo de caca.


Ena! O dono do cão pagou mais que o gajo que o matou, "bestial". Sem dúvida que é uma daquelas coisas que estimula aquela metade "bonzinho" dos portugueses, sempre cheios de sede de justiça, e que a juntar à outra metade que lê os cabeçalhos e imagina o resto da história, voilà! temos "ai Jesus onde é que isto tudo vai parar" durante toda a semana, mais os habituais impropérios ao juiz e a toda a gente que apanharem pela frente, e ai de quem se atrever a duvidar - assim tem mais "piada". Dá-me a entender que SE fosse feito em Portugal bom jornalismo, talvez as pessoas não estivessem tão desconfiadas das instituições, neste caso da justiça. E apesar de Diogo Castiço ter sido condenado E BEM pelos seis crimes de que era acusado, cinco de injúria, a imprensa em geral fez parecer que se tratou de alguma "brincadeira", chegando mesmo a descrever a repreensão dada pelo juiz ao arguido como uma mera advertência: "juiz ralhou com o dono do Simba". Ralhou??? E mais: o juiz tratou o animal por "coisa". Tudo bem, está mal, mas e ninguém se interessa pelo princípio da presunção da inocência que este tipo espezinhou e cuspiu em cima? É um direito de todos, pá! É a única que garante que não chega um bardamerdas qualquer ao pé de vocês com a bófia, diz que disse que fizeram, fritaram e assaram, e trau, vão dentro ainda antes de entenderem o que se está a passar. Acham bem??? Outra coisa que me deixou boquiaberto foi a declaração do advogado de Diogo Castiço após a leitura da sentença; diz que vai recorrer, o que é perfeitamente legítimo, mas diz-se indignado com a redacção dada ao acórdão, e agora vejam isto: nega que o seu cliente tenha feito porta-estandarte da morte do cão nas redes sociais, e nega que o "papá do Simba" tenha humanizado o cão. Nestes termos:  "Sabemos perfeitamente que um cão é um cão, o que não quer dizer que não possa ser tratado como um membro não humano de uma família”. Ai é? E isto?



Já sei, pois pois, não quer dizer nada, é normal, etc. etc. e é possível que um juiz que olhe para isto tenha uma largura de horizontes que lhe permita ficar apenas "ligeiramente desconfiado" da alegação de que "um cão é um cão" perante uma canção que diz o oposto. E se por acaso lhe for parar às mãos uma coisa destas?



Isto foi ONTEM! E este tipo tem feito o mesmo e parecido à ordem das duas ou três vezes por semana desde que o pobre cão morreu vai para um ano e meio! Por favor, tentem ler e interpretar aquilo, e digam-me o que disserem, NÃO É NORMAL! Há pais que sofrem com a angústia de lhes morrer um filho nos braços, ultrapassam a sua perda relativamente bem - claro que é uma coisa que deixa alguém marcado para toda a vida, não nego - e não fazem este drama à Romeu e Julieta que este tipo faz com o cão! E aqui:


Ele já me tinha deixado algo parecido naqueles comentários que me deixou, que basicamente querem dizer que eu sou um sacana, sádico e cínico porque me recuso a alinhar no linchamento na praça pública de uma pessoa que não conheço devido a factos de que nada sei. A este ponto fico sem saber quão figurativo é aquele "amo o meu cão". E não olhem assim para mim, porque agora vem o "grand finale" de toda esta história com contornos tão surrealistas:



Este é um artigo de Miguel Sousa Tavares (MST) que no seu estilo habitual, muito frontal e com uma pitada de provocação, critica a proposta de lei apresentada pelo PAN, quiçá revolucionária atendendo aos nossos brandos costumes, e ao mesmo tempo o muito que há pela frente em matéria de educação no sentido de sensibilizar a opinião pública para o facto de que os animais com o sistema nervoso central suficientemente desenvolvido ao ponto de sentirem não devem ser maltratados, ponto. Ao contrário de MST, que adopta um tom de escárnio para se referir ao que considera um violação do seus estatuto de carnívoro no topo da cadeia alimentar, concordo que se legisle no sentido de punir criminalmente que maltrate animais por maldade, diversão e até negligentemente, mas variando de castigo conforme a gravidade da infracção e NUNCA com penas de prisão efectiva. Isso não, porque vai contra o que durou séculos a ser conseguido, e ainda não completamente, que é o respeito pela vida humana. Eu sei que é complicado explicar, especialmente a quem pensar dessa forma redutora que é "os homens sentem, os animais sentem, agressão é dor, portanto prisão. Mas e quanto à forma como se racionaliza a agressão, e até a própria morte? No caso de um animal irracional não há uma família para exigir justiça, e no caso dos maus tratos pode-se dar o caso de ficar mais arisco, mas nem ele sabe porquê: não se pode aplicar a mesma medida às pessoas e aos animais. Um outro bom exemplo é o incesto, que para nós é imoral e ilegal - como vamos explicar isto a um cão ou a um macaco? E a questão levantada por MST é legítima, pois temos de um lado a espécie humana, e do outro todas as outras, que vão de uma simples petinga a um panda adulto. Portanto é preciso cuidado quando se legisla a pensar em seres a que seria impossível incutir este conceito. É senso comum, mas que nos últimos tem sido colocado em xeque por pessoas como o Diogo Castiço, que inspirados pelos ideais igualitários da emancipação dos escravos e dos movimentos feministas ambicionam a "libertação" das espécies de animais irracionais, indiferentes a quem, sei lá, olha, tem mais que fazer? É mesmo assim: pegar nesta causa e radicalizá-la só levará a que adira a ela pessoas problemáticas. E agora o pior:


