Prozac tira tusa aos peixes

O Prozac, o célebere anti-depressivo usado por 54 milhões de pessoas em todo o mundo, inibe a actividade sexual dos peixes, segundo um estudo realizado no Canadá. Vance Trudeau e Tom Moon, investigadores do departamento de biologia da Universidade de Ottawa, descobriram que peixinhos dourados que foram expostos ao medicamento não respondem a investidas sexuais. Os peixes fêmea libertam feromonas para indicarem aos machos que estão prontas a acasalar. Os peixes machos normalmente detectam as feromonas da mesma forma que os seres humanos detectam os cheiros, e são estimulados para libertarem o esperma que fertilizará os ovos. Mas os peixes que foram expostos ao Prozac não reagiram às feromonas e não fertilizaram os ovos. "Mesmo quando a mais potente das fêmeas estava no aquário, os peixes não reagiram, e por isso não se reproduziram", disse Trudeau. O estudo foi publicado na revista "Aquatic Toxology". Num estudo anterior, os mesmos investigadores tinham detectado que a fluxetina, um elemento activo do Prozac, não só destabiliza as hormonas femininas, mas reduz os níveis de estrogénio no sangue. "Os efeitos do Prozac foram detectados tanto nos peixes machos como nos peixes fêmea. Devemos concluir que o Prozac e os seus derivados causam disfunções sexuais nos peixes", concluíu Trudeau, que chamou a atenção para o facto da droga ter sido detectada em afluentes dos esgotos dos países onde é comercializado.