Se estão lembrados deste "post" de 10 de Dezembro do ano passado - e é claro que estão, ora essa! - já sabem o que aí vem: "amém". - "Amém também para ti meu irmão!". Bem, se a ideia é retribuir a cada um, o melhor encurtar resposta para apenas "amém", pois estes vêm aos milhares, qual praga de gafanhotos. Tentei saber um pouco mais sobre este "meme" muito em voga no Facebook , e em várias línguas e já me disseram muita coisa, desde a que dá dinheiro, ou um prémio, ou que se trata de algum tipo de aposta, não sei. O que sei é que não me interessa saber, pois para aqueles que pedem "amems" para Deus e para Cristo ainda há paciência, mas para outros que colocam imagens de crianças estropiadas, mulheres violentadas, gente desmembrada, tudo a pedir amém, e os palermas dão! Não vale a pena tentar entender isto.
Mas há "amém" em todas as línguas, portanto. Ou pelo menos aquelas que dizem "amém". Português é uma das línguas que diz "amém", e onde há "amém" há brasileiros, que dizem muito mais "amém" com os portugueses, e às vezes conseguem fazer melhor que isto, seis "amems" em três frases. Aqui a recompensa de tanto "amenizar" era "um abraço desse". De quem? Desse...um "abraço do pai". Pronto, eu preferia um abraço da Jessica Alba, mas um abraço é um abraço. Menos aqui, que não acontece nada, como no tal favor "express" que Deus ia fazer dois minutos depois de se dizer "amém". Mas será que isso chegou para afugentar as almas do "amém"?
Ora essa, nem pensar, e lá estão eles, certinhos, certinhos, com o "amém" da hora. Mas esperem lá, quem é ali no meio aquele "desmancha-améms"? Confesso, queria saber alguma coisinha, e então no meio de tanto "amém" apeteceu-me perguntar se acontecia alguma alguma coisa quando escreviam a palavra, e podia ser que no caso de alguém ter sentido um abraço, pensando que era "do pai", estivesse na verdade a ter um enfarte do miocárdio. Mas é o que vêem ali, ninguém se dignou em explicar-me nada, e era como se estivessem em transe "aménica" com seis sabores: ponto final, ponto de exclamação, sem ponto, com acento no "e", sem acento e só com maiúsculas. No fim foram todos corridos com "like" - eu incluído - mas com a pressa a Denis Araujo levou dois e a Marcia Escrew ficou "screwed", a chupar no dedo. O que aprendi eu desta experiência? Nada, mas também não desaprendi, e na eventualidade de no futuro esta ser a única peça deixada escrita pela humanidade, os então novos habitantes do planeta vou baptizá-lo com o meu nome. Nada mau, pode ser. Aceito.
Agora nesta sequência vemos a razão porque os espanhóis têm aquela fama de povo contestatário, refilão, f*&£do, e pouco lhes importa se é um par de sapatilhas ou um milagre que levam, que se não estiver em condições protestam, fazem barulho e batem com o pé sem palmas - com palmas chama-se "sevilhana", e é uma dança inventada na Andaluzia durante um protesto de coxos e manetas, que assim se completaram. Aqui, a meu ver, a própria mensagem um pouco "estranha", fora do habitual nestes casos onde se explora a miséria alheia. Ali vemos um rapazinho careca acompanhado de uma "chica" com ar de quem se está quase a mijar pelas pernas abaixo, segurando um cartaz onde se lê "ajudas-me a obter um milhão de "amems" por eu ter vencido o cancro?" com um ar todo sorridente. Isto pode ser um problema para as pessoas económicas, que não andam por aí dar o seu "amém" a qualquer um, e quando chega a hora de ver um recém-nascido atirado na sarjeta ou uma criança palestiniana com as tripas de fora já gastaram todos.
Sem olhar para o cartaz percebemos logo que a temática é o cancro, com o jovem careca a servir de inconfundível embaixador. Tinhoso? Não, cancro. Yul Brynner em miniatura? Não, já disse, cancro. Anão calvo? Com o anão calvo levas tu no...uh...pois, de maneira que é uma criança com cancro, mas aqui saiu vencedor. "Então já não é preciso, demos aos que precisam ainda!", diria o salomónico "amenista", citando (erradamente) uma passagem da Bíblia. E de facto aqui ajudava mais chegar ao milhão de "amems" se o rapazito tivesse na cama com tubos a sairem de todos os orifícios, um tom cinzento-azulado, as cores do espectro da morte, e assim levava com os "amems" e ainda se acrescentavam de boa vontade mais umas mezinhas, que é para isso que a malta trabalha para ganhar "amems". O que querem que eu faça? É assim a humanidade: uma merda. E depois reparem no cartaz, um trabalho de Photoshop mal feito, a não ser que os dedinhos do menino tenham-se esvaído com o cancro. Improvável, senão não seria capaz de segurar naquele cartaz, que agora vendo bem, nunca chegou a ter nas mãos. E com foi a reacção de nuestros hermanos?
Elizabeth Chabela abre as hostilidades com a revelação: FALSO! VEJAM AS SUAS MÃOS! E pronto, ficou tudo estragado, 838 "likes" e 43 respostas, quando a ideia era apenas escrever "amém". E como ter discutido ali, os espanhóis, e fosse aquilo ao vivo saíam de lá todos encharcados de tanto cuspir uns nos outros com aqueles "por ssssupuesssto" e "que passssa". Para a senhora vai o prémio de boa católico. Alguns "amems" depois, temos o Rodrigo que anda um pH muito ácido, ali a brincar com coisas sérias, dizendo que (ai jejus) que põe-se um "amém" e vem o "Super-Photoshop". Agora por causa das tosses levas com o Padre Tomás. Quem? Aquele, o Padre Tomás que veio dali duma terrazita ao pé de Valladolid, como é mesmo o nome? Ah, sim, Torquemada. É que se com "amém" vem o Super-Photoshop, com "jajajajaja" vem o Inquisitor-Mor. Já foste.
E pronto, antes de chegarmos ao grande vencedor, temos o Luís Benavides, o "inteligente", que chama também a a atenção para o facto da fotografia ser editada, e para as pessoas "não serem tão ignorantes". Exacto, vão ser menos ignorantes, como ele, e pôr o "amém" noutro sítio. Leva uma Bíblia novinha em folha, que assim poupa uns cobres com as Bíblias que compra todos os meses, à espera da edição revista. Odila Martinez Chaidez ganha o olho do Céu, para ver se fica calada um bocadinho. Mas qual original, qual idioma, qual carapuça senhora; ali é para pôr "améms" nos desgraçados, não para concorrer à presidência do PSOE. Faça ali como o nosso vencedor, o Ezequiel Amarilla, que diz "siesta..." - vai dormir??? Na, queria dizer "si esta", se está editado ou não, pouco importa, que é livre de escrever o que lhe apetecer e ignorantes são "losotros, coño". Sim senhor, valente! Liberdade de expressão "y la puta que los parió, olé!". De seguida manda um "amém" para aquele menino inserido no cenário fraudulento em epígrafe, e todos os meninos do mundo! Ena! Calma lá ó Carlos Cruz, e toma mas é um coração preto com uma cruz branca que é para te acalmares. Brinde? Sim, com certeza. Mas para ti com água, ok?
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