Quando insulta, ou se exalta e comporta-se como um maluquinho, ainda vá lá, só se recomenda que esteja alguém em casa, não vá engolir a língua ou algo do género, mas aqui é que o Diogo Castiço deixa a sua psicose qual cavalo à solta na casa de espelhos do parque de diversões. Está bem, estou a exagerar na "preocupação", se bem que não arriscaria dizer que não há ninguém suficiente influenciável para ir atrás daquela conversa - o próprio Castiço que não atiraria um cocktail molotoff, e eu dou-lhe o benefício da dúvida. O que me aborrece é que as pessoas que frequentam aquela página da sua responsabilidade teimam em dar-lhe corda! Que diabo, nem vou aqui dizer se são muitas ou poucas ou lá vai o gajo dizer que estou com inveja e o camandro, mas não haverá ninguém SÃO, e com isto o "mentalmente" está implícito, que ajude este tipo a virar a página? Desde que foi condenado parece que piorou. Elabora elegias ao Simba dia sim, dia não,  imprime cada vez mais raiva no que diz, e caso o meu dicionário não esteja "avariado", diz ali coisas muito piores que "caca" - só para que conste que a irmã do indivíduo é uma pantomineira incompetente. Parece que nunca ficaremos a saber ao certo se existia algum mal-estar entre os dois arguidos prévio ao incidente que levou a vida ao pobre Simba, mártir de uma série de equívocos, coitado, mas uma coisa dou como certa: o primeiro só pelo porte de arma ilegal já teria que ser punido exemplarmente, e a juntar ao que fez ao cão seria mais do que esta admoestação, que no fundo não passa de cócegas. Quanto ao Castiço, precisava mesmo de um "time out", e não quero dizer na prisão. Que fosse apanhar ar, ou se são os ares do campo que lhes estão a fazer, quem sabe se uma temporada de urbanidade lhe fizesse. É que não sou eu que faço as leis, nem acho bem feito ou mal feito: cumpro as regras do jogo. Já quanto ao Castiço...dizer mais o quê?


quarta-feira, 29 de junho de 2016

Ó minha senhora, nós não estamos aqui para pensar


A notícia saiu na edição de ontem do Ponto Final, mas fique a saber primeiro pelas redes sociais, o que não é boa ideia, mas infelizmente vem acontecendo com cada vez mais frequência: comenta-se o comentário acrescenta-se um ponto, e o mais grave, fazem-se julgamentos e chegam-se a conclusões sem  se estar a par dos factos. Quando o caso envolve o Governo ou as autoridades, como é o exemplo deste, há sempre tendência para se cair no exagero - digamos que há por aí muito boa gente que é anti-poder por convicção. Mas não os censuro; em Macau, digam o que disserem, convém ser um bocado "desconfiado".

Quanto ao caso propriamente dito. Uma residente de Macau de origem vasca queixa-se da conduta da polícia com a sua filha de 13 anos, detida na segunda feira à tarde durante uma operação "stop", por se encontrar sem identificação. A detenção ocorreu dentro do autocarro onde a jovem se encontrava, sendo posteriormente levada para uma carrinha da PSP, onde se sentou na traseira com outros indocumentados, todos homens e adultos. Após conseguir contactar a mãe, esta veio buscá-la trazendo consigo a identificação da jovem, e encontrou-a em prantos. Isto não impediu contudo que um dos agentes presente no local achasse a situação cómica, rindo da aflição da adolescente - suponho que terá sentido o mesmo em relação à angústia da mãe, que pelo menos esta assim pensou, ao ponto de tirar uma fotografia do agente em questão. Tenho sérias dúvidas quanto à legalidade deste acto, mas além de se poder explicar pelas circunstâncias em que ocorreu, é acessório, senão irrelevante para o caso no seu todo.

A primeira coisa que eu pensei ainda enquanto lia a notícia foi que tudo isto podia ter sido evitado se a jovem em questão levasse consigo o BIR de Macau.  Pode parecer que estou a querer desresponsabilizar alguém, ou desviar o tema do seu ponto principal, mas pronto, analisando friamente o incidente, a primeira coisa que me veio à cabeça foi como se poderia tê-lo evitado. Se isso faz de mim má pessoa, então os bombeiros e outros agentes que zelam pela segurança pública estão a investir na vertente da prevenção para nada. Adiante: a verdade é que tinha nem BIR, nem cartão de estudante, e a partir daqui a bola passa a estar no campo das autoridades. E como resolveram a situação? Criando um problema onde não existia nenhum. Mais um exemplo da falta de tacto das autoridades, que mostraram desta forma que não pensam. Se cumprem ordens? E isso aqui interessa para o caso?  Não pensam.

