segunda-feira, 17 de junho de 2013

CMJ concorre à AL, NMD descarta xenofobia, cassete Terra


1) O director do Hoje Macau, Carlos Morais José, assumiu que vai concorrer às eleições para a Assembleia Legislativa pela lista do “Observatório Cívico”, que sera encabeçada pela professora universitária Agnes Lam. É de saudar que um português da metrópole a residir em Macau exerça o direito de participar na vida política do território, especialmente optando por uma plataforma diferente da dos “portugueses”, onde quem põe e dispõe são os “tradicionais”, os “portugueses de Macau”. Resta saber em que lugar da lista do OC ficará Carlos Morais José, mas o facto de concorrer é meia vitória. A lista de Agnes Lam concorreu em 2009 e foi a segunda lista mais votada das que não elegeram qualquer deputado com 5329 votos – menos 60 que a União Para o Progresso e Desenvolvimento. Agnes Lam justifica a re-candidatura pelo facto de “os mesmos problemas de há quatro anos ainda estarem lá”. O problema é que o mesmo eleitorado está lá também, e à semelhança dos “problemas”, persiste em não mudar. Boa sorte em qualquer dos casos.

2) O Novo Macau Democrático levou a cabo este fim-de-semana a primeira edição em inglês do Macau Forum, aberto a participantes que não dominem a língua chinesa. Uma iniciativa que é de louvar, e entre os temas abordados esteve em destaque a questão dos direitos humanos e a sua situação na RAEM. O NMD demarcou-se ainda das acusações de xenofobia de quem tem sido alvo por parte de alguns sectores a que o sucesso que a associação tem obtido concomitantemente nas eleições parece incomodar. Há quem ainda confunda populismo com xenofobia, um palavrão grande. Não podendo contar com o apoio dos sectores tradicionais ou das associações que fazem dos sufrágios em Macau um guisado caseirinho, é normal que o NMD recorra a um discurso menos politicamente correcto para chegar a certas franjas da população menos informadas mas com preocupações válidas, como sejam a empregabilidade da mão-de-obra local em deterimento da não-residente, mesmo que isto dê a entender uma dose de má vontade contra os estrangeiros. Por vezes pode parecer que o discurso dos rapazes da Calçada de Sto. Agostinho provoque cócegas a certos democratas “a sério”, que não se inibem de apelidar o NMD de “auto-intitulados democratas”. Mas querem o quê? Um discurso do tipo “Imagine all the people”? Estamos em Macau, esqueceram-se?

3) Assisti ao programa “Contraponto” de ontem e fiquei com o estômago revirado. O jornalista “auto-intitulado” director do JTM (todos sabemos quem manda no jornal, e quem manda em quem manda, não é segredo nenhum) passou a hora e pouco de programa a malhar no candidato Jason Chao, a concorrer às próximas eleições para a AL pela terceira lista do Novo Macau. Entre acusações de eleitoralismo até insinuações sobre a ingenuidade e até a juventude de Jason Chao (só faltou atirar com a sua orientação sexual), Sérgio Terra cumpriu um frete que lhe parece ter sido encomendado – até porque o seu ar muito pouco natural dava a entender isso mesmo. Lembram-se do programa Contra-Informação que chamava de “cassete” os elementos do PC português? Ora aqui está a versão macaense: o cassete Terra. A falta de verticalidade e amor próprio leva-me a duvidar que Sérgio Terra ouse pensar pela própria cabeça em nome da sua empregabilidade. Mas até o compreendo. A vida está difícil e todos precisamos de comer. Mais pragmático foi o director do Ponto Final, Paulo Rêgo, que vaticina a eleição de Jason Chao como quarto deputado do Novo Macau. É isso mesmo pá. Uns vão rindo enquanto podem, mas quando souberem que é pela urna, até choram. É pena que não se vendam pastilhas Rennie nas farmácias locais, senão em Setembro próximo depois das eleições uns certos senhores algures na Calçada do Tronco Velho acabavam com o estoque.

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