domingo, 1 de maio de 2011

1 de Maio...meh


O memorial às vítimas do massacre de Haymarket, em Chicago, Maio de 1886.

Hoje foi dia 1 de Maio, e passei um dia bastante agradável, com um pequeno passeio pela tarde, um final de dia com os miúdos, um jantar e eventualmente mais tarde vejo um filme. Aproveitei o dia para relaxar, e nem me passou pela cabeça ir à procura da tal manifestação dos Dia do Trabalhador em Macau. Como seria de esperar, foi um "non-happening", uma marcha vazia de ideias (ou com as mesmas ideias de sempre), e que prova que realmente existem manifestantes profissionais na RAEM. Quando passei a pé pelo palácio pelas duas da tarde reparei no rigor com que a polícia enrolava com arame a junção das barreiras policiais, como se fosse realmente necessário.

E é uma pena que assim seja, porque se existe um dia nos 365 do ano para se berrar, partir qualquer coisa e dizer de sua justiça é hoje, no tal Dia do Trabalhador. Pela primeira vez concordei 100% com as afirmações do director da DSAL, Shuen Ka Hung: "Isto [as manifestações) é o que acontece um pouco por todo o mundo". Reparem que as manifestações mais violentas e problemáticas acontecem em países desenvolvidos, como a Alemanha, a Dinamarca ou a Austrália. Países em que existe demasiada liberdade? Nada disso, existe liberdade, e esta nunca é em demasia.

Ao contrário do que alguns apregoam, o Dia do Trabalhador não é "para descansar", ou "para fazer compras", é para protestar! Se não fosse para isso nem faria sentido. Era importante que as pessoas que defendem que os manifestantes não podem de jeito algum não senhora ai que horror passar pela Av. Almeida Ribeiro, porque isso "é mau para o comércio" e "os turistas não gostam", coitadinhos. Era importante que estas pessoas procurassem saber mais sobre as origens do Dia do Trabalhador. Nem que fosse para que todo aquele sangue não tivesse sido derramado em vão.

O Governo jogou a carta certa ao anunciar a distribuição de mais cheques pela população em vésperas do 1º de Maio - como tinha acontecido antes, mas este ano a administração tentou fazer "cair" a compensação pecuniária, debalde. Os cheques terão inibido uma fatia importante da população de protestar. Talvez o interesse da população seja apenas este: "apertar" com o Governo para ver se chovem mais algumas pataquinhas. Para onde ainda é 1 de Maio e para quem atribui a esta data um significado especial para todos os trabalhadores: Feliz 1º de Maio!

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