Sim senhor, este tipo de acções das autoridades com vista a detectar situações de permanência ilegal no território são de louvar, mas porquê? Qual é a ideia? Ora bem,  nem mais: o trabalho ilegal, ou neste caso o combate ao mesmo. Nem consigo imaginar outro motivo para que alguém se quisesse demorar por esta pasmaceira  (vá lá, que aqui é para "cortar na casaca" ou não é?) a não ser que lhe paguem. Mesmo na eventualidade de ser estritamente necessário verificar a identidade da jovem - os pais podiam encontrar-se eles próprios em situação ilegal, porque não - seria um sempre de bom tom atender ao facto de que se trata de uma menor, e mesmo que se fosse colocada a hipótese de estar empregada ilegalmente  (duvido que uma situação deste tipo fosse detectada num autocarro público), havia que proceder conforme a pessoa, atenção, a pessoa. Um indocumentado, um trabalhador em situação ilegal e um pobre diabo que até as calças perdeu na mesa de um casino são pessoas, e não gado. Aqui estamos a falar de uma menina de 13 anos. A polícia não distingue uma menina de  13 anos de um homem adulto? Então isso é preocupante, e por mais que uma razão.

Não podemos deixar de estabelecer um paralelo entre este episódio e um outro que ocorreu há ano e meio, quando foi negada a autorização de entrada no território a um bebé de um ano de idade, que vinha de Hong Kong com os pais, apenas por ter o mesmo nome que um professor universitário da RAE vizinha, o que já por si tem muito que se lhe diga, convém referir esse pormenor. Curiosamente isto acontece no dia seguinte a uma entrevista do secretário da tutela ao canal da TDM em língua portuguesa, e por muito que seja de louvar a ideia é por mais competente que seja a forma como o jornalista Gilberto Lopes conduz a entrevista, fico outra vez com a sensação que o sr. Secretário  trouxe as respostas de casa, que usaria independente do que lhe fosse perguntado. Tudo bem, e como já disse aqui por mais que uma vez, na segurança o segredo é por vezes meia batalha ganha, mas vamos lá a agir conforme aquilo que nos permite ver os dois olhos que levamos agarrados à cara. Especialmente se for uma miúda de 13 anos e a traseira de uma carrinha para onde se atiram suspeitos.



E já vais tarde!












O "pulga" não brinca mais


Messi reza a Alá. 

Enquanto por terras de França ainda vai decorrendo o Euro, no continente americano terminou a Copa América, que este ano teve a sua edição centenária nos Estados Unidos. O Chile revalidou que havia conquistado no ano passado em casa, novamente contra a Argentina, e novamente no desempate das grandes penalidades, depois de 0-0 ao fim de 120 minutos. A particularidade mais curiosa teve a ver com Lionel Messi, que em 2015 marcou o único penalty da série para os argentinos, enquanto este ano foi o primeiro a falhar, depois de Alexis Vidal ter falhado também para os chilenos, e teve uma reacção fora do normal - passou o resto da série das grandes penalidades com um ar derrotado, como quem receava o pior, e Lucas Biglia confirmou esses receios, falhando um segundo penalty e dando a vitória aos chilenos. No final do encontro Messi anunciou a sua retirada da selecção argentina, uma notícia que apanhou toda a gente de surpresa.


Aquilo que Gary Lineker tem como esperança, eu tenho como quase garantido: nem Messi abdicaria de jogar no mundial da Rússia em 2018, nem a Argentina deixaria de insistir para que ele repensasse esta sua decisão. Contudo é preciso ter em conta que a relação entre Messi e a selecção do país que o viu nascer não tem sido propriamente de grande proximidade. O jogador foi ainda com 13 anos para a Catalunha, e os seus colegas de selecção olham para ele como "um catalão nascido na Argentina", mais do que "um argentino radicado na Catalunha". Outro aspecto tem a ver com a personalidade de ganhador de Messi, que em 13 épocas com a camisola do Barcelona conquistou 29 troféus, incluindo 4 Ligas dos Campeões, enquanto na selecção "A" do seu país ainda lhe falta somar um título, a juntar ao mundial de sub-20 conquistado em 2005 e a medalha de ouro nos J.O. de Pequim três anos mais tarde. A derrota na final do mundial de há dois anos contra a Alemanha pode ser considerada "normal", mas esta terceira derrota em finais da Copa América, competição que a Argentina não vence desde 1993, pode ter sido a gota de água que o levou a decidir abandonar a selecção das pampas. 





Engxit



A Inglaterra foi ontem afastada do Euro 2016 ao perder nos oitavos-de-final contra...a Islândia??? Impossível! Não foi a Islândia que causou o grande "escândalo" da primeira ronda da fase de grupos ao empatar com Portugal? Foi, e enquanto as "inteligências" vão atribuindo demérito aos seus adversários, os islandeses vão somando e seguindo, e estão nos quartos-de-final do primeiro torneio internacional em que participam. O jogo em Nice até começou bem para os ingleses, que se adiantaram no marcador logo aos 4 minutos por Rooney, na marcação de uma grande penalidade a castigar falta do guarda-redes Haldorsson sobre o jovem avançado Raheem Sterling. O que parecia "favas contadas" para os ingleses acabaria em mais uma decepção, pois os islandeses marcariam o golo do empate dois minutos depois, e Kolbein Sigtorsson, que curiosamente joga em França, no Nantes, adiantou os nórdicos aos 18 minutos, com um remate fraco à entrada da área da Inglaterra, mas que contou com a ajuda do guarda-redes Joe Hart, que se fez demasiado tarde ao lance, dando assim um "frango" que veio a ter consequências na moral da sua equipa. A Inglaterra pegou no jogo, como lhe competia, mas a Islândia demonstrou novamente uma enorme solidez defensiva, e soube fazer correr o tempo a seu favor. A Inglaterra volta assim a casa com mais uma participação discreta num torneio internacional de selecções, depois de ter ficado pelo fase de grupos no mundial do Brasil em 2014, e o técnico Roy Hodgson apresentou a demissão após o encontro. A sensacional Islândia encontra agora a selecção da casa, a França, nos quartos-de-final, e faça o resultado que fizer, a sua estreia no Euro ficará sempre registada como memorável.


