Já sei que as comparações de Macau com a vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong são sempre um tema sensível passível das mais diversas interpretações, mas são dias como o de hoje que me fazem trazer o assunto de novo à lareira da discussão.
Como se sabe, hoje foi o dia de regresso ao habitual buliço do território, findos os feriados do Ano Novo Lunar. Só que em Hong Kong, onde existe o calendário mais marado do mundo, ainda foi feriado, daí que os nossos amigos honcongueses tenham decidido invadir a vizinha RAEM durante o fim-de-semana prolongado. Não tenha nada contra os turistas de Hong Kong, mas...porra, é claro que tenho. Uma data de coisas.
Primeiro estes turistas de Hong Kong que pensam que vêm aqui fazer-nos um grande favor, na realidade só atrapalham. Não sei o que faz um cidadão da cosmopolita Hong Kong, o exemplo acabado da fusão da cultura oriental e ocidental, querer passar um fim-de-semana aqui deste lado. Era mais fácil de explicar se tivessem cá familiares – alguns têm, mas com esses posso eu bem – ou que viessem aqui discretamente e em pequenas quantidades, mas quando os honconguenses atacam, atacam aos milhares de cada vez.
Como o Leocardo é um cidadão do mundo, tenho amigos de Hong Kong, e gosto de lá ir, onde sou sempre bem tratado e recebido. Quando lhes pergunto o que acham de Macau, dizem que é “mais barato” que em Hong Kong, o que é cada vez menos verdade, especialmente no que toca ao alojamento, que é pitoresco e que, atenção, é “sossegado”. Claro que é sossegado, às vezes, quando não é invadido em massa por honconguenses! Tenho a certeza que existem mil e um locais de lazer em Hong Kong muito mais interessantes que em Macau, e que o “relaxamento” não é a principal razão porque visitam o território.
Os meus encontros imediatos com turistas de Hong Kong não se resume apenas aos encontrões que levo quando passo no Largo do Senado ao fim da tarde. É um pouco por todos os lugares mais óbvios, desde as ruínas de S. Paulo, passando pela zona do mercado da Taipa e acabando inevitavelmente nos restaurantes e cafés um pouco por todo o território. Os turistas de Hong Kong chegam ao ponto de tirar fotografias dos pratos que estão a comer, para depois mostrar no outro lado do Rio das Pérolas, como quem foi a outro planeta.
Onde é mais fácil encontrar turistas de Hong Kong é em locais onde se vendem coisas “very typical” de Macau, como os pastéis de nata da Margaret,
chu pa baos da Taipa ou sobremesas esquisitas, como na loja da foto, na Rua da Felicidade. O caso do
chu pa bao da Taipa é perfeitamente surrealista. Vêm milhares de gajos de Hong Kong comer um pão com costeleta elaborado em condições de higiene duvidosas. E aqueles pacotes de carne seca que se vende perto das Ruínas de S. Paulo? Já alguma vez provaram aquela merda? E se a serradura (ou “serrdura” como está lá escrito) e os rolos de ovo são “as grandes especialidades da doçaria de Macau”, vou ali e já venho.
Ao contrário dos turistas da China Continental – que o Buda os abençoe – que vêm a Macau encher os casinos e consequentemente os cofres do território, os honconguenses vêm aqui olhar para as igrejas, encher os restaurantes e ocupar a via pública. Os restaurantes que costumo frequentar estão em estado crítico quando atacam os honconguenses, e alguns deles chegam lá, pedem um café e ficam sentados a conversar meia hora, impedindo gente esfomeada, como eu, de arranjar um lugar sentado para forrar o bucho. Há um famoso restaurante de massas (
mein) no Largo do Senado que dá senhas numeradas para marcação de lugar nestes dias. E que mania têm estes gajos de esperar uma hora por um lugar num restaurante. Porque não vão a outro qualquer?
É extremamente irritante andar em hora de ponta nos locais que estes turistas frequentam, sair da frente das criancinhas, das mochilas, das fotografias, e dos parvinhos com mapas e livros de Macau à procura dos sítios. Porque não perguntam? E já agora não me perguntem a mim, como tantas vezes acontece, uma vez que aqui também se fala cantonense, como em Hong Kong. Quando encontro um turista de Hong Kong que me pergunta por um sítio e dou-lhes algumas referências em cantonense, diz-me logo que “falo muito bem chinês”, e que os estrangeiros em Hong Kong não falam, etc, etc, uma conversa da treta.
