sábado, 18 de dezembro de 2010

Os blogues dos outros


Além dos preços inacreditáveis que cobram, surgem relatos de demissões em série de pilotos e co-pilotos na Air Macau devido à degradação das condições de segurança, que incluem por exemplo casas de banho coladas com fita-cola. Será que ninguém se preocupa com a imagem da companhia de bandeira do território ou vale tudo desde que os maluquinhos continuem a vir jogar nos casinos de Macau?

El Comandante, Hotel Macau

O wikileaks mostrou à saciedade a falsidade que norteia a conduta dos dirigentes políticos da Tuga. Claro que sem consequências de maior, como se impõe num país amorfo e sem cultura de responsabilização pessoal. Mas isto já se sabia. O que me deixou atónito foi uma das conclusões da recente discussão parlamentar sobre a revisão constitucional: mantém-se o seu preâmbulo, ainda que não tenha força normativa ou alcance prático (sic). Caminhemos para o socialismo, pois então, na esteira da revolução de abril – mantém-se a referência na CRP. Mas apenas em sentido figurado – dizem-nos os preclaros deputados da nação. Dizem-nos, portanto, que não interessa para nada o que lá se plasma... Isto é: os políticos gerem o nosso país com a leviandade com que gerem as suas vidas e com a leveza de espírito e inconsequência de um adolescente de patilhas e calças à boca de sino a gritar freneticamente pela UDP ou pelo PCTP. À bardamerda com esta gente!

VICI, MACA(U)quices

O general Vasco Rocha Vieira resolveu mandar escrever um livro sobre a sua biografia. Obviamente, que o principal objectivo do último governador de Macau foi precisamente dar luz às várias "vinganças" que tinha em carteira, nomeadamente, com Jorge Sampaio e Carlos Monjardino. Duvido é que o general tenha medido as consequências ao afrontar dois "marechais". É que há tiros que fazem ricochete e podem atingir os próprios atiradores...Numa obra que será publicada na segunda-feira, Rocha Vieira revela uma conversa que teve com Stanley Ho, que lhe contou que ficou acordado informalmente um fundo anual para a Fundação Oriente à margem do contrato de jogo de Macau. Vieira assegurou que a Fundação Oriente recebeu durante anos grandes donativos vindos do magnata dos casinos e que contribuíram para o "saco azul" da instituição. O biografado-autor do livro "Todos os Porcos, perdão, os Portos a que cheguei", acrescenta que Stanley Ho lhe disse que, à margem do contrato de jogo de Macau, foi acordado informalmente um fundo anual de 60 milhões de patacas e que o acordo para este fundo foi feito com o presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino. No mesmo livro, Rocha Vieira também critica o então Presidente da República Jorge Sampaio, que tudo terá feito para o boicotar e levar à demissão, pois já teria um nome para o substituir. Onde é que Rocha Vieira quer chegar? Pretenderá que se edite outro livro com outros factos gravíssimos que se passaram em Macau com mais de 50 intervenientes ao longo do mandato de Rocha Vieira, factos escabrosos de corrupção, compadrio e desvio de verbas incomensuravelmente maiores que as desviadas pela Fundação Oriente? Será que a partir do livro de Rocha Vieira e de outros livros que poderão ser editados em contraponto, iremos ficar a saber todas as histórias negras da verdadeira história do que foi a administração portuguesa em Macau? Penso que Rocha Vieira perdeu a grande oportunidade da sua vida depois de ter conseguido riquíssimas oportunidades, a de estar caladinho. E será que o livro do general nos vai contar - em pormenor - a sua obsessão em ser candidato a Presidente da República contra Jorge Sampaio? Um triste espectáculo para chinês rir...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

A semana passada os pasteleiros e donas de casa foram sobressaltados com a escassez de açúcar, as prateleiras das grandes superfícies ficaram com um ar africano, os merceeiros queixaram-se de que não dava para as encomendas e parecia haver um sério risco de aos amargos de boca da austeridade teríamos um sério problema devido à impossibilidade de adoçar a boca com um torrãozinho de açúcar. Perante o pânico do país os homens da distribuição fizeram comunicado assegurando a reposição do produto uns dias depois, para de seguida assegurarem que tudo estaria normalizado no final desta semana, entretanto, os felizardos conseguiam comprar dois pacotinhos de quilo gentilmente vendidos pelo hiper em regime de racionamento. Quando tudo já estava resolvido o país percebeu que sempre há um ministro da Agricultura, o pobre homem lá apareceu a tranquilizar os portugueses, no fim da semana já teriam a boca doce. O que ninguém explicou foi a razão de tão grave escassez de açúcar. Pois é, o nosso Belmiro de Azevedo colocou nas suas prateleiras açúcar de beterraba vindo de Espanha que foi embalado à pressa e por isso ficou a cheirar a caca, aquilo a que vulgarmente se chama merda. Perante as reclamações tiveram que retirar o açúcar das prateleiras e como ninguém explicou aos consumidores que o açúcar do Belmiro teve de ser retirado porque cheirava a merda, deixaram no ar uma crise de abastecimento de um produto especialmente procurado nesta quadra natalícia. Curiosamente uma televisão ainda entrevistou uma técnica da refinaria de Santa Iria de Azóia, quando o problema teria sido melhor esclarecido em Coruche, onde fica a DAE que embala o açúcar de marca branca vendido nos Continentes e Modelos e que poderá ter intermediado o negócio por falta de ramas para refinar. Coincidência, ou talvez não, o negócio da DAE tem um cheiro parecido ao do açúcar do Belmiro, a concessão de ajudas para instalar uma beterrabeira que nunca fez falta ao país foi uma das últimas decisões de Cavaco Silva nos tempos em que Portugal era um bom aluno. Foram muitos milhões de contos para uma beterrabeira que foi entre à Caixa de Crédito Agrícola e a um operador italiano, tendo a gestão da empresa sido entregue a um tal Cabrita que era um alto responsável no ministério da Agricultura. A DAE durou pouco, recebeu ajudas comunitárias e mandou a beterraba à fava, mas Jaime Silva que é um rapaz simpático e em tempos teve como chefe o tal Cabrita ajudou a DAE a transformar-se em refinaria com acesso à quota de ramas de açúcar (de cana). Agora parece que a empresa que Cavaco ajudou a fundar com dinheiros públicos dedica-se a fornecer a SONAE com açúcar a cheirar a caca. Enfim, neste país há muito cheiro a caca.

