O caso tem sido comentado nas redes sociais nas últimas semanas e começa finalmente a chegar à imprensa: António Costa comporta-se como se as eleições legislativas de Setembro já se tivessem realizado, o PS ganho, e ele empossado como primeiro-ministro. A certeza da vitória "chuchalista" é tanta, que Costa já abandonou cargo de Presidente da Câmara de Lisboa, depois de ter garantido aquando da sua eleição como secretário-geral do PS que fazia planos de ocupar até às legislativas deste ano - começa bem, em matéria de coerência. Alguma imprensa pró-PS interpretou este passo como uma "preocupação" por parte de Costa com as sondagens que apontavam para uma percentagem nas intenções de voto "aquém das expectativas", e que a sua bonita figura faria com que os eleitores se apaixonassem e fossem a correr votar no PS. A vitória rotunda do PSD na Madeira nas eleições regionais do fim-de-semana passado é um facto que nunca serve de barómetro ao continente, e não são por isso motivo de preocupação para o PS - não tanto como o caso Sócrates, pois não dá mesmo jeito nenhum que o último secretário-geral vencedor de umas legislativas se encontre em prisão preventiva, suspeito de crimes que nada abonam na hora de convencer os indecisos. Mesmo assim o PS não tem uma vitória por antecipação desta dimensão desde que o "Chechas" venceu as presidenciais de 1991, que o habilitaram a segundo
O "namoro" de António Costa com a China começou a tornar-se público em Fevereiro, por alturas do Ano Novo chinês, tendo ficado na altura célebre a sua "gaffe", quando num jantar no Casino da Póvoa e perante uma plateia de chineses residentes em Portugal, entre os quais alguns empresários, disse que o país "está melhor do que há quatro anos" - faltou qualquer coisa ali no meio, com toda a certeza. Mesmo assim nem isto impediu que o secretário-geral do PS fosse declarado «Personalidade do Ano» de 2014, pela Liga dos Chineses em Portugal. Antes disso, a 13 de Fevereiro foi apresentar cumprimentos ao embaixador da China em Portugal, Huang Songfu, um gesto que mereceu nota de destaque na página da própria embaixada. Entretanto os rumores que davam conta de uma visita "particular" de Costa à China foram ganhando força, com a sua divulgação nas redes sociais, com o "leak" a partir da oposição suscitando reacções fortes da parte de simpatizantes do PS, que viram nisto um eventual perigo: que a opinião pública fizesse uma leitura pouco abonatória das intenções de António Costa, que são aquelas que se sabem, e que nem é preciso ser um génio para lá chegar: pedir financiamento para a campanha eleitoral, e prometer em troca contrapartidas diversas, como sejam prioridade em investimentos ou em outras áreas estratégicas e lucrativas. Entretanto o Hoje Macau mencionou a possibilidade desta visita na sua edição do dia 26 de Março, sem que lhe fossem adiantados quaisquer detalhes - continuava o secretismo à volta do que nunca foi segredo. A verdade é que na comitiva de António Costa constam os nomes de empresários ligados aos ramos das obras públicas, dos transportes ou da energia, que não são propriamente pessoas que percam tempo com apresentações de cumprimentos e visitas de cortesia.
Ultima hora: Carlos César substitui António Costa à última da hora na missão de ir vender o resto da EDP e restante património público à China. O secretário-geral do PS cancelou a deslocação por motivos de nhufa agenda. Same, same, but different.
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