Foto: Luis "Lula" O
Foi com muita pena que fiquei a saber o mês passado do encerramento do café Starbucks no Largo do Senado, o primeiro da multinacional norte-americana em Macau, inaugurado em 2003. Não sendo um grande adepto do café do Starbucks, este era um local aprazível onde se podia sentar, conversar ou ler o jornal, um ponto de encontro, um lugar estratégico onde se podiam apreciar as vistas, reparar nas pernocas das turistas, conhecer gente nova, fazer amigos. Infelizmente a ditadura das rendas dos espaços comerciais obrigou ao encerramento do espaço, como já tinha acontecido com o Pacific coffee em frente aos Correios, que se transformou em (mais uma) ourivesaria da Chow Tai Fook. No lugar do Starbucks aparece agora mais uma loja da perfumaria Sasa, a terceira num raio de 200 metros - temos uma na Rua Pedro Nolasco da Silva e outra na Rua da Palha, todas a uma distância de cinco minutos a pé umas das outras. Uma desilusão para quem ingenuamente acreditava que naquele espaço privilegiado no centro da cidade poderia abrir algum espaço onde o objectivo não fosse apenas atraír os turistas da China continental e o lucro garantido. Nas redes sociais já se manifestou o repúdio por mais este peão na casa do jogo do Monopólio em que Macau se transformou, mas o que fazer? E que tal organizarmos um protesto do estilo "face-down"? Boa ideia, mas do que adianta se a regra de ouro é a do "dinheiro na mão, cu no chão"? Eu e dois amigos que frequentavam comigo o Starbucks no Sábado à tarde apostámos sobre a loja que ia substituir o local da nossa tertúlia seminal. Apostei na Bonjour, o outro numa loja de roupa e o terceiro na Sasa. Ficámos a dever-lhe um café, mas já não vai ser no sítio do costume. Qualquer dia só mesmo em casa.
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