Jumento, O Jumento

O “aparecimento” do site Wikileaks parece ter reaberto o debate sobre o que é o jornalismo nos tempos que correm. Como se antes d0 Wikileaks não tivesse havido “garganta funda”, como se aquilo a que gostamos de chamar “jornalismo de investigação” não fosse, em si, uma espécie de Wikileaks com outros Assanges – e, por fim, mas não menos importante, como se o jornalismo que hoje se pratica fosse efectivamente feito por jornalistas. Não é demais lembrar que restam já poucas notícias que os jornalistas descubram, testemunhem, possam provar. Exceptuando as honrosas ilhas de reportagem que ainda se encontram por aí – na verdade, quase sempre no Público e no Expresso, para falar apenas da imprensa portuguesa -, a maioria do noticiário que lemos foi previamente filtrado, trabalhado, burilado, e meticulosamente distribuído a partir de centrais de informação, agências de comunicação, gabinetes de relações com a imprensa, assessores, gabinetes ministeriais, empresas, agentes e representantes de protagonistas. Em cada ministério há um Wikileaks, em cada empresa há um Wikileaks, em cada partido há um Wikileaks. Juntos, todos estes “focos de informação” criam uma agenda que condiciona toda a imprensa. Até na contra-informação e na denúncia há sempre uma estratégia montada por Assanges assalariados...A diferença entre estes e o verdadeiro Julian Assange é o que separa a organização da anarquia. O carácter aparentemente livre, anárquico e caótico do site que anda nas bocas do mundo muda o paradigma da fonte-de-informação-que-é-parte-interessada-na-matéria. Enquanto dos Wikileaks “legalmente estabelecidos” nós já sabemos que informação vem e que interesses serve, e não contamos com outra, nem esperamos bombas atómicas, do original pode vir tudo, nada, ou assim-assim. É num enredado universo de interesses que subitamente sucede o inesperado: informação em bruto, livre de interesses e independente de um qualquer poder. É isso que incomoda meio mundo: a falta de controlo, não se perceber o objectivo – ou sequer se há um objectivo -, não se saber “de que lado” está, ou sequer se está de algum lado. Nunca me canso de citar o exemplo daquele assessor que telefonava aos jornalistas e começava o seu discurso sempre com a mesma frase: “tenho uma excelente noticia para ti”. Na verdade, era uma excelente noticia para aquele a quem o assessor servia, mas a óptica enviesada de quem “dá” noticias é a de que o jornalista “lucra” com a informação. Não sabermos para quem são “excelentes” as noticias que Julian Assange tem revelado (ou sequer se existe alguém...), é fascinante e novo - mas baralha e confunde a ordem estabelecida. E isso também diz muito do estado a que o jornalismo chegou.

Pedro Rolo Duarte, Pedro Rolo Duarte

Se a sociedade portuguesa fosse lúcida e normal, rechaçaria Alegre, rejeitaria Cavaco e elegeria Fernando Nobre numa votação massiva, à maneira timorense aquando do referendo pela independência: em desespero e sob o princípio da ruptura. Só ele, porque provém do mundo da beneficência e combate ao sofrimento, coloca o dedo na ferida nacional quando denuncia o sistema dos partidos como um sistema corrompido, fechado, traiçoeiro e ineficaz. Não basta ser moderadamente honesto e recto, como Cavaco ou vociferante-de-esquerda, oco-de-esquerda e pomposo-de-esquerda, como Alegre, alguém que não se senta com povo à mesa, não se mistura com gente comum e levanta sempre o nariz perante o cidadão comum como se o pivete viesse todo dali. Não chega. É absolutamente urgente não ser covarde e romper com o Polvo que nos sopeia. Essa coragem e essa liberdade estão em Fernando Nobre. Eu voto em Fernando Nobre.

Joshua, PALAVROSSAVRVS REX

Todos temos um pouco de bipolar excepto os pilotos e o Nelson Évora que são pagos para tripular.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

6 comentários:

Anónimo disse...

""Não sabermos para quem são “excelentes” as noticias que Julian Assange tem revelado (ou sequer se existe alguém...), é fascinante e novo - mas baralha e confunde a ordem estabelecida.""

Nem mais! Nota 100 (de 0 a 100, claro) para Pedro Rolo Duarte.

Anónimo disse...

Se eu fosse um destes bloguers não gostava de vir mencionado no Blogue do Leocardo, dado o nível....

Anónimo disse...

"Air Macau devido à degradação das condições de segurança, que incluem por exemplo casas de banho coladas com fita-cola." Que bela publicidade para a Air Macau,o que mais colam no avião?O Motor?As asas???

Anónimo disse...

Ha umas semanas atrás cairam peças de 1 Avião Airbus de Angola em Lisboa.Só espero que não caiam peças da Air Macau.

Anónimo disse...

essas peças que cairam eram dum Boeing 777....

american garbage.

Anónimo disse...

Tinha mesmo que ser Airbus de Air Macau.european garbage.