Um homem em Gaza sente-se enganado depois de ter sido induzido a vender uma porta ao preço de uma...porta? Conta-se assim: Rabea Darduza, um residente da Faixa de Gaza ficou a sua casa destruída durante um bombardeamento aéreo (coisa normal por aqueles lados) no Verão passado, e tudo o que ficou de pé foi a entrada, completa com a respectiva porta. Sendo isto normalmente o mesmo que nada, mais tarde o homem vendeu a porta por 175 dólares (1500 patacas) para poder alimentar os seus seis filhos - faz todo o sentido, pois ter porta de casa sem casa para entrar é que não parece muito certo. Acontece que agora Darduza descobriu que a porta valia uma pequena fortuna, pois estava decorada com um "graffiti" do famoso artista urbano Banksy, que durante a visita à região em Fevereiro passado deixou várias mensagens políticas, um pouco por toda a parte, inclusivé portas de casas em ruínas - nesta deixou uma deusa grega. Assim durante meses o pobre homem ficou com um tesouro em frente do seu nariz sem saber, até que alguém ofereceu-se para lhe comprar a porta. Agora vejam só se isto não é burrice: tudo bem, o senhor não tem casa, portanto não tem uma sala onde poderia saber pela televisão quem é Banksy, ou o que é um "graffiti", mas raios me partam se não dá para desconfiar quando alguém se dispõe a dar dinheiro por uma porta, que ainda por cima ao contrário das portas comuns, tinha um desenho lá pintado. Sei lá, se calhar em Gaza o barulho das explosões atrapalhe o raciocínio, mas talvez, ó talvez, o indivíduo estivesse interessado não na parva da porta, mas no desenho lá gravado. Se calhar os filhos do senhor tinham muita fome, coitadinhos, e mais famintos ficaram quando alguém lhes quis comprar uma porta. Antes disso nem lhe ocorreu vender aquilo que agora, e sabendo do seu valor, diz ser "tudo o que tinha". E diz muito bem, "tinha", pois o comprador vai agora exibir a obra de arte (não a porta, que raio), e apesar dos apelos de Darduza não desfaz o negócio, pois "não enganou ninguém". E tem toda a razão, e se fosse devolver a porta ao papalvo, esta ia vendê-la "pelo dobro" dos 175 dólares que recebeu inicialmente, e ainda ficava todo contente, o palermóide. Estúpido que nem uma...porta!
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