Na velha Albion os adeptos ingleses não hesitaram em apontar o costumeiro bode expiatório - tem sido sempre assim desde que Maradona protagonizou o célebre lance em que marcou com a mão o golo que deu a vitória à Argentina nos quartos-de-final do mundial do México, em 1986. A verdade verdadinha é que a Inglaterra não vem tendo argumentos para poder ambicionar repetir o feito de 1966, quando venceu o único mundial de futebol que organizou. A equipa de 1990, com o mítico Bobby Robson ao comando, teve talvez a melhor prestação dos últimos 50 anos, e seis anos mais tarde no Euro que também viria a organizar, conseguiu ficar perto da final. Em ambas as ocasiões caiu perante a Alemanha no desempate nos pontapés da marca de grande penalidade. Já foram as arbitragens, já foi Beckham, e mesmo Hart já o terceiro guarda-redes a ser responsabilizado pelo fracasso da selecção dos três leões, depois de Seaman em 2002 e Robert Green em 2010. Contudo o futuro apresenta-se risonho, pois Hodgson conseguiu, mesmo que à custa da vertente desportiva, trazer jogadores jovens para a selecção, e caberá agora a outro dar continuidade a esta renovação. O que parece certo é que os ingleses marcarão presença no mundial da Rússia daqui a dois anos, tendo pela frente um grupo de qualificação com a Escócia, Eslovénia, Eslováquia, Lituânia e Malta - mais fácil que isto era quase impossível. E depois logo se vê. 


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Neo-PIDE em Macau (Fascismo nunca mais!)


Ainda bem que já sou velho, não vou mudar, e assim tenho uma desculpa para "escrever palermices", para depois me "vangloriar" delas. Vou tratar a pessoa de que vou falar agora pelo seu nome: Hugo Gaspar. Não o FireHead, porque depois de tudo o que me foi dado a entender todos estes anos, esse não é veículo de escape do autor do blogue com esse nome. Não sei se me enganei, espero que não, mas é um bocado como o Brexit: não estou lá muito optimista. Fazendo jus à minha fama de "incendiário" e "problemático", resolvi por as cartas na mesa, uma vez que o Hugo Gaspar decidiu deixar a mesa do "poker". Vá lá, colaborem com ele só um bocadinho, e não "achem piada" ao que vou mostrar a seguir - até porque não tem mesmo piada nenhuma. 


Primeiro tiremos do caminho este "dilema". O Hugo Gaspar chegou a defender que eu "não descansei enquanto não descobri o seu nome". Aqui está, a primeira vez que falei dele aqui no blogue e ainda não sabia o seu nome, houve quem muito generosamente me informasse - deve ser um amigo dele, preocupado que durante os meus acessos de "palermice" eu mencionasse um outro e comprometesse alguém. Parece assim meio inventada à pressa, esta razão, e claro que não deve corresponder à verdade. No entanto ele não se cansa de repetir a sua versão dos factos, e nem isto o demove. O que é "prova" para ele é apenas "relativo", o que convém bastante quando se trata da "verdade", que segundo ele apresenta-se em "várias versões". O Hugo Gaspar não é lá muito bom a contar histórias; corta onde não devia cortar, acrescenta mais do que o necessário, e isto quando não compõe inteiramente o enredo - não chamo ninguém de mentiroso: mostro. Perder tempo a discutir para quê? Chamo-o de Hugo Gaspar porque as pessoas têm um nome ao qual associam actos, palavras e ideias. Já o tinha feito antes, não o fiz para o melindrar, mas agora percebo porque é que ele pensou assim - é uma questão de "habitat". Não foi capaz de me dizer que não gostava que eu me referisse a ele pelo nome  e para me demonstrar isso mesmo fez "birra". Com birras posso eu bem, já com faltas de carácter nem pouco mais ou menos. 


Aconteceu durante uma das sempre animadas troca de impressões no seu blogue, e confesso que nunca me passou pela cabeça que esta viria a terminar desta forma. De uma forma que eu chamaria antes de "revelação", e neste caso a confirmação das minhas piores suspeitas. Como qualquer pessoa pode detectar a olho nu, falta uma peça naquele puzzle; é visível como enumero ali uma série de pontos, mas como não cabia tudo num comentário, faço uma ressalva indicando que a exposição continua. O que aparece depois é um outro comentário que deixei no dia seguinte, no seguimento de um dos pontos do comentário em falta - e vou começar a chamar as coisas pelos nomes: o comentário CENSURADO pelo Hugo Gaspar.


Se há algo para que o Hugo Gaspar tem jeito é para "baralhar" as coisas, fingir-se desentendido, fugir aos temas, pegar nas partes acessórias e fazer delas quase que assunto de Estado, em suma, todos os expedientes existentes e mais alguns da sua autoria para explicar o que não tem explicação ou justificar o injustificável. Chega até a ter graça, pois é notório o esforço que por vezes ele faz para dar a volta ao texto, revelando uma imaginação que a bem dizer remete para o universo infanto-juvenil, mas que se redime com uma boa dose de criatividade. Desta vez confesso que fiquei curioso em saber como é que me ia responder, e mentiria se dissesse que não temia o que afinal veio a acontecer.


