Contado parece mentira, e de facto muita gente pensou tratar-se de uma brincadeira, mas aconteceu mesmo: um utilizador da rede social Facebook vendia abertamente "cannabis" na página do grupo "Macau Online Market". O utilizador questão vendia alegadamente 1 grama da substância por 300 patacas, quantidade que segundo o "post" deixado na quarta-feira no grupo de venda livre de produtos usados e não só, daria para fazer "quatro ou cinco cigarros" contendo a substância. Cigarros de "cannabis", ou marijuana, também conhecidos por "charros", "brocas", "pintores", "ganzas", "cacetes" e outros nomes assim, sugestivos, e que tal como a própria substância, dão vontade de rir. O "traficante" (detesto ter-lhe que chamar isto, mas tecnicamente é verdade) garantia "alta qualidade ou o dinheiro de volta", e segundo ele o produto era originário da Holanda. Tenho a certeza que o produto devia ser mesmo de primeira, pois só alguém com uma moca de paralisar os neurónios encarregados do bom senso é que viria vender uma substância ilícita num fórum "online". Sem entrar pela eterna discussão se a "cannabis" faz bem ou faz mal, ou se é melhor ou pior que os intoxicantes tolerados pela lei, casos do álcool e até do próprio tabaco, aquele não seria certamente o local indicado para levar a cabo uma conduta criminal, e atendendo a uma denúncia a Polícia Judiciária fez apenas o que tinha que fazer - mal era se não fizesse nada
O atrevido negociante e o seu cúmplice, que dizia receber comissão pela venda ilegal, viriam a ser detidos na posse de pequenas quantidades da substância, e confessaram ter realizado "duas ou três transacções" - é também normal que não se recordem. Ambos são portadores do BIR de Macau, e têm nacionalidade polaca e nigeriana, tendo-lhes sido aplicada como medida cautelar o termo de identidade e residência. Este polaco não é um polaco qualquer, pois trata-se do utilizador conhecido por Simon Gascoigne, que por finais de Março protagonizou uma interessante discussão que ficaria documentada
neste artigo, aqui no blogue. Dá para entender melhor o porquê das tão esdrúxulas afirmações produzidas na altura pelo indivíduo, que possivelmente teria aspirado os primeiros ares da Primavera, literalmente. O seu nome não é contudo "Gascoigne", que não soa nada a polaco, e trata-se de um conhecido "panguiao" frequentador das redes sociais e dos grupos, que talvez por vergonha tenha ontem passado o dia a desmentir que estava envolvido no caso. Foi uma atitude impensada deste nosso camarada, que apesar de excêntrico não é má pessoa de todo. O grupo "Macau Online Market" lamentou o sucedido e garante que o "post" seria removido logo após a denúncia às autoridades. E de facto é de muito mau gosto denegrir assim um fórum que já por si anda um pouco na corda bamba da legalidade. Agora, quem não sabia já sabe: não se pode NEM SE DEVE vender droga, nem na internet nem em parte nenhuma, valeu?
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