A selecção de Portugal defrontou ontem a sua congénere de Cabo Verde num encontro amigável com a receita a reverter para as famílias vitimadas pela erupção do vulcão da ilha do Fogo, no ano passado. Contudo alguém se esqueceu de avisar os espectadores que se deslocaram ao António Coimbra da Mota (mesmo assim não foram muitos) que a caridade era extensiva ao resultado, uma vez que Cabo Verde venceu por 2-0 com relativa facilidade, com golos de Odair Fortes aos 37 minutos, e Gegé seis minutos depois. Não quero com isto desprezar a selecção cabo-verdiana, ou desvalorizar a sua vitória, que teve a destreza de levar a sua melhor equipa e encarar a partida com profissionalismo, mas se a segunda linha de Portugal é isto, então rezem para que o C. Ronaldo e companhia lavem e durem até aos 50 anos. Se essa é a justificação, a ausência dos principais titulares, então ainda pior: quer dizer que este onze, onde foi dada oportunidade a jogadores seleccionáveis e todos a alinhar no escalão principal do seu país não sabe melhor que isto? Talvez tenha sido uma mudança muito brusca de programa, um erro de planeamento. É que depois de defrontar equipas do calibre da Albânia, Arménia e Sérvia, que ainda lhes fizeram suar as estopinhas, deviam ter optado por um adversário mais ou menos a esse nível, ou apenas ligeiramente melhor. Um misto dos ciganos da Feira de Carcavelos e da Praça de Espanha ou a selecção dos reclusos do Linhó talvez fosse mais indicado. Agora sim é começar a construir a casa pelo telhado. Assim não pode ser, vamos lá com calma!
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