O desespero com que apela no fim do seu último comentário - e que é mesmo o último que escreverá como resposta a qualquer comentário vindo da minha parte, pois não haverá mais nenhum - denota receio de represálias, e ao mesmo tempo soberba, uma certeza de que sairá sempre por cima. É evidente que ao mencionar os exemplos daqueles dois personagens, cuja única crítica que me têm feito aos "ataques" que lhes movo prendem-se mais com a insistência do que propriamente com a legitimidade, Hugo Gaspar está a empurrar o ónus da culpa de qualquer mal-estar que possa vir a existir entre nós para mim. E como se isso não bastasse, ainda se absteve de publicar a resposta que lhe dei, e não era sequer a minha intenção vê-la publicada - bastava que ele a lesse. É neste particular que o Hugo Gaspar deixa de ser engraçado e passa a ser engraçadinho - um daqueles diminutivos que normalmente têm uma conotação mais negativa que positiva. Desconfio que faz isto com a mesma naturalidade com que respira. Por muito que isso lhe custe, vou demonstrar que é realmente assim como estou agora a dizer. O problema dele é a pouca credibilidade que confere às pessoas que tenta ludibriar com esta baixeza.


Antes de passar ao comentário que o Hugo Gaspar omitiu por razões que um pouco mais à frente ficarão mais do que evidentes, olhemos para um outro a que ele...eu não diria "respondeu", mas pelo menos validou com um dos seus habituais malabarismos. O que quer dizer isto do "triunfo do esquerdismo e da laicidade"? E o que "não era assim antes"? Isto veio a propósito da laicidade do Estado, e para mim aquelas acusações resvalam na carapaça da minha indiferença, pois "vítimas" não faltam:


Estão a ver? Isto vem a propósito da remoção os símbolos religiosos das escolas, que o Hugo Gaspar fez das tripas coração para se expressar contra, e pela "fúria" demonstrada não encontrou muito apoio. Fique bem claro: quem não é fervoroso e devoto católico com todas as êxtases, epifanias, estigmatas e quedas no espírito a que há direito, é um comuna, traidor, quer tirar as quinas da bandeira, quer "banir o Cristianismo", que vá trabalhar no Natal, em suma, devia MORRER. Exagero? Vejam esta "relíquia" que ajuda a explicar muita coisa.


Quem tece loas assim a uma instituição que é praticamente sinónimo de censura, injustiça e opressão só pode estar a brincar, e juntando aquele detalhe das bruxas daria a entender que alguém devia ficar interdito de ver "O senhor dos anéis" e quejandos. No caso do Hugo Gaspar, que na mesma frase suspirou pela "falta que fazem" a Inquisição e os cruzados (?), o assunto toma contornos mais sérios. Vamos então ver do que consistia o tal comentário que o levou a arriscar tanto em termos de credibilidade.



"Porque então é que ainda hoje em dia há muitos portugueses emigrados agora que o Salazar já se foi e já se respira um ar muito melhor, um ar fresco à Grândola, democrático, etc?? Epá, não vamos por aí que não vale a pena..."
Gostei, desse final muito...à lá Ingrid Carlqvist. Podia ter optado pelo Paul Weston e começado com "Pode parecer estúpido eu ter que dizer isto, mas...", ou "Isto está toda a gente farta de saber, das mil vezes que se repetiu". Poupe-me. Dou-lhe esta de barato, e finjo que não meteu no mesmo saco o dia em que aos 18 anos me meti no voo da British Airways para Hong Kong e a seguir no Jetfoil para Macau, "para ver como era" - e foi mesmo assim, pode-se falar de "desemprego" com 18 anos? Ah sim, pode-se! No tempo do seu adorado Salazar começava-se a trabalhar aos 13/14, a não ser que fosse esbirrinho, e aí já podia ir para a universidade, para depois ir mandar na carneirada. Ah mas não faz mal: "ouro nos cofres". Sabia que o meu pai chegou a sair do país "a salto" para França, e voltou dois meses depois porque não gostou, mas para todos os efeitos nunca lá esteve? E os foram e que nunca lá chegaram? Realmente é melhor não ir por aí. Melhor para si.
Ignorem aquele malabarismo dele do "se vires um imigrante ilegal na rua o que fazes" - como se um imigrante ilegal tivesse escrito isso mesmo na testa. Mas sim, isto foi o que ele escreveu em relação à emigração "a salto", que é algo de que nunca procurou saber, e por baixo está a minha resposta que nunca chegou a publicar. E não é a primeira vez que comete esta ousadia:


Como podem ver ocultei a identidade de toda a gente que não é o Hugo Gaspar, porque mesmo que ele não o fizesse tenho razões de sobra para pensar que desviaria qualquer eventual discussão deste assunto para a "violação da privacidade" destas pessoas - fico sem saber e prefiro assim. Este desprezo por quem arriscou a vida, ora para fugir à miséria, ora para escapar à guerra - não vou tão longe ao ponto de presumir que o Hugo Gaspar considera estas pessoas "traidores", mesmo que ele mereça que o faça - assim como a comparação descabida entre o "mal" de agora e do tempo em que nem era permitido dizer mal, tem a ver com muito mais do que as habituais razões que levam algumas pessoas a cometer estes desabafos.



