Brasil, país do futebol, do samba, das praias, das mulheres bonitas, da aranha mais venenosa do mundo...esperem lá, isso das miúdas em topless deitadas na areia branquinha da praia ou semi-nuas no desfile de uma escola de samba parece bem, mas...aranhas? Venenosas? O pior é que essas aranhas brasileiras, as armadeiras, têm o terrível hábito de se esconder nas folhas das bananeiras, e quando são colhidas as inofensivas bananas, e exportadas para outros países, podem tornar-se numa dor de cabeça para quem vá ao mercado abastecer-se da amarela fruta, tão saborosa e sem caroço, com a satisfação à distância de uma pele que se retira sem dificuldade. Eu disse “dor de cabeça”? Pior do que isso: a picada da armadeira provoca paralisia, seguida de falta de ar, e depois disso a morte – e depois mais nada, naturalmente. Acontece que uma consumidora de bananas, uma tal Consi Taylor, foi a um supermercado em Londres comprar um cacho de bananas, e chegando a casa ficou em estado de choque quando viu dezenas (!) de aranhas tropicais peludas a passear pela bancada da cozinha. Dezenas, vejam só. Nem era preciso que a armadeira me picasse para que eu ficasse paralizado com o cagaço. O supermercado indemnizou a senhora em qualquer coisa como 200 patacas (!?), e foi lançado o alerta em todo o país: viram por aí aranhas venenosas sul-americanas no meio das vossas bananas? Para melhor perceber a diferença entre a morte e a sorte, deixei em cima as imagens que permitem distinguir a armadeira de uma banana. Do vosso lado direito, de pele amarela e polpa esbranquiçada, com um ar delicioso e um autocolante da marca Chiquita – o nome perfeito para o produto em causa – está a banana, fonte de potássio e sobremesa apreciada pela maioria informada da espécie humana. Do lado esquerdo, com não-sei-quantos olhos, patas peludas e uma inexplicável barbicha vermelha está a armadeira, que só não se come, como ainda representa um perigo para os vivos, que depois do contacto com a criatura podem muito bem ficar tão tesos e inertes como uma banana. Quanto a menina Taylor, de 29 anos (idade ideal para comer bananas), está a aguardar que lhe acabem de dedetizar a casa, não vá ficar por lá alguma armadeira que lhe faça a folha de bananeira. Eu não me contentava com 200 patacas e uma simples demão de pesticida. Se me vendessem bananas habitadas por aranhas venenosas, exigia que me comprassem uma casa nova. E pensava duas vezes antes de comprar outra vez bananas.
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