O pior é quando me perguntam no Largo do Senado “onde ficam as ruínas de S. Paulo”. Quer dizer, quando vamos a Paris também andamos por lá perguntar onde fica a Torre Eiffel? Ou em Londres onde fica o Big Ben? Especialmente se esses monumentos estiverem bem à frente do nosso nariz? Dos táxis e dos sacanas dos taxistas que aproveitam para roubar no preço nem é preciso falar. É virtualmente impossível apanhar um táxi nestes dias. Mas amanhã volta tudo ao normal, os honconguenses voltam para Hong Kong, onde retomam a sua vertente cosmopolita, e voltam no próximo fim-de-semana de três dias. Só para chatear...
18 comentários:
não sei como o preconceituoso do Leocas sabe ver a diferença na rua de um cidadão da RAEM de um da RAEHK....
que belo racista me saiu, este Leocardo....
Cada vez mais é mais complicado estar nas ruas de macau,está tanta gente que nem mexer pode.Já não há paciencia.
O anónimo das 19:48 é um idiota. E com isto estou a insultar a raça dos idiotas.
Cumprimentos
Aquela malta amarela de Hong Kong foi muito má colonizada.
AA
Leocardo,
o guia do Museu Machado de Castro, em Coimbra, quando, há já muitos anos, lhe perguntámos se tinha muitas visitas, respondeu - "Se temos!!
Ele é "amaricanos", "belgicanos","marrocanos",tudo!!"
Eu estou a ficar com a mesma sensação.
É tanta gente que pouco falta para andarmos nas rua às cavalitas uns dos outros!!
Por dinheiro vende-se tudo.
Por acaso anónimo das 19:48 também não consigo distinguir entre pessoas da RAEM e da RAEHK...são todos uma cambada de anormais!
A mim parece-me mais idiota é quem não consegue distinguir uns dos outros. Dou uma ajuda: os de HK normalmente são mais educados, têm melhor aspecto e andam de mapa na mão.
Esta foto não foi tirada na rua das putas? Foram todos lá comprar bolinhos ou as putas voltaram poara aquela rua?
As putas são mais abaixo, no fim da rua.
Cumprimentos.
Quando alguem diz que os tipos de hong kong são mais educados e civilizados que os de macau lembro-me sempre de umas cenas:
http://www.youtube.com/watch?v=EsYRQkmVifg
http://www.youtube.com/watch?v=NlSJAhLxIHM
http://www.youtube.com/watch?v=z6yju63SFeY
http://www.youtube.com/watch?v=G0KxVZqavrw
http://www.youtube.com/watch?v=ksYUZywpJQQ
http://www.youtube.com/watch?v=rKolzJ3Rh1g
Aquele cena do bus uncle é de morrer a rir eheheh,quando o gajo diz aqueles palavrões todos em chines.Aquele gajo de óculos é mesmo 1 otário com paciencia de santo
Aquilo foi em hong kong se fosse na américa sacavam pistolas e matavam um ao outro ahha.Se fosse em portugal era mais porrada.
Lembro-me que quando macau jogava com hong kong em macau ou em hk no futebol havia sempre porrada no campo,expulsões e vários amarelos.Isso explica a rivalidade entre macau e hong kong.È a tal historia, de que eu tenho que ser melhor do que meu vizinho em tudo.Mas uma coisa em Macau é MELHOR do que em hong kong,a COMIDA.Não é por acaso que tanta gente de hk vai para macau só para comer
Vi foi muitas porradas foi entre macaios e tugas no futebol, no campeonato... mas depois havia aquele tipo porreiro, o coffee, que amainava as coisas e por isso depois nunca nenhum tuga a ser emboscado á porta do Liceu......
O coffee não era um gajo paquistanes que estudava no liceu de macau?Eu conheço o gajo se for este gajo que estou a pensar,deve ter agora a volta de 37,38 anos.Era um gajo pacifico e porreiro na altura do liceu.Chamava-se abdoulah se não me engano
não, pá, que eu saiba é macaio e deve ter agora no máximo 32, julgo....
Então é outro paquistanes que conheci no liceu,mais velho.
Sim, acho que é esse.
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