Esta é uma das muitas "homenagens" que Hugo Gaspar faz ao ditador Santacombadense, tanto no Facebook como nos seus blogues, e isto sem contar com a defesa incondicional que faz do personagem noutros blogues, forums e outros pontos um pouco por essa Internet fora. Pode até parecer engraçado, mesmo que eu não me atreva a comparar esta fixação por Salazar com a mesma que têm certos fãs de Elvis Presley, mas há uma coisa que o Hugo Gaspar e muitos destes têm em comum: não tinham sequer nascido à data do desaparecimento do seu ídolo. Se por um lado a Elvismania tem como objecto da idolatria um cantor, neste caso a música é outra. .



Juro que fiquei estarrecido a olhar para isto até os meus olhos secarem e ser obrigado a pestanejar. Isto mais parece o enredo de um filme de terror, tipo "A Múmia". ou "Frankenstein"! E é pior do que dá a entender, pois não se trata aqui de alguém que vivia à grande e à francesa durante o Estado Novo, perdeu todos os seus privilégios e anda há mais de 40 anos "ó tio, ó tio" - o Hugo Gaspar, que me afiançou ser sete anos mais novo que eu, ainda não era nascido quando se deu o 25 de Abril. Nem eu era! Nasci em Dezembro desse mesmo ano. E se calhar devia ter ficado assim, não?


Pois é, "viva". O que aconteceu aos "vivas", homem? Foi só por causa da vida que lhe correu mal, entretanto? Esse é o problema de muitos que hoje vivem desiludidos com o que a liberdade lhes deu: julgaram que foi feito a pensar neles e para eles apenas. Queriam o papel principal, mas acabaram com...olha, com um papel da Maria Vieira! Ah, a sua "amiga" ontem cuspia veneno toda contente "agora quando acabar a UE e não chegarem mais fundos europeus, quero ver como é que vai ser com a geringonça". Claro que até você percebe onde estão os trágicos erros nesta frase. Para coçar as cócegas que lhe causam os seus ódios de estimação, a Maria Vieira não se importa de ver toda a gente na m... . Coitadinha, né? 


Outro ponto que não joga muito a favor da percepção que o Hugo Gaspar tinha das coisas prende-se com o facto de ter nascido em Macau. Isso não invalida que tome conhecimento dos factos e tire as suas próprias conclusões, mas daqui da cidade do Santo Nome de Deus, onde sempre vigorou a bitola do "respeitinho é bonito e eu gosto", juntando à versão muito pessoal de devoção que não se inibe de demonstrar, fica mais difícil ao Hugo Gaspar ter a percepção do progresso de que Portugal beneficiou depois do 25/4, e especialmente depois da entrada na União Europeia, então CEE. Fico pasmado com a facilidade com que certas pessoas menorizam ou mesmo desprezam estes dois episódios do nosso passado recente, como se existisse algo de bom para onde retroceder, ou alguma alternativa presente que não seja marcada pela incerteza.


Porque é mesmo assim como este seu amigo diz, Hugo Gaspar - não culpe o dia, culpe os dias depois desse e o mal que foi feito, que foi fruto da liberdade para escolher um novo rumo. Não fosse o 25/4 e se calhar ainda nem tinha acabado a Guerra Colonial! Ah pois, que depois do seu adorado Salazar morrer, todos diziam que "ia ser desta" e ia acabar a guerra, mas ainda foram mais quatro anos, e mais uns quantos milhares de mortos! Sim, o PREC, sim o 25 de Novembro, todos esses fantoches que vocês passa a vida a reabilitar só para voltar a desdizer, ESQUEÇA! Sabia que em 1973 a CIA estava a considerar fechar a sua representação em Portugal, de tão estagnado que o país estava? Sabia que a primeira medida de fundo tomada depois do 25/4 foi a criação do salário mínimo? Teima em idolatrar o homem que deixou os soldados em Goa, umas poucas centenas, às mãos do poderoso e vasto exército da União Indiana? Que durante os incidentes do "1,2,3" chegou a ponderar sair de Macau com a mesma posição de "firmeza", e não fosse já pelo peso da idade e uma revisão da posição à última hora, não estávamos agora aqui a discutir banalidades, entre as coisas que você não quer escutar e descarta porque eu...sou agnóstico? Nem consigo pensar noutra razão para vocês fazer de Diácono Remédios e andar aí atrás de está a "achincalhar" a Igreja. Leia isto e veja o que era se o seu adorado Salazar tivesse decidido tudo sozinho - "até à última gota de sangue; a bem da nação" Se você pode dizer estes disparates todos, paradoxalmente falando à vontade do homem que não deixava ninguém falar, é graças ao 25 de Abril. Antes não podia dizer mal, nem bem! Pensa o quê? Quem era você para se dirigir ao Chefe do Conselho? Alguém lhe encomendou o sermão?


