segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Fez-se justiça: Ched Evans é INOCENTE (parte II)



Voltando à noite em que ocorreram os factos que viriam a custar cinco anos de calvário a um jovem, que por mais moralmente condenável tivesse sido a sua conduta, não cometeu o crime de que o condenaram. Este em cima na imagem é o tal Clayton McDonald, o tipo que levou para o hotel uma badalhoca que viria a sair de lá com o estatuto de "pobre vítima". Tcha, tcha...magia! Clayton e Chad conheceram-se nos escalões jovens do Manchester City, onde fizeram a formação, e eram colegas de caserna - partilhavam a mesma moradia onde o clube alojava as suas jovens promessas, portanto. É possível que já nesse tempo fossem "malandrecos", e fizessem das suas, e quem sabe se este lamentável equívoco não terá partido de um plano dos dois para "recordar os belos tempos"? É muito provável, pois 15 minutos após levar o biscate para o quarto, Clayton ligou a Ched dizendo-lhe que tinham ali um "petisco". Que ousadia, a deste porco! Como é que se atreve a convidar os amigos a dar uma voltinha na tipa que engatou, como se fosse uma consola da "play-station"? Simples: PERGUNTOU PRIMEIRO À TIPA SE ESTAVA INTERESSADA! Claro, e este foi mais um "pequeno detalhe" que o júri que viria a cometer aquele gravíssimo erro judicial ignorou aquando do primeiro julgamento. Aliás, ignorou praticamente tudo o que poderia ilibar Ched Evans, pois tratou-se mais de um "auto-de-fé" do que um julgamento realizado num país supostamente civilizado, auto-denominado da "linha da frente" dos estados-nação que nos conduziram à modernidade. Bardamerda, é o que é.

O Ched portou-se mal, e isso é indiscutível, mas não fez mais nem menos que os restantes jogadores de futebol ingleses, para quem ser beberrão, putanheiro e bruto como as casas é praticamente um requisito. Toda a gente sabe ou faz ideia do carácter do jogador de futebol inglês, e dé como a combinação com o estatuto de celebridade pode por vezes resultar numa mistura altamente inflamável. Também não é nenhuma novidade que as mulheres, especialmente as mais jovens e ingénua, têm uma grande predilecção por este modelo de homem. Há umas que nem por isso, e eventualmente a maturidade encarrega-se de fazer a maioria das restantes "acordar para a vida", mas não sendo este um fenómeno exclusivo da Inglaterra, dá para perceber onde se situava o Ched Evans e o amigo, quer pela idade, quer pelo factor da necessidade de afirmação isso tudo. Recordo que tinham 22 anos, e não 50 e 60, e posso apostar o que quiserem que estes não têm pretensões de vir a liderar um dia o mundo livre - se é que me faço entender. Mas não fugindo do tema, a rapariga consentiu ou não, afinal de contas? 


Segundo o próprio Ched Evans, sim, consentiu, e pelo que dá entender mais esta manchete a irradiar "humor britânico", a rapariga "comeu e gostou". Pois é, não é por acaso que se apresentam os factos recorrendo a este tipo de "habilidades" - foi logo no após o primeiro dia da repetição do julgamento, no início da semana passada. Desde o primeiro minuto tudo esteve contra Ched Evans, e dava a entender que sua condenação era uma espécie de desígnio, sabe-se lá a mando de quem. Não se trata aqui de nenhuma "teoria da conspiração", pois não tenho dados que me permitam afirmar tal coisa, e nem isso fazia qualquer sentido. Que interesse teria alguém em arrasar com um jogador de 22 anos, que vinha  só começando a dar nas vistas no terceiro escalão do futebol inglês? Já expus aqui várias vezes exemplos de como os ingleses têm uma maneira muito singular de lidar com aquilo que se entende por "racismo"; para eles alguém que se refira a outra pessoa pela nacionalidade, como por exemplo na frase "aquele italiano ali sentado", para eles é "racismo". São parvos, pronto, fazer o quê? Mas aqui essa parvoíce ganha contornos perversos, pois bastou que pendesse contra o Ched Evans uma acusação desta gravidade, para que ninguém quisesse saber de motivos, ou escutar a sua do versão dos factos. Se esteve de algum modo envolvido, ou participou activamente de uma situação que culminou em violação, o lugar dele é na cadeia, e o da chave da cela na barriga de um jacaré. Mas...mas o quê?! Dar-lhe o benefício da dúvida? Duvidar da "pobre vítima"? Seus malvados, insensíveis, seus...VIOLADORES! Isso mesmo, houve mesmo um período de tempo após a condenação do Ched Evans em que era proibitivo questionar a decisão do tribunal. E deixem-me que vos diga sinceramente, aquilo foi UM CIRCO. Vou até mais longe: não fosse pela rectificação daquela tremenda injustiça cometida contra o rapaz, e entrava para a história como um dos atentados aos direitos humanos alguma vez já visto. E porquê?


Aqui está um dos muitos momentos deste triste enredo que tem sido mais comentado: Natasha Massey implorou que as pessoas que tivessem PROVAS da inocência de Ched Evans viessem apresentá-las, o que foi intendido pela acusação como uma "tentativa de suborno", que poderia levar à falsificação de provas, e a testemunhos fictícios. Olha que engraçado, e eu que nem sou magistrado, jurista, nem nada que se pareça, mas até nesta condição de leigo sei que só o Tribunal e o juiz é que decidem o que é ou não válido como elemento de prova, bem como delibera sobre a veracidade dos testemunhos. O que se passou tem uma explicação muito simples: a pressão que foi feita no sentido de produzir um veredicto de culpado no primeiro julgamento de Ched Evans impediu que fosse apurada a verdade sobre o que realmente aconteceu nessa noite de Março de 2011 naquele hotel do País de Gales. O que induziu ao primeiro veredicto não pode ficar dissociado da forma agressiva com que associações de direitos das mulheres, de apoio às vítimas, e de outras que tendo a sua inegável inutilidade, são compostas por FANÁTICOS que se estão nas tintas para o princípio da presunção da inocência ou do direito que qualquer pessoa, até o mais sanguinário dos assassinos, tem a uma defesa. Foram ocultadas provas, outras foram ignoradas, e a investigação nunca poderia ser feita em condições debaixo do coro de uma turba ululante que bradava "violador!" perante a simples menção do nome do suspeito. Eis a lógica perniciosa e falaciosa que se aplicou: não houve consentimento expresso por parte da mulher para que Ched Evans tivesse relações sexuais com ela, houve violação, e nesta definição pouca importa se foi um jogador sem uma única mancha no seu registo criminal, ou um psicopata que se esconde nos becos pela calada da noite, à espera de vítimas indefesas que depois viola com recurso à força, encostando-lhe uma faca ao pescoço. A intimidação era tal, que ninguém se atrevia a acreditar na inocência de Ched Evans, e  que ele NUNCA hesitou em reafirmar. Nem estavam sequer reunidas as condições para lhe garantir um julgamento digno desse nome. 

(CONTINUA)


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