Luiz Pedruco entregou ontem nos SAFP as assinaturas que lhe permitem agora candidatar-se às eleições à Assembleia Legislativa no próximo dia 15 de Setembro. Pedruco tinha anunciado há um par de anos a sua intenção de concorrer ao hemiciclo, e a ideia ganhou mais força há alguns meses, com a criação da associação “Macau século 21”, que serve agora de plataforma à sua candidatura. Está assim encontrado o segundo nome “português” na corrida à Praia Grande, depois de Rui Leão, que concorre com o Observatório Cívico de Agnes Lam.
Conheço Luiz Pedruco há vários anos, mas apenas de nome, e sinceramente não tenho opinião formada sobre que contributo poderia dar como deputado. Há algumas semanas deu-se a conhecer um pouco melhor através de uma entrevista na Rádio Macau. Ouvi a entrevista mas não me pareceu muito conclusiva quanto aos projetos que pretende realizar caso seja eleito. Respostas como “talvez”, “poder ser” ou “é possível” não deixam muito espaço à reflexão. Suspeito que a timidez se possa dever ao facto de não ter ainda confirmado a sua candidatura, e não tenha arriscado comprometer-se com um programa concrecto. Agora que se está assumidamente na corrida, pode ser que se dê a entender um pouco melhor.
O que sei é o que toda a gente sabe: as hipóteses de ser eleito são muito reduzidas, e uma votação na ordem dos 2 ou 3 mil votos seria já uma grande surpresa. Contudo é de salutar que se candidate, que tenha essa ambição, e que exerça um direito cívico. Saúda-se ainda que, mesmo sendo macaense e oriundo de uma das famílias mais conhecidas do território, não tenha precisado de se “encostar” ao lobby maquista composto pelos suspeitos do costume, que aparentemente se vai abster de concorrer ao sufrágio este ano. Boa sorte para Luiz Pedruco, portanto, e vou ficar atento ao seu programa e ao seu discurso.
Um detalhe que tenho observado é a forma com que se encara uma candidatura à Assembleia Legislativa. Parece existir uma certa timidez, aliada ao receio da exposição pública. Acredito que existe muita gente com ideias novas e boas e com capacidade para recolher os apoios necessários que só não se candidata por comodismo. Fica ainda no ar uma certa sensação que concorrer por uma lista pode ferir sensibilidades de próximos, ora porque podem não simpatizar com algum dos nomes da lista, ora porque isto pode trazer desconforto a nível profissional ou familiar, não sei. O recente episódio que levou Carlos Morais José a desistir dá a entender que querer e poder não é tudo, e aplica-se muito a velha máxima da mulher de César, a quem não basta sê-lo. Pode ser que esteja enganado, mas se existem realmente pressões que empurram para baixo pessoas que desejam de alguma forma contribuir para o debate politico em Macau, isso é mau. É muito pouco democrático.
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