E eis talvez o principal motivo que levou o Hugo Gaspar a censurar o meu comentário. Sim, e incomoda-me o que você diz, e não, não vou deixar de o ler. Se já tínhamos a Inquisição, Salazar, toda a gente direitinha, de primeira comunhão feita, e a viver com a mãe dos filhos (haja dó), o que é que falta para garantir que não aparece por aí um comedor de criancinhas qualquer? E parece que temos um, pois o Hugo Gaspar tem aquela mania que aos padrões democráticos de hoje é um tanto ou quanto "esquisita'. Pois é, ele não disse que fulano a que se referiu era comunista - disse que "parecia", o que é completamente diferente, correcto? ERRADO! ISTO É TAL E QUAL O QUE FAZIAM OS ESBIRROS DA PIDE! No comentário que o Hugo Gaspar achou por bem trazer para ser discutido aqui dei-lhe um bom exemplo: o que seria se eu ou alguém andasse por aí a dizer que "CONSTA que o Hugo Gaspar é homossexual; consta, ou seja, diz-se por aí - eu não acredito, mas...CONSTA". Podia dizer isto as vezes que quisesse, e nem precisava de me justificar a ninguém, verdade? CONSTA..diz-se por aí...só pode ser mentira, mas sendo o Hugo Gaspar solteiro e tal...
O que mais me deixa apreensivo não é ele fazer isto como quem bebe um copo de água, é nunca ter precisado de aprender! É um natural! E isso é que é preocupante.


Ele faz isto com toda a gente, mas falo por mim, e os outros que tratem com ele se quiserem - e tratam às vezes na caixa de comentários, que bom para eles. Depois é o resto da ementa da PIDE-DGS: as "recomendaçõezinhas", do tipo "eu vi-te", "eu conheço-te", "ah o teu filho estuda na EPM" (Genial! Como é que sabia???), e depois é aquilo que se vê, o complexo da mestiçagem a entrar em "full mode" quando é para enfrentar os outros "nacionalistas" (francamente...), quando é cá dentro "tem sangue chinês": 


E não me venha com coisas que aquela conversa não é normal - tresanda a desespero e a esforço patético de auto-validação. O meu filho não é nenhum bebé de colo, tem 16 anos, e ao ler isto perguntou-me com ar intrigado: "o que é que este gajo quer?".  Nunca lhe passou pela cabeça questionar o quanto é do quê, e quanto vale cada uma das valências. Agora com aquilo ali em cima, "andou uns tempos separado da mulher e parece que andou envolvido com outra mulher" é um abuso, e está-me a difamar! Foram várias mulheres! Quer dizer, se contar isto a uma pessoa normal esta vai pensar "o gajo é parvo, sai duma e mete-se logo noutra a seguir?". Sim, estive separado, isso foi público, e depois é como diz "acertei as coisas" - faz-lhe assim tanta confusão? E o mais engraçado é que não vejo outro motivo para dizer uma coisa destas lá a um anónimo qualquer senão o de me descredibilizar. "Epá não ligues ao gajo, que ele gosta de vagina sortida". 


Ai ai, se a Maria Vieira sabe. Ai ai, que medo. Só mesmo essa sua cegueira beatífica para pensar que sou algum "maluquinho" que anda aí a assediar a anã. Nem lhe passa pela cabeça que aquilo que ela está a fazer é errado e a roçar o criminoso, pois não? Vá lá que ainda admitiu que o Picas tem "pancada" - deve ter sido um parto difícil, esse. 


Sou um quê, mesmo? Ah, esse acto de auto-gratificação ingrata que os gajos com que você se foi meter porque não encotra outra carroça onde enfiar a sua bagagem de fobias e fanatismos e mais um monte de macaquinhos que habitam nesse sótão. Inventam uma porra qualquer para chamar a uns tipos, fazem uns vídeos com uns idiotas a fazer figuras tristes (não tanto quanto a figura que fazem, mas pronto), dizem que são os mesmos tipos e pimba! faz-se a festa. Pelo menos contentam-se com pouca coisa e não incomodam ninguém. Essa do "dono da razão" é boa. Quer dizer em comparação com a sua razão"? Você próprio responde a essa pergunta: "mesmo assim tem adeptos". Não são adeptos, são pessoas normais. Por muito que lhe custe você é a ave-rara, e não o arquétipo da virtude, dádiva dos Céus à humanidade. Eu não acredito que você em pessoa seja assim, senão já o tinham topado: "olha, lá vem aquele virgem chalupa". Sim, e nem é o politicamente correcto ou incorrecto que está aqui em causa: é a realidade pura e dura. Sabe que o que pensa um heterossexual adulto ao deparar com a sua defesa da castidade, e daquela conversa que os preservativos "não garantem protecção a 100% das DSTs", ou da sua descarga biliar contra o Cristiano Ronaldo porque ele "dorme com muitas mulheres"? E quer o quê, público? Mas além das sugestões de que eu sou algum foragido do hospício porque "andei com mulheres" ou "tirei o curso em Macau, e isso vale o que vale", e muitas outras cambalhotas pidescas, não podia faltar o prato principal:


A ameaçazinha também entra no menu da PIDE. Mas não foi você, pois não? "Não tem nada a ver com isso", está só a ser "imparcial" ao abrigo da "liberdade de expressão" blá blá blá tretas. Você modera os comentários, CENSURA aquele em que lhe faço perguntas pertinentes para as quais não tem o rolo da massa para lhes dar a volta do costume, e este passa! Não leu, foi? Ou precisa de mudar de óculos? Eu sei que isto é uma parvoíce e sei quem é o autor, mas imagine que eu ia com esta maravilha à bófia - aposto que era a primeira coisa que muita gente fazia - a quem é que eles iam pedir explicações, ah? Pista: não era a mim nem ao anónimo. E sabe o que mais? Você seria o responsável máximo dessa brincadeira parva com que pensava poder intimidar-me, e podia incorrer no crime de ameaça. Que tal? Ainda lhe tentei fazer ver isso com jeitinho, mas tudo o que levo é :) sorrisinhos de pateta, convencido que está a brincar aos cowboys e aos índios, e que está a "ganhar". Comentários destes também me chegam, e nem que estejam assinados eu os deixo passar. Chama-se SENSO COMUM. Você é mesmo deste mundo, homem? 


