sábado, 9 de maio de 2015

Eles são gente (como nós)


Dalva Lima da Silva foi julgada na última segunda-feira em S. Paulo, respondendo por 37 acusações de crueldade contra animais. Durante 10 anos Dalva foi tida como uma benemérita, recebendo  na sua casa animais abandonados recolhidos por outras pessoas, e a que ela garantia "encontrar um lar". Contudo os vizinhos começaram a desconfiar depois de ver tantos animais a entrar, e nenhum a sair, e fizeram queixa a uma ONG que contratou um detective privado para investigar o caso. No tempo em que vigiou a casa de Dalva, o detective viu pelo menos 300 cães e gatos a entrar, e nenhum a sair, e após uma investigação aos sacos que a suspeita deixava no latão do lixo perto da sua casa, confirmaram-se as piores suspeitas: Dalva eutanasiava os animais para, segundo ela, "não ficarem nas ruas a sofrer". Essa é também a política da PETA, por exemplo, mas Dalva não tinha nem a licença nem o talento para levar a cabo tal empreitada. Segundo os exames de toxicologia realizados nos cadáveres dos 37 cães e gatos recolhidos, eram quase todos  animais saudáveis, e num dos casos mais arrepiantes, uma cadela dezoito perfurações na zona do peito provocadas pela mulher "enquanto procurava o coração, onde injectava uma mistura letal que causava uma morte lenta e dolorosa nos animais. Os factos reportam-se a 2012, e Dalva foi multada em 2013, mas o número de pessoas que se acumulavam diariamente à porta da sua casa exigindo uma punição mais pesada deram origem a um inédito caso judicial; com base em provas de que a suspeita montava armadilhas na rua para apanhar cães e gatos, foi acusada de "crimes contra a fauna". Graças a Dalva, a partir de 2016 este tipo de crueldade contra animais será considerado no Brasil "crime contra a sociedade". 


Para mulher cruel, defensores dos animais "cruéis-e-meio". A Aline Santos quer que Dalva "apodreça na cadeia" ("apodreça" é com "ç", e não com duplo "s", querida), pois quando morrer, "vai parar ao Inferno". Entre apodrecer ou ir parar ao Inferno, a escolha é sem dúvida complicada. Larissa Noronha, com aquele sorriso que ofusca a luz do sol, pele morena, cabelos escuros que lhe caem em cachos pelos ombros, aplaude, espera também que ela "apodreça na cadeia", mas será que é mesmo esse "o seu maior sonho"? E Alexandra Emi Gouvea Lek, o nosso "patinho feio", mas que tem um certo charme "gótico", deve ser fã do filme "Dune", de David Lynch  - "tomara que tenha um tumor maligno na cabeça e exploda", é que ela deseja para Dalva. Finalmente Rowena Almeida de Oliveira, um anjo com ar de vestal, pensa mais longe, com ambições a um mundo vegetariano. Mas será "justo" que toda a gente que come carne "seja presa"? Gente nova, gente bonita, gente afectada dos miolos. 


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