quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Conveniência da treta


Primeira manhã depois do regresso a Macau, e como não podia deixar de ser, atacado de jetlag. Passavam poucos minutos das sete da manhã quando me dirigi ao 7-11 mais próximo, com o intento de encontrar algo com que forrar o bucho. Levei de casa o único dinheiro que tinha em casa, uma nota de 500 patacas. Lá chegado, peguei num daqueles cachorros de micro-ondas que até nem são muito maus, uma Diet Coke e dois iogurtes líquidos. Quando saquei da quinhentola para pagar as 28,50 patacas correspondentes às minhas compras, o rapaz da loja diz-me que “não tem troco”, ao que insisto, dizendo-lhe que é todo o dinheiro que tenho, chegando mesmo a esvaziar os bolsos dos calções para lhe provar que não fui ali com o intuito de trocar a merda da nota. Meio atrapalhado, volta a dizer-me que “não tem mesmo troco”, e que pronto, ou compro qualquer coisa no valor de 400 e tal patacas, ou dou meia-volta. Irritado, digo-lhe que espere, mostro-lhe o cartão multibanco, e dirigo-me então à caixa mais próxima. Pelo caminho vou a rosnar. Como é possível que o 7-11, que está aberto 24 horas por dia, não tenha troco de 500 patacas? Tenho a certeza que até às 2 da manhã foi um corropio de malta a comprar snacks, bebidas e cigarros, como habitualmente acontece. Será que os gajos da Securicor passaram por ali logo às seis da matina e recolheram a massa toda? Volto passados menos de cinco minutos, e não é para meu espanto que o rapazola tinha colocado as minhas compras de volta na prateleira? Fico parado por dois segundos a olhar para ele, e pergunto-lhe se pensava que eu já não voltava. Quase a mijar-se de vergonha, lá explica que “não pode ter os produtos junto à caixa”, sem que isso responda exactamente à minha pergunta. Não sei se tenho cara de falsificador, ladrão, ou se o jovem pensou que eu estava ali a pregar-lhe uma partida. Peguei nas coisas e fui para casa comer, que me faltava paciência para mais. Macau está mesmo cada vez mais parecido com a China, mas só no pior. Se não há troco em lado nenhum (isto não é nem a primeira nem a segunda vez que me acontece) das notas de 500 e 1000 patacas, para quê continuarem em circulação? Se calhar servem só para as putarias e casinos, e aí até se lhes acendem os olhos quando as vêem. Com que então “loja de conveniência”, este 7-11. Conveniência da treta...

8 comentários:

Anónimo disse...

não dava para pagar com o cartão?


CC

Leocardo disse...

28 patacas?

Anónimo disse...

Sim, 28 patacas.

Anónimo disse...

Leocardo, fique contente que so' pagou $28 para um cachoro e diet coke, se ainda estivesse em Portugal......

Leocardo disse...

...e dois iogurtes líquidos.

Anónimo disse...

Exactamente, Leocardo, as quinhentolas guardam-se para as putas.

Filossínico disse...

Em Macau o atendimento é muitas vezes pior do que na China. O exemplo mais flagrante são os taxistas.

Filossínico disse...

mmm, esperem... tive a pensar melhor e acho que se calhar a culpa é minha que não falo como deve ser com os taxistas.