Que há gente que não me grama, sei, e é óptimo porque o mundo está cheio de imbecis, mas...conspirar??? Não fazia ideia, não...sabia que a omissão é equiparada a crime?  Então, vamos lá conversar, quem é que está a conspirar??? Bora lá, então, está a incorrer em omissão. E se me acontece alguma coisa? Que tristeza...você pensa sequer naquilo que diz, ou neste caso naquilo que escreve? 


Outra vez: que coisa, pá! Aqueles gajos no jornal, no Facebook e não sei quê devem estar todos doidos, a dar corda a este gajo. Você bem tenta fazer passar-me por...por quê? Mau "católico"? Ah agnóstico, ok, daqui pouco vamos ver o que você pensa realmente dos agnósticos e de toda a gente menos você mesmo. Uma bomba...essa vou dar-lhe de brinde, porque é no contexto da sua DOENÇA, sim doença:


Ai quem eles vêm aí! Ai que estão mesmo à porta!!! Alguém faça alguma coisa antes que seja tarde demais!!! Depressa, que a islamização é para ontem!!! E eu não vou comer mais porco, e em vez disso vou com os porcos! Acorda, Europa, alivia-me esta comichão! 
Epá isto vai para seis anos, já viu? A partir de 2011 foi um ver-se-te-avias, depois andou melhorzinho entre 2012 e 2014, mas desde o ano passado com a crise dos refugiados, ui! E não compare esta insistência com seja lá o que for de que falo muitas vezes aqui na minha tasca. Se calhar só você é que não repara na discrepância entre o que vem anunciando vai para seis anos - só no seu blogue - e o  que seria se tivesse razão. Pense nisso. Mas tem cura, e depois eu mostro-lhe que tem. Por enquanto faça o que entender, mas os meus olhos continuam agarrados à massa encefálica.


Portanto agora o "comuna" sou eu, não é mesmo? Aliança com os "nazis", não é mesmo? Hmm...os nazis que são islâmicos, certo? Interessante, pois isso diz muito da sua tendência para "extremar" os pólos. E logo você, que nem tinha intenção de ser assim nem nada...


Jurei a mim próprio que não me serviria do quê? Ah, é sempre assim quando a gente começa um blogue...queremos mudar de vida...ser uma pessoa diferente "por detrás de um PC", onde se esconde o rato do Ivan Baptista. Mas olhe, valeu a pena o esforço, sim senhor - sempre foram dois posts antes da sua campanha "esqueçam lá a pedofilia dos padres; alguns professores de Educação Física também são", ainda em vigor.


Como eu já lhe tinha dito - e agora podia inventar qualquer coisa, uma vez que você CENSUROU esse comentário, seu esbirro de lápis azul - vou aceitar o seu desafio. É que você às vezes confia demasiado na sua própria percepção da realidade, e não assume que tem um problema que entre outras coisas lhe provoca mudanças bruscas do estado de espírito. Mas pronto, nunca foi você; ora faz copy-paste de algum artigo ultrajoso e ofensivo, como por exemplo aquele do fulano brasileiro que escreveu um monte de trampa para tentar provar que "os negros são inferiores" ("mas que apresenta argumentos, apresenta!"), ou ainda um "estudo" que "prova" que os pretos não têm o gene de Neandertal, por isso "não são humanos" - foi um estudo, olha paciência. Quando é os "muslos"...oh oh oh...acho que você se deixou levar pela "naftalina" quando propôs esse desafio. Ou então é como quando me chama "mentiroso": atira à parede para ver se cola. Quanto aos "gays"...



...não me recordo de ter afirmado que você "queria que morressem todos", mas deixe lá que referências à "doença metal", ou a sua vincada oposição a tudo o que é remotamente relacionado com os "direitos LGBT" não faltam, ou razões que levem a implorar para que se assine uma petição para não condenar um padre católico que apela a que não se reconheçam direitos civis democraticamente adquiridos em nome da, pasme-se, "liberdade religiosa". Eu até ficava com medo de si, sabe? Olhe para a forma com que mete ali os "poligâmicos" (eu e o Cristiano Ronaldo) no meio dos pedófilos, incestuosos e...velhófilos?  Diria que a diferença entre você e um clérico islamita fanático era a denominação, mas tenho a certeza que é um democrata...


...que é contra o direito à greve e à manifestação? E era mesmo melhor uma ditadura com alguém "que os tenha no sítio"? Com toda a certeza que não passam de desabafos, comuns entre o...


...povo estúpido? A democracia não resulta, se é que alguma vez resultou? Nomear um ditador??? Certamente que...


...o país é de quem? "Merda abrilesca"? Epá ainda bem que nasci em Dezembro. Deixem lá, que aqui o nosso "maçarico" da PIDE-DGS estava revoltado com o mundo depois do restaurante ter fechado e causado a fome em África e entre os adeptos da comida picante (satânicos?!?!). Sim, fome em África, porquê? 


Não duvidem do sr. agente Hugo Gaspar, porque aqui o mentiroso afinal sou eu. A bem danação da nação.