quarta-feira, 26 de junho de 2013

20 anos de "bobite"


John Wayne Bobbit, versão integral

Ainda a propósito de membros sexuais masculinos decepados, lembram-se de Lorena Bobbit, a mulher que cansada dos abusos do marido cortou-lhe o pénis e atirou-o pela janela? Na altura o escritor Miguel Esteves Cardoso comentou o episódio e cunhou a deliciosa expressão “bobite”, uma nova espécie de síndrome que leva as mulheres a decepar o calhau do parceiro. Honra seja feita, depois do primeiro caso de “bobite” foram reportados mais 121 um pouco por todo o mundo, com um “modus operandi” semelhante ao da pioneira Lorena. A agressora evitou uma pena de prisão pela ousadia, depois de conseguir provar em julgamento que o marido chegou a casa embriagado, espancou-a e tentou violá-la. Fica por explicar porque não chamou a polícia em vez de esperar que o marido adormecesse e depois tomar uma atitude tão radical, mas Lorena tornou-se uma espécie de símbolo para as mulheres oprimidas deste mundo, e muitos maridos passaram a dormir menos descansados.

Ora passados 20 anos, eis que John Wayne Bobbit, a vítima deste infeliz, ahem, distúrbio doméstico vem dizer que o incidente melhorou a sua vida! Devido à exposição mediática que tornou o apelido Bobbit familiar aos ouvidos dos norte-americanos, John dormiu com 70 mulheres e até protagonizou filmes pornográficos – a indústria dos filmes para adultos adora um herói de guerra. O ex-marine, agora com 46 anos, diz que o período após o desvario da esposa foi “de grande dor e angústia” – acredito. Depois de uma cirurgia que demorou dez horas até que o seu pénis fosse devolvido à procedência, John pensou que nunca mais ia poder ter relações, mas foi com grande alegria que ao fim de 3 semanas voltou a ter sensação no membro, e menos de três meses depois voltou a fazer uso do apêndice, “com uma rapariga que conheceu num bar”. Já totalmente recuperado, veio a fama, com entrevistas na rádio e na TV, onde contou a sua dolorosa experiência. Foi convidado para participar em filmes pornográficos e o entusiasmo levou-o a fazer “upgrade” do instrumento, voltando à mesa das operações para lhe acrescentar mais três centimetros, desafiado por um programa de rádio que patrocinou o procedimento. Pelo menos desta vez foi de forma voluntária.

Mesmo com a vida a correr-lhe de feição, John Bobbit não deixou de ser uma besta, e logo em 1994 esteve detido duas semanas após ter molestado uma namorada. Pelos vistos o susto do ano anterior não lhe serviu de aviso. Em 2001 voltou a casar, mas o matrimónio só durou 23 dias. Em 2002 casou uma terceira vez com uma mulher que também o acusou de agressão. Divorciaram-se dois anos depois. Foi aí que John Bobbit encontrou Deus e mudou de vida. Converteu-se à igreja evangélica, e vive actualmente com a actual companheira, uma amiga de infância, numa casa perto das cataratas do Niagara. Uma má ideia, pois caso o episódio da “bobite” se repita, é mais difícil procurar o membro se for atirado às cataratas.

John Bobbit foi entrevistado há três anos no programa televisivo “The View”, e perante um painel completamente feminino confessou que “ainda é difícil confiar nas mulheres”. Não as agredir era um bom começo para lhes conquistar a confiança, talvez? E ir para a cama mais tranquilo? Da ex-mulher Lorena, que certamente nunca esquecerá por muitos anos que viva, diz só ter pena de nunca lhe ter ouvido um pedido de desculpas. Pudera. Queria o quê? “Desculpa ter-te cortado o coiso depois de me teres enchido de porrada e tentado violar”? Fica para a próxima, sr. Bobbit. E cuidado com a “bobite”. Não vá ter uma recaída…

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