Passam hoje dois anos da criação do Bairro do Oriente, esse património mundial da humanidade em forma de letras todas juntas. Já agora gostava de dar os parabéns à dra. Susana Chou pela sua entrada na blogosfera, se bem que apenas em chinês, para se perceber melhor.
A ideia de criar um blogue surgiu por volta de 2002/2003, mas faltou tempo e iniciativa. Entretanto deixava nas páginas de Word alguns pensamentos e comentários sociais, alguns incluídos em “Leocardo” e no Bairro do Oriente, outros perdidos com uma mudança de PC, o que foi uma pena.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, trabalho sim, e depois tenho que ajudar os filhos com o trabalho de casa e com o jantar. O blogue fica sempre para “depois”, e isto à custa de erros de ortografia, textos menos bons ou ideias inacabadas. Ainda não me pagam para fazer todo o sentido.
Um blogue não precisa de ser uma obra de arte, se bem que algumas pessoas que têm blogues lidos por milhares diariamente pensam que têm “o dever” de dizer toda a verdade, mesmo que isso lhes custe processos em tribunal. Tudo porque pensam que são “melhores que jornalistas”, mas se fossem jornalistas percebiam que estavam a fazer disparates, perder tempo e ganhar cabelos brancos.
E quando se tem milhares de visitas (porque não custa nada, a pagar era outra história), é preciso que o blogue esteja apresentado como se fosse o manuscrito da “Declaration of Independence” norte-americana: casto e sem mácula.
Os blogues foram provavelmente a melhor criação desde a própria internet. Milhares de cabecinhas pensadoras começaram a partilhar as suas ansiedades com o resto do mundo, a sair do anonimato – ou quase todos, eu por exemplo estou muito bem assim.
Quem tinha o direito exclusivo à opinião ficou, obviamente, ralado com o assunto. Como é que alguém se atreve a falar com desrespeito a A, B e C, que estão de alguma forma ligados a D, E e F, que lhes pagam o salário? Falta “técnica de agachamento” ao pessoal da blogosfera. É isso que mais chateia, não é?
Em relação a alguns grupos de que me acusam de “atacar” (tailandeses, turcos, católicos, Agnes Lam, Christina Chan, alguns compatriotas, etc), gostava de deixar claro que tenho a minha opinião firmada, mas nunca desrespeitei fosse quem fosse.
Se algumas atitudes destes grupos são mal encaradas pela opinião pública, que culpa tenho eu de apenas comentar sobre elas? Não ando a drogar ninguém para concordar comigo, e respeito quem pensa de forma diferente.
Se há temas de que “não falo”, é por falta de conhecimento profundo do assunto, ou porque não me interessa especialmente. O que está à venda é o que está à mostra, e quem quiser falar de certos temas é livre de abrir um blogue para o efeito.
Apaguei alguns (muito poucos) comentários porque ultrapassavam os limites do bom gosto e continham calúnias que envolviam terceiros. Os autores desses comentários estão perfeitamente conscientes disso, e se me acusam de “censura”, estão a insultar quem contribui com opiniões válidas e conscientes. Nunca apaguei nenhum comentário pelo simples facto do seu autor não concordar com os meus pontos de vista.
Quem me acusa de "só falar mal" ou dar más notícias, indique-me em que país a maioria dos média não compõe os seus noticiários com notícias de desgraças, tragédias ou problemas? Ou melhor, digam-me lá que paraíso é esse onde vivem?
Tentei trazer aqui humor, música, notícias curiosas, actualidade, sempre com preferência pela região Ásia-Pacífico, futebol e pelo menos quatro ou cinco extensos artigos de opinião por semana, completamente da minha autoria. Publiquei fotografias e vídeos de eventos e locais do território, e só peço desculpa pela falta de qualidade – não tenho uma câmara profissional nem um “press card”.
O blogue registou perto de 180 mil visitas nestes dois anos, e este mês de Novembro bateu novamente o recorde: 10759 visitas, contra 10478 de Maio deste ano. Espero continuar a fazer parte do quotidianos dos leitores, e um grande bem haja a todos leitores e comentadores do Bairro do Oriente.
E especialmente aos que falam mal, pois também são parte da “família”, e agora estamos na quadra natalícia...
PS: Esta é a edição especial de aniversário. Estavam à espera do quê?